Foram exatos três anos tentando entrar nesse lugar, não que eu fosse bem uma obssecada por estudos e modelo filhinha orgulho da família, mas digamos que eu goste de um bom desafio, afinal de contas, que não gosta? Ainda mais se tratando de uma das melhores faculdades do mundo, é eu acho que qualquer um gostaria.
Além disso, todos já ouvimos o bendito ditado: Beleza não se põe a mesa. E realmente, meu belo rosto não era o suficiente pra mim, gosto do que ele me trás, mas gosto mais de quando ele é só mais uma de minhas incontáveis qualidades.
O vento frio me deu as boas vindas ao descer do vagão já na cidade universitária, não foi o melhor anfitrião visto que me causava frizz no cabelo, sendo uma ondulada não é bem um presente agradável. O percurso de Londres até Oxford durou cerca de uma hora e meia, com vistas belíssimas e agora, um chão tão limpo, que poderia jurar que minhas botas disseram obrigado.
O ar daquela cidade era diferente, gótico, a arquitetura quase que completamente medieval me teletransportava a idade média.
Puxava a mala preta nas calçadas recém molhadas pela chuva da
St. Aldate's Street, acabara de descer do ônibus e minha visão contemplava o que seria a minha missão de vida pelos próximos semestres, os muros altos de um amarelo manchado pelo tempo, pareciam mais uma fortaleza milenar extremamente convidativa, aquela era a universidade Christ Church.- Olá meu amor, é um prazer te conhecer.- Disse sozinha a estrutura enorme, as torres e fachada semelhante a uma igreja católica se tornavam mais amigáveis quando as atravessei, dando de cara com o vasto gramado perfeitamente verde e podado, cercado pelas paredes que deduzi serem os corredores da instituição.
Alunos passavam de um lado ao outro, não muitos, presumo que pelo frio a maior parte esteja nas salas ou dormitórios, e era exatamente pra lá que iria.
... ... ...
Subi as escadarias impecáveis, Christ Church era ainda mais linda em seu interior e mal poderia esperar pra turistar tudo por alí. As aulas começariam amanhã pela tarde, tiraria o resto da noite de hoje e o período da manhã do dia seguinte pra conhecer mais a universidade.
O corredor dos dormitórios estava silencioso e mal movimentado, talvez eu tenha chegado um pouco atrasada para socializar com todo mundo, não era tão importante já que teria tempo pra aquilo. No papel observei o número do meu quarto, 357, procurei por ele, até vê-lo em dourado na madeira cor vinho, peguei as chaves no bolso do sobretudo marrom e a abri.
Pequeno e simplista, duas camas de solteiro dividiam o espaço junto a duas cômodas, numa delas uma garota de fones de ouvido e meias três quartos que deu um pulo quando me viu.
- Oi, você deve ser minha colega de quarto, - O rosto anjelical e a primeira vista receptivo denunciavam seus desessete anos, talvez dezoito, não passaria disso. As mãos continuaram estendidas num cumprimento que, após uma longa análise de seu suéter vermelho listrado me obriguei a retribuir- sou Clara, como se chama?.
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| A ÚLTIMA AULA |
Fiksi PenggemarExtremamente realizada com a vaga na universidade de Oxford, Laura vê sua oportunidade de ouro escorrer pelos seus dedos quando sem querer, se envolve num assassinato em seu primeiro dia de aula. Para provar sua inocência, ela conta com a ajuda de...