3.

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Não havia entendido o que estava acontecendo, o que havia feito, mas sabia que aquele não era o momento certo para perguntar, já que estávamos com Finn e Gwen. Chegamos ao parque e Gwen foi andar de balanço no parquinho, Finn foi andar de skate, ele tinha posto na cabeça que iria aprender até o fim da semana. Robin apenas ficou sentando na pista de skate, dando dicas para que Finn pudesse melhorar suas habilidades, enquanto isso, eu estava dando voltas de bicicleta pelo parque.

Quando cansei, resolvi parar para comer e tomar algo, sentei-me ao lado de Robin, que fechou a cara assim que reparou que eu estava ali.

- ¿Qué esta pasando contigo? Pensé que ya eras mi amigo. (O que está acontecendo com você? Pensei que já era meu amigo.) - indaguei.
- Nunca acepté ser tu amigo! (Nunca aceitei ser seu amigo!) - ele gritou.
- Entonces, ¿por qué actuaste como lo hiciste? (Então, por que agiu como se aceitasse?) - eu gritei em resposta e o nós nos encaramos com fúria no olhar, Finn ouve nossa pequena discussão e vem em nossa direção.

- Por que vocês estão discutindo? Espera, estão discutindo em espanhol? Desde quando [y/n] fala espanhol?
- Eu tive algumas aulas na antiga escola, não é tão difícil. - digo. - Não estávamos discutindo.
- Tem razão, não estávamos. - Robin completa. - Ela não tem o que fazer e veio me encher a paciência. Eres insoportable. - diz revirando os olhos.
- Qual foi, Arellano. Você, além de ser insuportável, é brigão e bipolar! - retruquei, levantando-me.

Assim que fiquei de pé, Arellano levanta também, para na minha frente e me encara.

- O que é agora? Quer brigar comigo? - disse cruzando meus braços.
- Quem parece estar querendo brigar é você! - ele se inclina, dou um passo para trás por instinto.
- Calma, galera. Não vão brigar aqui, não é? - Finn entra no meio de nós dois.
- Qual a porra do seu problema? - falei me inclinando para o lado, para olhar na cara de Robin, que estava atrás de Finney.
- Você é o meu problema, garota! - repetiu meu movimento.
- Eu juro que... - desisti de brigar no meio da fala, repensei e achei melhor não fazer nada.
- O que? Você jura que o que, Yamada? - Arellano me provocava.

Encaro Arellano mais uma vez, queria muito dar um soco naquele garoto, já tinha tido alguns problemas na outra escola, mas nunca havia brigado com um menino. Não tinha medo, sou forte e boa de briga, mas ele não era qualquer um. Tinha histórico de briga, maioria vencidas por ele, assim como eu.
Pego minhas coisas e me viro para ir embora, ouço Gwen me chamando, mas estava estressada demais para falar com alguém, então apenas fui para casa. Chegando em casa, vou direto ao porão, meu porão tem equipamentos para que eu possa treinar boxe, um hobby que descobri a pouco tempo, mas faço bom uso dele.

O dia seguinte foi estressante. Cheguei na escola e vou direto para sala de aula, primeira matéria era matemática, queria morrer ali mesmo, pois não entendi absolutamente nada. Provavelmente iria pedir ajuda de Finn, já que ele explica muito melhor que os professores, não importa qual matéria estamos falando, mas especialmente, matemática!

- Hey Finn, pode ir a minha casa mais tarde? - falei cutucando seu ombro.
- Poxa, não posso sair hoje, o que acha de ir na minha casa? Tem problema pra você?
- Claro que não, passo lá pelas 14h. - disse sorrindo e ele me retribui.

Já no nosso intervalo, nos sentamos no mesmo banco de sempre, Robin estava conosco, mas sem dizer uma palavra. Apenas fingi não ligar, já Finn, tentou puxar assunto e anima-lo, o que parece ter funcionado, mas ele se direcionava apenas para Finney. Ora, não é como se eu tivesse necessidade de sua fala, mas ainda ficava um pouco constrangida, afinal, eu também estava ali!

Não olhei em seu rosto até o fim da aula, mas estava sentindo falta daquele garoto que apostou uma corrida comigo. Não, eu não estou gostando dele, ok? Mas ele parecia tão amigável e de repente mudou completamente seu comportamento comigo!
O fim da aula chega e todos vamos juntos para casa, como sempre, Gwen, Finn, eu e Robin fomos embora juntos.

- Finnie, está marcado? Posso ir estudar com você hoje? - perguntei.
- Claro que pod... - foi interrompido.
- Finney, não havia dito que eu iria estudar na sua casa hoje? - Robin diz com indignação.
- Esperai ai, o que? - arqueio as sobrancelhas.
- Bem... Robin também é ruim em matemática, [y/n]. - disse com a mão na nuca. - Não tem problema, okay? Tem espaço para os dois, não haverá problema.
- ¡obviamente habrá un problema! (Obviamente haverá um problema!) - falou com seu sotaque, o que o dava um certo "charme".

Apenas fiquei quieta, continuei caminhando enquanto eles discutiam se eu deveria ir ou não. Não sei em que acordo chegaram, mas tudo ficou calmo de novo, Finn e Gwen se despediram de nós e entraram na rua de sua casa, deixando-me a sós com Robin.

- Arellano.
- Fala.
- Por que age dessa forma comigo?
- Que forma?
- Você é amigável em um momento, mas em outro, age como se eu fosse uma invasora. Em um momento, parece gostar da minha companhia, já em outro, parece despreza-lá. - ele ficou quieto, olhando-me sem expressão, talvez pensando em uma resposta que não fosse tão grosseira...
- Na verdade, não sei. Mas sei que gosto de pegar no seu pé, é engraçado te ver com raiva. - falou tomando uma pose relaxada, apoiando as mãos atrás da cabeça. Não consegui formular uma resposta.

- Foi mal, Yamada. - diz olhando pro chão, evitando contato visual.
- Isso não parece sincero, aposto que não sabe nem porquê está "se desculpando".
- Sei sim, ora. Talvez eu tenha pegado meio pesado com você, me desculpe, de verdade. - ele me para. - Ainda não sei como reagir com você, o que dizer, o que fazer.
- Está tudo bem, só... seja você mesmo e tente pegar mais leve. - disse enquanto ria.
- Amigos? - estendeu sua mão.
- Amigos! - dou-lhe um aperto.

Ele se despediu quando chegamos em sua casa, dando-me um aceno e um leve sorriso. Quando chego em casa, tomo um banho, como alguma coisa e vou ler algum livro da minha estante, afinal, tinha decidido não ir até a casa de Finn depois daquela pequena "discussão". Ouço toques na porta da frente, então vou abrir, torcendo pra que não seja algum amigo dos meus pais, eles sempre me fazem mil perguntas. Pra minha supresa, assim que abro a porta, dou de cara com Robin.

- O que faz aqui, Arellano?
- Vim te buscar, chica. - falou como se estivesse tão confuso quanto eu.
- Buscar para o que, mexicano? Está doido? - não tinha certeza sobre o fim daquela discussão.
- Para estudarmos na casa do Finn, ora. - Desde quando me chama de mexicano? - me encarou.
- Ué, e você não é mexicano? O que há de mal nisso?
- Sou mexicano, mas gosto mais quando me chama de Arellano. - sorriu.
- Então tá bom, entra aí. Eu vou arrumar minhas coisas e nós vamos, certo? - dei passagem pra que passasse.
- Certo. - entrou e eu o guiei até a sala, depois subi as escadas para arrumar minhas coisas.

Demorei alguns minutos para achar meu livro de matemática, estava ficando louca, tinha certeza que estava em cima da escrivaninha. É realmente tinha, quando me abaixo, percebo que o livro havia caído atrás da escrivaninha. Teria que arredar para poder pegar, consegui sem muitos problemas, mas quando tentei pôr de volta no lugar, acabo fazendo muita força em um pulso só, machucando-o.

- Filho da puta! - gritei, e logo vejo Robin na porta do meu quarto.
- O que foi? - disse chegando mais perto.
- Nada, só machuquei o pulso.
- Deixe-me ver, mas primeiro, vou colocar essa escrivaninha no lugar. - disse o fazendo.
- Tem alguma faixa? - perguntou.
- Tenho sim. No porão. - falei indo na direção do porão, fazendo ele me seguir e ficar analisando meu espaço.
- Esses equipamentos são de quem? - perguntou curioso.
- Meus, comecei faz alguns meses. Ele olha tudo com cara de admiração. - Achei, vamos?
- Vou enfaixar aqui mesmo, me de a mão. - estava surpresa com a delicadeza que estava tendo comigo, não pude deixar de reparar que ele, de fato, era muito bonito. Estava olhando para ele, como se tivesse mergulhado em seu ser. Admirava cada detalhe como se nunca mais fosse vê-lo, até que...

- Por que está me encarando tanto? Assim fico com vergonha, gatita. - ele terminou sua frase, terminando de enfaixar meu pulso. Eu podia sentir minhas bochechas esquentarem e meu coração ficar um pouco mais acelerado. Pelo visto, ele havia ficado com uma leve vergonha, suas bochechas estavam rosadas, e ele não conseguia esconder com aquele lindo sorriso, a sua vergonha.

Continua

Ainda não tenho certeza se estou boa nisso, por favor, deem seu Feedback :)

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora