30.

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❌ Esse capítulo contém cenas de tortur4, descrição de mort3 e linguagem inapropriada, pode ser sensível para algumas pessoas, não leia se esse tipo de assunto te cause desconforto! ❌

Eu e Steve fomos ver o que era a "surpresa", ele me carregou até o corredor que dava acesso à escada e parou ali. Eu não tinha forças pra andar sozinha, minhas pernas estavam fracas e machucadas, me sentia mal por precisar ser carregada sempre que quisesse sair de um cômodo pra outro, mas eles diziam que não se importavam.
Certo, definitivamente era uma enorme surpresa, eles conseguiram fazer com que Gwen e Finn cabulassem aula pra vir me ver! Steve me pôs no chão, mas ainda me segurava, com a mão na minha cintura.

- Minha Yamada! - Gwen sorriu ao me ver.
- Pequena! Eu senti tanto sua falta. - eu descia as escadas com a ajuda do corrimão, não preciso nem dizer que Steve ainda me segurava, não é? - Steve, eu consigo descer sozinha. - falei me sentindo um peso por estar sendo tratada como se fosse uma boneca de porcelana que poderia quebrar a qualquer momento.
- Eu vou ajudar você a descer, depois disso, prometo só ajudar caso você peça minha ajuda, tudo bem? - ele disse e eu dei um suspiro cansado.
- Tudo bem.

Descemos e Gwen me deu um abraço apertado, senti tanta falta dela, falta do seu abraço e seu sarcasmo. Finn ficou paralisado quando me viu, me encarava como se estivesse vendo uma miragem e se perguntando se era real ou não.

- Ei, você não vai me dar um abraço? - falei enquanto Gwen saia do nosso abraço. Ele correu até mim e me abraçou como se fosse uma última vez.
- Jean Grey! - foi o que ele disse.
- O que? - perguntei confusa.
- Você é tão forte quanto Jean Grey! - saiu do abraço, mas ainda segurando meus ombros.
- Eu tinha esquecido que você era fã de quadrinhos, principalmente, fã da Marvel. - baguncei seus cachinhos.
- Ah, Yamada, meu cabelo não!
- O que foi agora, inseto? Não posso mais mexer no seu cabelo, é? - impliquei com ele.
- Ei, "inseto" já é meu! - Bruce se meteu.
- Pensei que "inseto" era meu apelido. - Robin disse com as mãos na cintura e uma expressão confusa.
- E é, mas essa palavra já é minha! - Bruce imitou sua pose.
- Cara, vocês são tão chatos. - me sentei. - Senti tanta falta de vocês, juro. - eu ri.

Nossa manhã foi assim, depois de algum tempo, os irmãos Blake foram embora, pra que pudessem chegar em casa no mesmo horário que chegavam em casa depois da escola. O resto do dia correu bem, apesar de tudo. Eu fiz o doce que prometi à Steve, ele comeu uns dois pedaços e depois dividiu com os garotos do time, me ofereceu um pedaço também, mas acabei recusando. Subi pro meu quarto, com muita dificuldade, abri a porta e observei a cena...

Eu não tive coragem de entrar, então fiquei parada na porta, mas foi como se tivesse entrado, vi tudo acontecer outra vez, comecei a chorar no mesmo instante. Senti minhas pernas fraquejarem e cai sentada no corredor, não consegui fechar a porta, então tive que encarar tudo aquilo de novo. Me senti impotente, me senti fraca e entrei em pânico.
Robin subiu as escadas correndo e veio até mim, fechou a porta e se abaixou ao meu lado, me deu um abraço forte e acariciou meus cabelos. Eu entendi aquilo como um "Está tudo bem, eu estou aqui com você", ficamos naquele abraço por cerca de cinco ou seis minutos, minha respiração que antes era desregulada e ofegante, agora estava calma.

- Fraca. Eu fui fraca. - eu disse com extremo desânimo.
- Do que está falando? - ele me encarou.
- Eu deixei que acontecesse, eu poderia tê-lo impedido! Eu fui fraca, Arellano! - voltei a chorar.
- Está ouvindo o que está dizendo, mi amor? - segurou meu rosto. - Sofreu bullying quando era pequena, sofreu com a ausência dos pais, você foi sequestrada durante dias! Passou coisas terríveis naquele porão, coisas que nem quis mencionar, já viu até fantasmas. - olhava tão fundo nos meus olhos que parecia estar vendo minha alma.
- Mas... - sentia vergonha em olhar em seus olhos de volta.
- "Mas" nada, ainda não terminei. Você é incrível, Yamada. Ouviu? - aproximou seu rosto do meu, forçando-me a olhar pra ele.
- Ouvi. - olhei, ainda sem força de vontade pra responder com animação. - Me desculpe, ok?
- Desculpar pelo o que?
- Me sinto culpada até por chorar, mas não sei o motivo exatamente.
- Está tudo bem, meu amor. Vou sempre estar aqui pra você e por você, Yamada. Não precisa sentir culpa e se desculpar por isso, você não tem culpa de absolutamente nada! - sorriu gentilmente, acariciando minhas bochechas.
- Jura?
- Juro.

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora