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- Ei, que bagunça é essa aqui? - foi a primeira coisa que Robin disse quando chegou.
- Ah, oi! - Bruce saiu de um dos quartos.
- O que você tá fazendo aqui? - perguntei.
- Sábado letivo nós saímos mais cedo, não lembra?
- Eu sei disso, mas o que você tá fazendo na casa do Arellano? E pior ainda, que caos é esse? - coloquei as mãos na cintura.
- Bem, eu... - ele não pôde terminar, algo passou correndo da sala pra cozinha, tão rápido e pequeno que nos assustou.
- O que era aquilo? Era um rato? - Gwen já estava em desespero. - Yamada, era um rato! Cadê o tio Joey uma hora dessas? - disse quase chorando.
- Gwen, está tudo bem. Deixe comigo! - Robin disse com tom esnobe. - Vou ver o que é. - foi em direção à cozinha.
- Não, espere! - Bruce o parou. - Deixe que eu vejo o que é, certo? - deu um sorriso desconsertado.
- O que está escondendo, Bruce? - Robin perguntou tentando passar.
- Não é nada! - se colocava na frente de Arellano, impedindo sua passagem. Começaram a discutir ali mesmo.

Coloquei Gwen pra trás e passei pelos rapazes, indo até a cozinha, eles sequer notaram minha presença.
A coisa pequena que passou correndo estava encolhida debaixo da mesa, estava assustado. Me abaixei pra ver o que era e fiquei surpresa quando o vi, era um cachorrinho.

- Oh, meu Deus. - o peguei no colo, ele estava tremendo de frio. - Pronto, pequeno. Está tudo bem agora. - enrolei-o no meu suéter.
- Yamada, você o pegou? - Gwen me perguntou parada na porta, ainda com medo do "rato".
- Sim, pode vir.
- Certo... - ela veio andando até mim, olhando em cada centímetro que seu pé tocava.
- Está tudo bem, venha.
- Estou indo! - disse brava por eu estar apressando-a.
- Olhe aqui. - eu ainda estava agachada, puxei a gola do suéter pra mostrar a ela o que havia dentro.
- Não acredito! Deixe-me pegar? - se sentou ao meu lado.
- Ele está fedido e está com frio, acho melhor você pega-lo quando estiver limpo e cheiroso.
- Tudo bem, mas co... - foi interrompida pelos garotos.
- Já disse que eu pego! - Bruce falou enquanto estava andando atrás de Robin.
- Cara, eu tô te falando pra deixar que eu pego!
- Já pegamos. - Gwen disse chamando a atenção deles.
- Ah, sério isso? - pararam de braços cruzados.
- Sim. - a pequena Blake falou já querendo rir, provavelmente porque eles pareciam duas crianças brigando.

Eu não aguentei e comecei a rir da cara deles, não demorou muito até que eles começassem a rir também.

- Sério, parecem gato e cachorro. - eu disse enquanto fazia carinho no cachorrinho, por debaixo do suéter.
- Eu sou o gato, né? - Bruce falou enquanto passava a mão no cabelo. - Robin é um vira-lata.
- Ei! - Arellano deu um soquinho no ombro dele.
- Tá bom, já chega. O que vamos fazer com esse cachorro? - perguntei.
- Yamada, até você? Fala sério! - ele disse indignado, me fazendo rir.
- Não estou falando de você, acalme-se. Estou falando dele! - puxei a gola do suéter, para mostrar o cãozinho que havia ali.
- O que? Como esse cachorro foi parar aí? - ele disse de boca aberta. - Bruce! - virou-se pra ele.
- Desculpe, ok? Eu não tinha pra onde levar! - gritou pondo suas mãos pro alto, como rendição.
- Não acredito, o que vou fazer agora? Olhe o estado da casa!
- Eu arrumo, inseto! - os dois se encararam. - Mandão!
- Mandão é minha mão na sua cara!
- Dá pra pararem? Olhem, vamos fazer assim... Eu e Gwen vamos cuidar dele e vocês dois arrumam a casa, pode ser assim?
- Pode. - bufaram.
- Certo, não se matem, por favor. - me levantei. - Vamos, Gwenny. - dei um sorriso a ela.

Eu e Gwenny demos banho no cachorrinho, ela fez a maior parte do trabalho, eu só ajudei ela para segura-lo e tentar fazer com que ficasse calmo. Terminamos e o deixamos enrolado em uma toalha, Robin tinha um secador, mas tão velho que ficamos com medo de ligar.

- Pode deixar que eu fico com ele agora, você pode ir ver os meninos. - Gwen deu um sorriso enquanto abraçava o pequeno filhote.
- Tá bom, me chame se precisar de ajuda com ele. - sai do quarto.

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora