22.

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- Me solta, porra! - dei uma cotovelada pra trás que o fez cambalear dando alguns passos pra trás, segurando a barriga por conta do meu golpe. Aproveitei seu momento de fraqueza e dei um chute lateral no seu rosto, jogando-o no chão. - Quem é você e o que quer? - ele estava se recuperando.
- Você é forte, hein. - ele se levantava, mas ainda estava ajoelhado na minha frente.
- Ainda não viu nada. - eu já era puro estresse. - Ponha-se de pé!
- Já vi que é toda esquentadinha. - ele riu enquanto ficava de pé em minha frente.
- O que você quer de mim? Que história é essa dos meus pais terem mandado você? - dei um passo pra trás.
- Quero você longe do mexicano. - ele deu um passo à frente.
- Chame ele assim de novo e eu arrebento essa merda que você chama de cara! - ameacei investir.
- Ora, vamos. Você sabe que vocês não tem nada a ver, você sabe quem eu sou? - ele não moveu um músculo.
- Eu estou te perguntando isso desde que você me puxou, seu esquisito. - relaxei minha postura, mas sem baixar a guarda.
- Certo... Meu nome é Walker Jackson, nossas famílias são amigas, quer dizer, seus pais são amigos dos meus pais. - deu outro passo à frente.
- Meus pais? Fala sério, meus pais vivem trabalhando, do que está falando? - dou outro passo pra trás, tentando me afastar dele e chegar perto da porta pra poder fugir.
- Somos da Coréia, eles eram amigos quando todos morávamos lá. Você foi prometida à mim quando éramos crianças. - ele andou até mim e eu imediatamente sai do banheiro.
- Prometida nada! Eu já tenho alguém, você é louco! - sai correndo direto pra sala.
- Yamada, ouça o que estou dizendo! Vai se arrepender disso! - gritou do banheiro.

Bati na porta da sala, já pedindo mil perdões pra professora. Ela deu permissão pra entrar e eu me sentei na última carteira, tentando entender tudo que estava acontecendo. Ser prometida? Voltamos pra Era Medieval? Iria perguntar pro Bruce sobre alguma família Jackson depois, talvez ele conhecesse. Não consegui prestar atenção na aula, senti olhares de todos os lados durante a aula, sabia que eram os olhares das pessoas curiosas por saber o que tinha acontecido e como eu tinha escapado. Me senti um pouco intimidada, mas no intervalo iria encontrar meus amigos, então estava motivada por isso.
Assim que tocou o sinal, sai correndo pro mesmo banco de sempre e esperei por Finn, Gwen e Robin, mas quando chegaram tinha algo estranho. Robin e Finn estavam com um rosto triste, como se tivessem recebido uma má notícia, ainda não sabia se contaria ou não, talvez o ambiente ficaria ainda mais pesado. Gwen estava confusa assim como eu. Robin se sentou na minha frente, ao lado de Finn, o que era muito estranho, já que ele sempre sentava do meu lado e escorava sua cabeça no meu ombro.

- O que aconteceu? - perguntei preocupada.
- Nada. - Finn respondeu frio.
- Vocês estão bem? - Gwen perguntou.
- Estamos, sim. - Robin disse mexendo na bandana em seu pulso. Fiquei quieta, será que falei algo errado?
- Arellano. - falei encarando-o.
- Sim? - ele não estava olhando nos meus olhos, já saquei que tinha feito algo.
- Fiz algo? - perguntei mexendo nos meus anéis. - Algo que não deveria...?
- Yamada. - me encarou. - Conhece algum Walker? - estava bravo. Congelei.

Finn e Gwen estavam apenas observando.
- Eu conheci alguém com esse nome hoje mais cedo, queria falar sobre isso com vocês. - fiquei séria.
- Ora, então fale! Quero ouvir o que tem a dizer. - ele ficou com postura rígida e me encarava com aquela cara de bravo que só Arellano sabe fazer.
- Por que está me tratando assim? Não sou adivinha, Robin! - bati na mesa.
- Só quero que diga quem é ele, caralho! - gritou próximo a mim, no mesmo instante meus olhos marejaram.
- Nunca mais volte a gritar comigo ou falar comigo desse jeito! Entendeu? - me levantei, aquele cara tinha dito alguma coisa pra ele, eu sabia disso, eu precisava saber o que ele disse. - Eu não sei quem ele é, ou o que ele te disse, mas é mentira! Eu nem sabia da sua existência algumas horas atrás!
- Então por que entrou no banheiro com ele? - ele se levantou com lágrimas nos olhos.

Na minha frente, havia o garoto que eu amava, me questionado sobre algo que eu nem fiz! Quer dizer, eu fiz, mas não desse jeito. Eu não entrei naquele banheiro por vontade própria!

- Já chega, esqueça tudo. - ele tirou a bandana do pulso, jogou na mesa e saiu, foi na direção do "nosso" jardim.

- Arellano, mas eu... - não pude terminar, ele já estava fora de alcance. Me sentei, estava desacreditada, não conseguia parar de chorar. O que eu tinha feito? Isso é culpa minha!
- Finnie, o que aconteceu?... Pode me contar? - perguntei em meio às lágrimas.
- Certo, duas pessoas novas na nossa turma, um deles é um tal de Walker, ele sentou do nosso lado e contou que viu uma garota muito... Bem, ele disse 'muito bonita' com suas próprias palavras. Disse que tinha ficado com ela no banheiro e falou sobre... curvas. Certas curvas. - ele dizia com tom triste.
- Mas o que isso tem haver comigo? Por que Arellano ficou bravo comigo?
- Porque ele deu suas características, todas elas, inclusive sua bandana. Disse algumas outras coisas que eu prefiro não comentar.
- Isso é verdade, Yamada? - Gwen perguntou decepcionada.
- Como pode me perguntar isso, Gwenny? Eu nunca faria isso com Robin! - me levantei. - Obrigada, Finn. Tenho um problema pra resolver, depois nos falamos. - peguei a bandana e sai.

Sai pra procurar aquele tal de Jackson, iria confronta-lo sobre o que ele tinha dito. Não deixaria barato depois de saber como Robin ficou e as coisas que ele teve que ouvir. Demorei um pouco, mas achei o filho da puta. Ele estava em uma rodinha no pátio do lado do refeitório, estava batendo papo.

- Aí está você, meu bem. - ele disse dando um sorriso.
- Eu trouxe um presente pra você! - eu disse dando um sorriso.
- Sério? O que é? - falou curioso.
- Isso aqui, oh. - dei um soco tão forte que senti dor só em sentir o atrito entre nossas peles. - Filho da puta, vem pra cima! - fiquei em posição defensiva.
- Não posso lutar com uma garota, é injusto. - disse ele se recuperando do soco.
- Injusto? Então vai apanhar quieto, é? - só queria que ele revidasse pra que eu pudesse me "defender"
- Desculpe... gatita. - tentou imitar o sotaque que só Robin tinha. - Não bato em garotas. - sorriu esnobe e voltou a conversar.
- Agora você tá morto! - chutei sua barriga, outra vez, joguei o garoto no chão. Subi em cima do mesmo e não parei de socar sua cara até ver sangue. - Pense no que fez, infeliz! Nunca mais invente algo sobre mim, ouviu? Nunca! Nunca! Nunca!

Continuei batendo nele com todo o ódio que deixei guardado, além de estar furiosa, eu também estava com todos os sentimentos a flor da pele. Me levantei e comecei a chuta-lo.

Quando percebi, tinha uma rodinha de pessoas ao nosso redor, mas não parei enquanto ele ainda estava consciente. A única coisa que vinha na minha mente, era Walker me puxando pro banheiro, Robin gritando comigo e me "acusando" de fazer coisas que eu nunca teria coragem de fazer, estava lembrando das coisas que Finn disse que ouviu saindo da boca daquele garoto nojento! Dizendo ter feito coisas comigo. Eu ainda estava chorando, chorando de raiva e tristeza. Podia ver Finn e Gwen (não diretamente), estavam parados em minha direção, estavam em choque, vi que Robin chegou atrás deles, procurando quem estava causando tanto furdúncio. Foi quando voltei a realidade, ele havia desmaiado.

- O que... eu fiz? - olhei minhas mãos e estavam cobertas de sangue. - Meu Deus.
- Yamada... - Finn e Gwen se aproximaram na esperança de me ajudar, enquanto Robin apenas me olhava com... tristeza?
- Não! Não. - sai correndo pro banheiro, estava suja de sangue. O que eu tinha feito? Meu Deus!
- Espera! - Gwen veio atrás de mim, pegou minha mão. - Oh meu bem... - ela me abraçou.
- Eu juro que não quis fazer isso! E eu não fiz nada com ele no banheiro, Robin nem me deixou explicar! - chorei no ombro da menor.
- Está tudo bem, primeiro se de um tempo, certo? Tenho certeza que Robin vai ouvir o que você tem a dizer.
- É claro que vou... - ouvi a voz de Robin, no mesmo instante, levantei meu rosto. - Hola gatita, você é realmente boa de briga, não é?

Continua

não esqueçam do grupo, beijo beijo 🫶

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora