5.

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Ele veio até nós e se sentou, estava em choque.
- E então? - Gwenny pergunta e nós o encaramos, esperando uma resposta positiva.
Ele estava suando.
- "Sim", ela disse "sim". - sorriu. - Aceitou sair comigo! - gritou.
- Sério? Oh meu deus, não acredito! - eu digo com empolgação.
- Para, era óbvio que ela iria aceitar, [y/n]. - Robin diz com revirando os olhos.
- Não acredito que ele teve coragem de chamá-la pra sair, imbecil! - cruzei os braços.
- Ora, da pra vocês pararem? Precisamos planejar e arrumar! - Gwen diz num tom mais alto. - Quando vão sair, Finnie?
- Hoje à tarde. - disse nervoso.
- Ok, desculpa. - eu e Robin dissemos.
- Vocês dois vão ter que ir lá em casa de novo. - Gwenny disse se direcionando ao Robin e a mim, apenas nos encaramos e fizemos concordância com a cabeça.

Na próxima aula, o professor queria que fizemos um trabalho em dupla, teríamos que fazer no fim de semana. Como Finn ia fazer com Donna, eu tive que fazer com Robin. Já éramos amigos, mas ainda sentia meu coração acelerar perto dele, eu não sabia o por quê desse sentimento. Geralmente, sentia isso quando estava prestes a brigar com alguém ou estava conhecendo alguém novo. Talvez fosse isso, afinal, eu ainda não o conhecia completamente. Arellano ainda era um mistério pra mim, eu nunca sabia qual iria ser sua reação, parecia um gato arisco.

- Na minha casa? - ele se pronuncia.
- Ah, sim...? - estava perdida nos meus pensamentos.
- O que foi? - encarou-me. - ¿Está bien, insoportable? - disse passando na frente do meu rosto, chamando minha atenção.
- Sim, mexicano. Estou bem! - essas palavras saíram mais grosseiras do que deveriam. Nada me irritava mais do que ser chamada de insuportável.
- O que fiz dessa vez? - disse com indignação.
- Me chamou de insuportável, tu que eres insoportable! - retruquei.
- Parem de brigar por pelo menos um minuto! - Finney se vira para nós.
- Desculpe... - ambos respondem.

Mais tarde, já havia saído de casa e estava indo pra casa de Finn. Vi que Robin estava saindo de casa, tinha alguém brigando com ele, mas não pude entender nada. Ele apenas atravessou a rua andou ao meu lado, em silêncio. Estava com cara de bravo, mas visivelmente estava triste.

- Ei Robby, me desculpe por hoje mais cedo... - falei pacificamente.
- Robby? Já me deu um apelido?
- Sim, não gostou?
- Gostei, mas prefiro quando você me chama de Arellano. - sorriu, ainda olhando pra baixo. Eu senti minhas bochechas ficarem levemente aquecidas.
- Do jeito que fala parece que apenas eu chamo você assim.
- Não é a única que chama, mas é a única que eu gosto.
- Robin, está tentando me paquerar? - falei rindo.
- Estou, está funcionando? - falou me olhando e dando um sorriso.
- Ah sim, definitivamente. - concordei.
- Não consegui entender se isso foi sarcasmo ou não, pare de brincar com meu coração, gatita. - colocou a mão no peito.
- Tem certeza que sou eu quem está brincando com seu coração?
- Com certeza!
- Conta outra, garoto. - nós rimos.

Pouco tempo depois, ainda caminhando, ele puxa papo.

- Yamada, você pode assistir filmes de terror?
- Raramente falo com meus pais, então quem fica comigo é Bruce, ele não deixa, mas eu assisto escondido. - dou risada.
- Entendi... Bem, o que acha de assistir O Massacre da Serra Elétrica comigo? - falou sem graça.
- Oh... - gaguejei. - Só nós dois? -
- Sim, quer dizer não, é-... Você pode chamar mais alguém, se quiser! - olhou nos meus olhos.
- Não! Está tudo bem. - tentei encara-lo de volta, mas não conseguia. Apenas sorri.

Seguimos o caminho normalmente. Quando chegamos a casa de Finney, ele e Gwen estavam doidos!

- Gwen, onde está minha camisa branca de botões? - Finn gritou enquanto andava pela casa, entrando em todos os quartos e revirando tudo que via em sua frente.
- Eu não faço ideia! Veja se não está na lavanderia! - Gwen grita de volta, do outro lado da casa.
- Ela está suja? Não acredito! - diz Finn com voz de choro, saindo da lavanderia.

Robin e eu estávamos parados na porta, pensando como íamos arrumar aquele caos. Finney sai do corredor e quase não repara nos seus visitantes.

- Graças a Deus! Nosso reforço chegou, Gwen!
- Jura? - a pequena Blake vem correndo em minha direção. - Finalmente!
- O que foi? - pergunto.
- Finney quer sair desse jeito, não muda de ideia por nada! - bufou.
Realmente, sua roupa não era das melhores.
- Vocês vão em um rodeio? - Robin implica.
- Ah, qual foi. - Finney bateu as mãos.
- Venha, cacheadinho. Vamos ver uma roupa melhor. - puxei indo em direção ao seu quarto.
- Boa sorte para achar alguma peça de roupa decente. - Gwen diz com sarcasmo.
- Sentem-se e assistam. - falei apontando pra cama, Robin e Gwen se acomodam.

Alguns minutos procurando. Achei uma calça jeans preta, uma camisa preta de manga longa, seu suéter verde escuro e para finalizar, seu all star preto.

- Onde achou esse suéter? - ele questiona, com as peças de roupa em mãos.
- No seu armário? - Robin diz com aquele seu sorriso de lado, junto de sua sobrancelha arqueada.
- Faz muito tempo que não o vejo usando esse suéter. - Gwen se pronuncia.
- Qual é, não é como se seu armário fosse um portal para um outro mundo. - eu ri. - Já deve estar no seu horário, não?
- Você vai ir buscá-la, certo? - Robin pergunta.
- Não esqueça de levar flores! - Blake continua.
- Tá bom! Me deem um momento. - olhou-se no espelho.
- O que acham, fiz um bom trabalho? - falei.
- Definitivamente! - dizem em conjunto.

Finn sai do quarto, fazendo com que nós os seguíssemos. Ele entra na cozinha e vai em direção aos armários, abre um deles, mas o fecha de repente.

- Não vai comer? - Gwenny pergunta para o irmão mais velho.
- Não tenho certeza, talvez possa passar mal por causa do nervosismo.
- Ora, besteira! Coma algo, talvez fique até melhor. - tentei ajudar.
- Deixe disso, vá buscar a Donna! - Robin se mete.
- Mas e se ele passar mal? - Gwen pergunta.
- Tenho certeza que não vai. - falou enquanto puxava Finn para fora de casa. - Agora, vá buscar Donna, depois conte-nos tudo!

O vimos sair, até seu caminhar estava diferente, parecia ter esquecido até mesmo como fazê-lo. Conforme vai ficando mais tarde, nós precisamos ir embora, mas ainda não tinha certeza sobre deixar Gwen sozinha. Seu pai estava passando alguns dias na casa do irmão, pois ele estava muito doente.

- Será que podem dormir aqui, apenas hoje? - suplicou.
- Provavelmente não terei problemas com meu tio. - o da bandana diz.
- Não tenho certeza, preciso falar com Bruce. Posso usar seu telefone?
- Sim, fica do lado da entrada na cozinha. - me guiou.

Disquei o número de casa, alguém atende mas fica em silêncio.

- Bruce? - ouço algo como... "É pra você" do outro lado da linha, era uma voz feminina.
- Alô?
- Bruce, quem está aí? - perguntei. - Mesmo que seja uma mulher, essa não é a voz da mamãe.
- Tem razão, não é a mamãe. É uma garota com quem estou saindo. Mas o que foi, está tudo bem?
- Está sim, mas o pai de Gwen não está em casa, então ela está sozinha. Queria saber se posso dormir aqui com ela.
- Estão apenas vocês duas? Querem que eu vá aí? - pergunta preocupado.
- Não, Robin e Finn estão aqui. Estamos bem.
- Ah, não vejo problemas, portanto que não durma tarde e venha cedo para casa amanhã.
- Sério? Obrigada! Eu te amo.
- Eu também te amo, tampinha.

Desliguei.

- Gwen, pode me emprestar uma roupa parar dormir?
- Claro! Vem comigo. - me puxou, quando voltamos, Robin tinha mudado de roupa também.
- Ora, o que estão olhando? Finney e eu já somos amigos a bastante tempo, já posso pegar sem pedir! - disse estressado, Gwen e eu apenas rimos da sua cara.

Estávamos arrumando nossas camas no quarto de Gwen, tinha mais espaço, então não teria problema. Arrumamos quatro camas no chão, apesar de já ter a cama de Gwen, ela disse que iria dormir no chão conosco. Finn também dormiria no quarto de sua irmã, para nos fazer companhia. Mas ainda não havia chegado, só tinham se passado duas horas, provavelmente estava voltando para casa. Cerca de trinta minutos depois de arrumarmos tudo, ele chega. Radiante. Não parava de sorrir! Ele nos contou tudo sobre ela, falava quais seus livros favoritos, quais flores gostava mais e o quão cheirosa ela era.
Confesso ter ficado entediada, era Donna pra cá e Donna pra lá, quando vimos, estávamos todos dormindo.

No meio da noite, ouço barulhos vindo da cozinha, e dou falta dos meninos no quarto.

Continua

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora