Você é Insuportável! || Arellano

31.

Cheguei em casa e fui até o quarto de Bruce pra ter certeza que estava em casa, percebi que os meninos tinham dormido aqui hoje, eles dormiam aqui com mais frequência depois do incidente com Walker, fechei a porta com muito cuidado pra não acordar nenhum deles e fui direito pro meu quarto, é, não pro porão que eu chamei de quarto, mas sim, meu real quarto. Estava tudo um caos lá dentro, mas eu não podia mais correr pro porão, não podia mais me esconder. Limpei tudo, cada resíduo deixado por Walker, limpei com tanto ódio que nunca tinha visto meu quarto tão limpo. Joguei fora as coisas que ele tocou, inclusive, algumas roupas minhas que ele usou pra se "aliviar", nelas eu coloquei fogo.
Eu estava tão exausta, ainda não tinha amanhecido, olhei no relógio que ficava na minha cômoda, ainda eram quatro horas, eu tinha algum tempo até que os outros acordassem.
Eu fui dormir quatro e vinte e cinco da manhã, eu tive certa dificuldade pra dormir, mas peguei no sono alguns minutos depois de virar de um lado pro outro na cama.

Ponto de Vista: Robin

Acordei de madrugada, eu tava morrendo de sede, então depois de pensar muito se valia a pena sair debaixo das cobertas ou não, acabei indo. Saindo do quarto do Bruce, já estranhei que a chave que deveria estar trancando a porta do quarto de [y/n] não estava lá, será que ela mesma tinha tirado de lá? Tentei ignorar, mesmo tendo achado estranho e fui beber a tão aguardada água. Quando eu ia subir as escadas, pensei em ir ver mi hermosa, fazia algum tempo que não falava com ela, passei muito tempo jogando com Steve e Bruce. Desci até o porão, mas ela não estava lá, pra onde ela pode ter tido? Não, não acredito que ela esteja lá... Subi as escadas e fui até o quarto dela, pra minha surpresa, ela estava lá. Quando abri a porta e dei o primeiro passo pra entrar no quarto, ela ouviu e entrou em desespero, acordou extremamente assustada. Ficou sentada na cama, segurando as cobertas.

- Vá embora daqui! - ela falou, mas ainda em baixo tom. - Estou avisando! - sua expressão era um misto de raiva e tristeza.
- Cariño, está bien, soy yo, Robin. (Querida, está tudo bem, sou eu, Robin). - tentei falar com uma voz tranquila, pra que ela não ficasse assustada.
- Arellano? - sua expressão se suavizou quando ouviu minha voz e meu nome.
- Sim, meu amor. Eu posso entrar?
- Pode, é claro. - se deitou, outra vez.

Entrei no quarto e me sentei na beira da cama, eu não sabia o que dizer pra tentar amenizar o que ela estava sentindo, mas sabia que não podia deixá-la sozinha.

- Posso ficar aqui com você?
- Pode ficar aqui comigo?

Nós falamos juntos e damos risada quando terminamos a frase.

- É óbvio que você pode. - ela disse com um sorriso.
- Certo, vou pegar meu travesseiro e minha coberta no quarto do Bruce! - me levantei.
- O que? Você é doido?
- Anh?
- Bruce vai te matar se ver você entrando lá e sair pra vir pro meu quarto. Fique aqui mesmo.
- Mas como eu vou fazer minha cama no ch...- ela me interrompeu.
- Eu não vou deixar que durma no chão, sabe disso. - disse num tom sarcástico. - Venha. - levantou a coberta pra que eu me deitasse.
- Tá, mandona. - fiz como ela mandou, me deitei ao seu lado, abracei sua cintura e ela pôs seus braços ao redor do meu pescoço. - Você... Está tudo bem pra você se eu ficar aqui? Mesmo? - a encarei.
- Sim, querido. - sentia borboletas no estômago quando ela me chamava por Arellano ou qualquer outro apelido. - Por quê a pergunta?
- Não sei, talvez você ainda estivesse desconfortável em ficar perto de garotos... Essas duas últimas semanas, você tem estado tão distante, pensei que era isso. - fiquei triste dizendo aquelas palavras, desviei meu olhar.
- Eu só... Estava me recuperando, tudo bem? - provavelmente ela ficou sem graça tendo que responder ao que eu tinha dito.
- Desculpe, disse algo idiota. - cobri meu rosto com a coberta.
- O que? Claro que não! Você tem total direito de "cobrar". - ela descobriu meu rosto. - Ouviu?
- Ouvi, sim. - a abracei, outra vez.
- Ai!
- O que foi? - afrouxei meus braços ao seu redor.
- Minhas costas ainda doem.
- Ainda tem os machucados?
- Não tenho certeza, pode conferir pra mim? - ela disse se sentando na cama e virando suas costas pra mim, levantando a parte de trás da camisa. - E aí?