34.

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Fomos correndo pra casa depois disso, mas como estava chovendo, Robin acabou escorregando quando foi subir na calçada.

- Porra! - indagou.
- Meu Deus, você tá bem? - perguntei deixando risadinhas escaparem, mas também fiquei preocupada, tinham sido um tombo feio.
- Yamada, por que você tá rindo, cara?
- Desculpa, você não viu do mesmo ângulo que eu. - falei enquanto estendia minha mão a ele.
- Hum, sei. - ele levantou sozinho, mesmo tendo visto que ofereci ajuda.
- O que foi? Ficou bravo? - brinquei com ele.
- Não. - respondeu sério e continuou andando, me deixando pra trás.
- Ei, calma. - corri até ele e andei normalmente ao seu lado. - Eu tava brincando, olha aqui. - entrei na sua frente e reparei que ele tinha um pequeno corte no queixo, segurei seu rosto por impulso. - Oh, meu Deus, você acabou fazendo um mac...
- Deixe, eu faço um curativo em casa. - tirou minha mão e continuou andando.
- Por que está sendo tão grosso comigo? Eu não ri por maldade, Arellano. Me desculpe, ok?
- Tá bom, Yamada. Certo. - seguiu andando.
- Vai mesmo fechar a cara pra mim? - continuei parada no mesmo lugar. - Porra.
- Vamos logo.

Fiquei furiosa com ele, ele tinha ficado bravo porque eu dei uma risadinha? Eu sequer tinha visto o machucado! Sei que foi errado rir, mas eu cheguei a pedir desculpas, fiquei realmente me sentindo culpada por ter rido sendo que ele se machucou.
Seguimos caminho mantendo certa distância, mas não por culpa minha, Arellano estava andando rápido demais e sabia disso, ele quem preferiu me deixar pra trás, o que me irritou ainda mais.

- Da pra andar mais rápido? - perguntou, havia parado.
- Da pra andar mais devagar? - retruquei, me aproximando.
- Foi mal. - estendeu sua mão.
- Tudo bem. - peguei sua mão, mas sem mudar minha expressão, que ainda era séria.

Assim nós continuamos, mãos entrelaçadas e em silêncio, ainda estava um clima estranho, mas não sabia o que falar. Chegamos em casa e eu ainda estava brava, bati na porta e Bruce abriu.

- Meu Deus, estão encharcados!
- É, um pouco. - falei entrando e tirando meus coturnos.
- O que foi? Estão com cara de enterro.
- Pergunte a ele. - subi as escadas e fui tomar um banho.

Ponto de Vista: Narrador :)

- O que você fez? - Bruce perguntou.
- Eu não fiz nada. - Robin cruzou seus braços.
- Diga logo.
- Eu cai e acabei me machucando, ela deu risada e eu só fiquei bravo por causa disso, agora ela tá brava porque eu tô bravo.
- Minha irmã nunca daria risada sabendo que você se machucou, você sabe disso, não sabe? - o garoto mais velho se apoiou na porta.
- É, eu sei... Mas eu fiquei meio triste. - Arellano mexia na bandana por nervosismo e desviava seu olhar.
- Ela não pediu desculpas ou algo assim?
- Pediu, mas eu fui grosso com ela.
- Bem... Por que não conversam? - ele perguntou e deu espaço pra que Arellano passasse.
- Estou encharcado, não posso subir lá assim. - soltou uma risadinha.
- Verdade. - Bruce riu junto. - Então, o grande dia está chegando, você poderá se desculpar. - colocou sua mão no ombro de Robin, como apoio.
- Certo. - hesitou um pouco, não tinha certeza se queria esperar.
- Não fale com estranhos no caminho, certo, inseto? - bagunçou o cabelo do rapaz.
- Pode deixar. - ele riu e deu alguns passos pra trás, mas antes de se virar para ir embora... - Você pode... Tentar conversar com ela? Por favor, Bruce? - fez sua cara de cachorro pidão.
- Deixa comigo, inseto. - levantou seu polegar. - Agora vá antes que fique muito tarde. - deu um sorriso.
- Já estou indo. - devolveu o sorriso e foi embora, dando um último aceno quando estava virando a esquina.

Ponto de Vista: [Y/n]

Como eu havia dito, subi e fui tomar banho. Entrei debaixo do chuveiro e algo estava me incomodando, enquanto lavava meu cabelo e sentia a água quente escorrer pelo meu corpo, alguém me chamou, mas não chamou meu nome...?

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora