37.

454 45 54
                                    

- Seus amiguinhos podem voltar e eu não? - ele disse com voz de choramingo e uma expressão triste, enquanto passava a mão nas minhas bochechas.
- Você...! Não, não outra vez! - gaguejei por nervosismo, mas rapidamente me recompus. Segurei o pulso da mão que passeava a mão pela minha bochecha. - Tire essa mão imunda de mim!
- Como se atreve? - os olhos dele se arregalaram e sua respiração ficou pesada. - Você acha que alguém, além de mim, tocaria em você? Nunca! - o homem falou enquanto segurava um dos meus pulsos com uma mão. e na outra, pegou no meu pescoço.
- Você é só mais um merdinha que não aceita a própria sexualidade e pega menininhos para se satisfazer, porque sabe que homem algum vai querer você. - foram as últimas coisas que eu disse, porquê depois disso ele me deu um tapa tão forte que cai no chão e bati a cabeça.

Eu sei que não deveria ter saído daquele jeito, muito menos sozinha, mas foi por impulso e eu só precisava sair de lá. Depois que eu vi o rosto daquela garota (eu sequer tinha convidado ela), eu simplesmente surtei. Além dela ter aparecido na minha festa sem ser convidada, ela estava "roubando" meus amigos e meu namorado, o que queria que eu fizesse?

Por fim, voltando ao que nos interessa. Adivinha onde eu acordei? No mesmo inferno de porão, mas estava tudo diferente, ele "reformou" tudo. O buraco no qual ele caiu, estava tampado. A janela agora não era mais uma janela, ele a cobriu com tijolos, sequer tinha algo que me pudesse fazer deduzir um horário.
Eu estava no mesmo colchão velho e sujo, ao lado do mesmo telefone preto e velho, que supostamente não deveria funcionar. O Sequestrador estava sentado na frente da porta com uma cinta na mão e eu estava com as mãos amarradas.

- O que quer agora? Nada que tentar fazer vai me machucar tanto quanto da última vez. - me mantive firme.
- Mas eu não vou machucar você, meu amor. - ele se levantou e agachou na minha frente, segurou meu queixo. - Ele vai.

Quando ele disse isso, senti um arrepio por todo meu corpo, ele sabia que não poderia te atingir, não mais ou não da mesma forma que antes. Por isso chamou alguém que poderia junto a ele, poderia me fazer implorar pra que acabassem logo comigo.
O som da porta de ferro abrindo quebrou o silêncio e fez com que o local ficasse ainda mais frio (eu sei que essa parte foi também da minha cabeça). A porta abrindo permitiu que eu visse quem havia destrancado, mas como a luz lá de cima estava acesa, não podia ver seu rosto.

- Quanto tempo... Esquentadinha. - ele disse com um tom irônico.
- O... O que? - eu estava desacreditada. - Walker.
- Tcharam! - o homem que estava na minha frente abriu os braços. - Gostou da surpresa, pequena? Tive muito trabalho preparando isso tudo só pra você!
- Desgraçado! Vai pro inferno, seu filho da puta! Eu te odeio e eu vou te matar como te matei da última vez! - me inclinei em sua direção e gritava tão alto que fazia minha garganta doer. - Walker te disse como eu o matei? Conversaram sobre isso? Eu cortei as costas dele, assim como ele fez comigo. - era prazeroso dizer como tinha feito minha vingança, talvez eu devesse ir pra terapia... ou hospício. - Sabe o que mais? Eu dei a porra de uma martelada naquela merda que ele chama de pau, o mesmo que teve coragem de me violar e não acaba por ai, tem mais! Quer saber o que mais, seu gay retraído? Eu literalmente cortei ele em pedacinhos e o enterrei no mesmo buraco que você caiu, seu resto de aborto! - por fim, cuspi na sua cara.
- Bem... Parece que não aprendeu nada neste tempo que estivemos separados. - Walker chegou mais perto e eu pude vê-lo melhor.
- Desde quando você virou o Frankstein? - debochei dele.
- Você sabe que foi você quem fez isso comigo, sua vadia.
- Ora, Jackson, achei que combinou tanto com você! - eu comentei num tom amigável. - Mas confesso que estava muito melhor quando você ficava com essa merda de boca fechada.
- Eu vou fazer sua vida ser um inferno... Mas eu garanto que vai ser muito mais lento do que foi naquela noite. - sussurrou no meu ouvido.
- Qualquer um consegue ser mais lento que você, Walker Jackson. - falei olhando diretamente em seus olhos e era como olhar se eu estivesse olhando pra um demônio (não que eu não estivesse né), Walker era pura maldade e nada que ele dissesse ou fizesse poderia distorcer esse fato.
- O que quer fazer, Jackson? - o Sequestrador o perguntou.
- Ora, nem se preocupe, você sozinho pode ser muito pior que ele. - me meti da conversa dos dois, mesmo com medo do que poderiam fazer, não abaixava minha cabeça pra ninguém além dos meus irmãos!
- Sua megera, precisa de uma lição! - em seguida, um soco no nariz. Assim que vi o sangue pingando na blusa, desmaiei. Peguei um forte trauma depois do que Walker fez, deixou meu próprio quarto lavado com meu sangue.

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora