Você é Insuportável! || Arellano

39.

Robin acordou tonto, sacudindo a cabeça e tentando passar a mão onde recebeu a pancada, mas não era possível, estava com as mãos amarradas. (Sabemos como nosso Arellano é bom com nós, não é?).

- Que porra é essa? Você é louco?

Alguém discutia no cômodo ao lado. O garoto com a bandana demorou um pouco para conseguir reconhecer as vozes, mas quando sua ficha caiu, percebeu que era Walker, Andrew e o Sequestrador.

- E você queria que eu fizesse o que? Ele também é cúmplice dela! - Andrew tentava se justificar.
- Mas é um erro deixar que se vejam nesse estado! É óbvio que vão conseguir sair de ficarem juntos. - Walker andava batendo os pés com força no chão.
- Walker tem razão. Esses dois conseguem se comunicar sem dizer uma palavra. - o Sequestrador dizia com uma mão no queixo, enquanto sua perna não parava por um segundo, estava inquieto. Ele sabia dos riscos que corria.

Arellano enquanto isso, tentava se soltar e estava quase desfazendo o nó, mas percebeu o silêncio na sala do lado e em seguida, o som de passos. Eles estavam entrando no cômodo em que o rapaz estava amarrado.

- Isso de novo? Por que não aceita que perdeu? - Arellano diz se inclinando em direção ao Sequestrador, queria intimida-lo.
- Sim, eu perdi. Mas o que me impede de querer vingança? - o homem responde se aproximando de Robin, se sentando a sua frente. 
- Vai perder outra vez. - Robin recua, mas está prestes a soltar a maldita corda que o prende.
- Veremos, pequeno. - o mais velho bagunça o cabelo do menino e ameaça tirar a sua bandana, fazendo-o ficar ainda mais motivado para se soltar e matá-lo outra vez.
- Ei, tem alguém aí em cima? Já estou ficando entediada aqui em baixo! - uma voz feminina ecoou pela casa, no mesmo instante, o coração de Arellano pulsa forte.
- Deixaram a maldita porta aberta? - o Sequestrador olha com fúria para os dois meninos.
- Yamada? - Robin grita, na esperança que sua amada responda.

Ele demora a ter uma resposta. A garota não acreditava no que teria ouvido.

- Robin? É você? - gritou de volta, uma mistura de pânico e um certo 'alívio' em seu tom de voz.

Ponto de Vista: [Y/n] Yamada

Não posso acreditar que o pegaram, mas... Como? Ele estava na minha casa! Como veio parar aqui? Será que fizeram algo com meu irmão e meus amigos? Comecei a pensar no pior, só de pensar, meus olhos se enchiam de lágrimas.

- Arellano? - ainda esperava uma resposta.
- Eu prometo que vou ajudá-la! - foi a única coisa que ele disse, sua voz foi cortada. Acredito que tenham tampado sua boca ou preferia acreditar que era isso.

Eu não estava tão motivada a sair dali... Os motivos dos meus maiores traumas estavam ali, haviam me prendido e estavam prestes a fazer o que quisessem comigo. Assim que acordei e me deparei com eles, quis chorar, quis gritar... Quando olhei nos olhos de Walker, foi como se tivesse revivido uma das noites mais traumáticas da minha vida, na noite em que horas passavam como a eternidade, os minutos pareciam regredir e eu pude sentir todas as dores, pude pensar todos os pensamentos outra vez e as mesmas sensações de novo. Os olhos dele eram cheios de maldade, os únicos que poderiam ser comparados aos dele, eram os do homem que me sequestrou e antes disso, sequestrou os garotos que hoje chamo de melhores amigos. Os olhos de alguém que conseguiu ser tão frio a ponto de violentar crianças, tortura-las e matá-las a sangue frio. Brincou com elas como se fossem brinquedos que depois de quebrados, são jogados fora.
Me senti tão fraca, sabendo que todo o esforço que tive... Para conseguir trazer justiça aos meus amigos, para conseguir superar os traumas que me causaram. Todas as coisas que superei e finalmente poderia ter a vida normal de uma adolescente, nunca aquilo tinha ido por água abaixo. Eu não tinha mais uma motivação para sair. Mesmo querendo ver o sorriso de Chloe e Gwen outra vez, sentir o abraço de meus irmãos mais belhos Steve e Bruce. Bagunçar o cabelo de Finney e chamá-lo de cachinhos dourados ou vê-lo rindo com Donna. Ou...