10.

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O tempo passou e Robin continuou dormindo no meu colo, até o bolo ficar pronto.

- Psiu, precisa acordar. - cutuquei seu ombro.
- Só me deixe ficar aqui mais cinco minutos. - resmungou. - Por favor. - tom manhoso.
- Mas o bolo está pronto, preciso desligar o forno. Quer um incêndio na sua casa? - falei e ele levantou e se apoiou no meu ombro, voltando a dormir.
- Robin. - falo em um tom sério.
- Não gosto quando me chama de Robin. - ainda dormindo.
- Tudo bem, então. - desistência. - Arellano. - falei sorrindo.
- Agora sim, está bem melhor. Agora pode ir. - me dando espaço para levantar.

Abri o forno e tirei o bolo, imediatamente perfumando o ambiente com o aroma de chocolate. Robin acordou assim que sentiu o cheiro de bolo.

- Ei, isso parece estar bom, posso pegar um pedaço? - veio pra perto, curioso.
- Ainda não, além de estar muito quente, vamos esperar os outros. - tirando o bolo da forma e colocando em uma travessa de vidro.
- Por favor! Eu estava aqui o tempo todo com você, eles não! - juntou as mãos.
- É, você tem um ponto, mas mesmo assim! Você estava dormindo o tempo todo.
- Ora, você sabe que eu estava cansado. Dê um desconto. Sem contar que eu deixei você mexer no meu cabelo!
- Tudo bem, não tenho mais argumentos. - estava enfeitando o bolo. - Mas você não pode pegar agora, está muito quente! Pode esperar um tempo? - terminei os últimos detalhes.
- Tudo bem. - dizia em um tom triste.
- Está quase chorando por conta de um pedaço de bolo? Sério?
- Não é só um bolo, é o bolo que você fez e quero ser o primeiro a provar. - pondo seus braços ao redor da minha cintura, apoiando-se outra vez no meu ombro e fechando seus olhos.
- Ainda está cansado, está falando coisas sem sentido. - acariciei seus cabelos outra vez.
- Não estou, não. Quando estamos cansados, geralmente falamos muitas verdades, sabia?
- Sério? Não acredito nisso.
- Você acredita em superstições. - se afastou sem tirar os braços da minha cintura e disse com a sobrancelha arqueada.
- Ei! - indaguei.
- E não foi isso que você disse ontem! - saiu do abraço e inclinou-se em minha direção.
- Não sei o que disse, mas com certeza, odeio-te como no primeiro dia! - cruzei meus braços.
- Odeia? - cruzou seus braços também, arqueou suas sobrancelhas, dizia com ar de superioridade.
- Odeio, Arellano! - encaro seus olhos.
- Então tudo bem, mas não foi o que disse ontem a noite! - ele me encara de volta.
- Sobre o que está falando, garoto?
- Não se lembra? Ontem a noite, enquanto eu carregava você pro quarto, você disse que me amava. Eu sabia! Yamada tem um coração e ele me pertence! - sorriso de satisfação.
- Não viaja, Arellano. - estava vermelha. Como poderia ter dito isso? Como tive coragem de falar algo assim para ele? Deveria estar bem cansada.

Finney aparece na porta da cozinha.
-Por que estão gritando a uma hora dessas?
- Desculpe, não queríamos te acordar. - Robin disse se virando em direção à Finn.
- Pode voltar a dormir, desculpe. - tentei sorrir, mas estava sem jeito, teríamos acordado Finn?
- Oh não, tudo bem. Eu costumo acordar essa hora quando não vou pra escola. - tentou arrumar seus cachinhos, mas falhando. - Já volto, vou ao banheiro. - disse saindo.

Depois disso continuamos conversando na cozinha, fofocando sobre algumas pessoas da escola e das turmas dos nossos horários diferentes. Algum tempo depois, Tio Joey acorda e tomamos café da manhã, fomos todos para a sala e a única coisa que tinha na TV, era alguns casos de desaparecimentos. Griffin, eu acho. Não tenho certeza, mas lembro de ter ouvido esse nome, ouvi algo sobre alguém chamado Billy também, mas não dei muita atenção, não gosto de ouvir sobre esse tipo de assunto. Posso gostar de terror sobrenatural, mas coisas de terror que envolvem pessoas reais como esses casos, eu morro de medo. Assim que ouço a notícia, acabo apertando a mão de Robin, inconscientemente, ele me encara e passa seu braço pelas minhas costas, abraçando-me, o que me tranquilizou. Finn também estava do meu lado, sua expressão era de preocupação assim que o jornalista acabou de falar sobre os desaparecimentos, eu cutuco seu ombro e sorrio, tentando dizer que ficaria tudo bem, ele apenas se deita sobre meu ombro. Tio Joey troca de canal e coloca em um desenho animado, que prendeu totalmente nossa atenção, nos fazendo voltar à realidade só depois que passou os créditos.

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora