15.

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Estávamos esperando por ele, já tínhamos revisado o plano mais de dez vezes, não tinha como esquecer. Não conseguíamos dormir, apesar de estarmos muito cansados.

- Eu estou morrendo de fome. - falei com fraqueza.
- Ele trouxe comida pra você. - ela apontava pra bandeja no chão e falava com tom esnobe.
Me levantei e peguei a bandeja na mão.
- Será que podemos comer isso? - falei analisando nada grão de comida que havia ali.
- Não tenho certeza, se ele quisesse fazer algo, não precisaria que você desmaiasse, não é?
- Isso é bom ou ruim?
- Isso quer dizer que talvez você possa comer, Arellano. Não quero comer isso.
- Mas você vai, sabe-se lá quanto tempo você está sem comer nada. - me aproximei e sentei ao seu lado, nós comemos e a comida estava fria, mas mesmo assim saciou nossa fome.

Ponto de Vista: Bruce.

Eu estava em pânico. Minha irmã tinha sumido, não sabia o que fazer. Robin e eu estávamos tentando investigar o que estava acontecendo, procuramos por possíveis padrões entre todas as crianças que ele tinha pego. As coisas em comum era que todas as crianças tinham no máximo 13 anos, Griffin, Billy e Vance.
Eles não tinham características físicas parecidas, nem de personalidade,Vance era explosivo, diferente das outras crianças.
Porém todos tinham desaparecido em locais perto ou dos outros, significava que ele era um morador ou visitante que morava em um local entre as ruas em que os garotos sumiram, que consequentemente era perto da escola, pois assim ele tinha fácil acesso às crianças e informações sobre elas, com quem elas iam embora, se iam acompanhadas ou não.
Eu estava sentado na minha mesa, na parede haviam pôsteres das crianças e o mapa da cidade, estava todo rabiscado com caneta para demonstrar as ruas por onde eles passavam, eu perdido nos meus pensamentos, mas voltei a realidade quando ouvi alguém bater na porta. Esperava que fosse Robin, mesmo ele dizendo que passaria aqui só mais tarde.
Abri a porta, fiquei surpreso ao ver que não era o Arellano, mas sim, os irmãos Blake.

- Bruce, temos que conversar. - o mais velho dizia.
- É sobre Robin e possivelmente, sobre [y/n] também. - Gwen completou.
- Entrem. - fiquei imediatamente mais preocupado.
Nós subimos direto pro meu quarto.
- Sentem-se. - falei me sentando na cadeira que estava antes e eles sentaram na cama virados na minha direção. Estavam sérios.
- Robin veio falar com você mais cedo ou passou por aqui? - Finn perguntou.
- Não, ele disse que hoje iria na sua casa. Ele disse ontem, antes de sair daqui. - ja estava suando frio. - Falou que viria aqui mais tarde. Inclusive, quando bateram na porta, pensei que fosse ele.
- Bem, má notícia. Ele não apareceu lá em casa. - Gwen dizia olhando pra baixo, entrelaçando os próprios dedos.
- Temos que ir a polícia de novo, não é?... - eu falava cabisbaixo.

Me levantei, peguei um casaco e sai. Os pequenos irmãos me seguiram, fomos diretamente para a delegacia.

Ponto de Vista: Robin

Passamos nosso plano pela última vez, nós estávamos tão cansados que não tínhamos forças para ficar de pé, então ficamos sentados naquele colchão velho. Yamada estava escorada na parede, eu estava ao seu lado, deitado sobre seu ombro.

- E se não der certo?
- O que? O que está dizendo, Yamada?
- E se eu travar quando você mais precisar de mim? - seus olhos estavam lacrimejando.
- Como pode dizer isso? - me levantei e sentei em sua frente, segurei seu rosto e podia sentir que estava gelada. - Foi você era quem estava lá quando mais precisei, você me salvou da Lizzy, lembra? E você não vai travar. Você não travou quando me viu daquele jeito, sua única reação foi me ajudar, você partiu pra cima dela sem se importar se iria travar ou não.
- Bem, era... diferente. - ela não olhava nos meus olhos.
- Por que "diferente"? Será que pode olhar pra mim? - forcei-a a me encarar.
- Eu não sei! Era diferente, ela não era adulta, era maior que eu, mas não adulta! Sinto muito, mi amor. Vou fazê-lo sair daqui, tudo bem? - olhou no fundo dos meus olhos.
- Não fale besteiras, nós vamos sair daqui juntos. Você não vai travar, nós vamos acabar com a raça daquele filho da puta! - só pude beija-la. Ela não fez nada além de retribuir meu beijo e dar um sorriso.

Passaram mais algumas horas e nada daquele cara aparecer, não sabíamos o que fazer. Minha Yamada tinha se rendido ao sono, ela deitou sua cabeça no meu colo e adormeceu, fiz carinho no seu cabelo. Ela havia brigado comigo, dizendo para não mexer pois estava sujo, mas não me importei, além do fato de eu estar sujo também, eu não me importava, ainda era a minha Yamada.
Ela dormiu com a mão sobre a minha, a mão com a bandana. Fiquei analisando... estava exatamente do jeito que eu deixei, o nó que eu tinha dado, ela não desfez. Usou da mesma forma desde o dia em que fomos separados.

Me rendi ao sono e acordei algum tempo depois, já tinha perdido a noção do tempo, mas sabia que estava amanhecendo. Não sabia a quanto tempo [y/n] estava dormindo, mas queria deixá-la descansar, ela já estava ali fazia tempo e nunca tinha tido um bom sono. Durante o sono, ela começou a se debater e dizer coisas estranhas, coisas... soltas?

- Não...! Corra... Está chegando... Corra depressa!
- [y/n], o que está dizendo? Acorde. - a sacudi.
- NÃO! - ela sentou-se em um 'salto'. - Procurou por algo, alguém. Seu rosto tranquilizou quando me viu. - Oh meu Deus, você está bem! - me abraçou.
- O que foi, meu bem? - falei sem sair do abraço.
- Sonhei com algo ruim. - seu tom era de choro.
- Mas agora está tudo bem, não é? - olhei seu rosto sem sair do abraço e sorri, consequentemente ela sorriu também.
- Lembra do plano, certo?
- Claramente.
- Tudo bem, vamos para nossas posições.

Continua

vadias, parem de me crucificar!!!! Esse cap ficou tão ruim pq tenho muito trabalho pra escola, me desculpem msm 😭😭😭
já comecei a escrever o próximo

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora