13.

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Nós chegamos lá e quem atende é um senhor, provavelmente era o pai das crianças.

- Senhor Blake, podemos falar com Finn e Gwen? - Robin pergunta.
- Ah, sim. Finney! Gwendolyn! - ele dizia segurando a porta. Robin e eu apenas nos encaramos, ele parecia grosseiro. Felizmente, ele saiu da porta, dando espaços para os pequenos passarem.
- Robin! E...? - a menor falava animada.
- Finney, Gwenny. Temos uma emergência. - Robin ia direto ao ponto. - Esse é o Bruce, irmão mais velho da [y/n], ela não voltou pra casa ontem a noite, vocês sabem onde ela está ou pode estar? - os irmãos se encararam.

- Bem, ela pode ter saído cedo, sem você ver, tem certeza que ela não dormiu em casa? - Finn perguntou para mim.
- Minha irmã e eu não temos o costume de não avisar quando vamos sair, sempre chamamos o outro mesmo que esteja dormindo, ou deixamos bilhetinhos post-it na porta um do outro. Ela teria avisado, acredite. - eu estava extremamente desanimado e preocupado.
- Bem, temos que ir à polícia. - Robin disse.
- Obrigado, irmãos Blake. - me retirei, sem dizer nada além disso. Arellano me seguiu.

Eu não disse nada o caminho todo, não tinha o que falar e nem como falar. Torci pra que Robin não falasse nada, pois provavelmente eu explodiria, estava com os nervos a flor da pele, mas parece que torcer não foi o suficiente.

- Vamos achá-la. - ele falou olhando pro chão, nem ao menos parecia estar falando comigo. - Eu vou achá-la. - sussurrou.
- Você deveria ter protegido-a.
- O que?
- Você deveria ter protegido ela. Foi isso que combinamos, foi a única coisa que pedi! Não lembra da conversa que tivemos quando nos conhecemos? Eu disse que poderia ficar perto dela desde que a protegesse, mas você a deixou ir sozinha!

Ele ficou em silêncio.
- Eu sei... - a voz dele era trêmula. - Falhei com você e falhei com ela, eu sinto muito, de verdade. - ainda sem contato visual.
- Desculpe, Robin. Sei que está tão preocupado quanto eu, mas me sinto culpado. Eu poderia ter ido buscá-la na sua casa, estava tarde. É que ela é tão forte que não pensei que algo poderia acontecer, sabe? Ela é dura na queda. - eu disse sorrindo, não podia evitar de sorrir quando falava da minha pequena versão.
- Você se sente culpado? Bruce, ela saiu da minha casa. Ela literalmente me colocou na cama para dormir, como se eu fosse uma criancinha, ela disse que queria que eu tivesse uma boa noite de sono depois de um dia difícil, mas como ela saberia que seria ainda mais difícil no dia seguinte, sem ela comigo? - eu podia ver seus olhos marejarem, mesmo que seu olhar não estava direcionado para mim.
- Não é sua culpa, inseto. Nós vamos achá-la, não importa onde ela esteja, certo? - queria que ele também tivesse esperança.
- Certo! - apertou o punho, como se tivesse ganhado algum jogo. Só agora fui perceber que ele estava sem a bandana, ela estava em seu pulso, mas era uma cor diferente.
- Cadê sua bandana azul?
- Com sua irmã.
- O que?
- Bem, eu dei essa bandana pra ela. - mostrou o pulso. - E ela ficou com a minha bandana em seu pulso também.
- Então essa é a aliança de compromisso de vocês? - ergui a sobrancelha.
- Algo assim, mas não namoramos. - Arellano ri sem graça.
- Como não?
- Não tive coragem de pedir... A primeira coisa que vou fazer quando achá-la, é pedir sua mão!
- Ainda não tem minha permissão, terá que conquistar.
- Não há como fazer isso. É muito difícil convencer você, só a [y/n] consegue te convencer! Então ela quem vai ter que conversar com você, que triste, não poderemos conversar. - foi sarcástico.
- Pode tirando o cavalinho da chuva, você quem vai me convencer a te deixar namorar minha irmã. - dei um soquinho no seu ombro.

Nós fomos até a polícia e explicamos tudo que estava acontecendo. No mesmo dia, já haviam cartazes com uma foto dela espalhados pela cidade, assim como olhares me julgando, pelo o que? Eu também não sei. Robin passava mais tempo comigo, estávamos tentando investigar o que estava acontecendo, mas não achamos nada, nenhuma pista. Eu estava recebendo apoio de todos os meus amigos, meus pais voltaram de viagem assim que ficaram sabendo da notícia, nunca tinha os visto tão aflitos.

Ponto de Vista: Robin

Eu estava sentindo muito a falta de mi gatita, tudo parecia tão vazio sem ela, tão sem cor. Eu sei que é bem clichê dizer isso, mas era o que eu estava sentindo, me sentia incompleto sem ela, mesmo que Finn e Gwen estivessem comigo, era muito difícil sem ela. Tio Joey também estava muito abalado, tinha se acostumado com Yamada ajudando ele na cozinha e no jardim.
- Tio, estou indo na casa do Finney! - foi a última coisa que disse para tio Joey quando estava saindo de casa. Passando na esquina, reparo em algo incomum, uma van de mágico estava estacionada em um estacionamento, mas o que um mágico estava fazendo ali naquela época? A época em que os pais só saiam quando necessário com seus filhos, não fazia sentido e era suspeito, assim como todas as coisas que eu via desde que Yamada sumiu três dias atrás. Provavelmente contaria sobre a van pro Bruce, talvez fosse útil, não sei. Andei mais um pouco e ela veio atrás, sim, a van. Andei mais rápido e virei algumas ruas para ter certeza, ela não virava nas mesmas ruas, mas aparecia no mesmo lugar que eu. Corri, corri desesperadamente até perceber que ela não estava mais atrás de mim, quando notei, me sentei em um banquinho de uma praça que ficava ali perto. Bem... como posso dizer isso? Abaixei a guarda e ele me agarrou. Foi questão de segundos, apenas apoiei a cabeça nos braços e quando vi, ele espirrou um spray na minha boca e eu desmaiei, pude sentir turbulência, mas nada que me fizesse realmente acordar, bem, até...

- Acorda, porra! O que você tá fazendo aqui? - alguém estava me sacudindo.
- Anh? - eu estava desnorteado, forcei meus olhos para que se ajustassem. - Yamada! Eu não acredito! - corri para abraçá-la
- Ora, eu estou fedendo, não me abrace. - ela falou, mas nem se mexeu para que eu a soltasse.
- Eu também senti sua falta, chata. - meus olhos marejaram ao vê-la naquele estado, suas roupas, que na verdade eram minhas, estavam sujas e tinham alguns rasgos, seu rosto estava com aranhões e suas mãos estavam acorrentadas... em um telefone?
Só havia percebido o telefone depois de algum tempo, obviamente tentei discar para alguém, mas não aconteceu nada. Nem ligado estava.

- Não funciona. Pelo menos, não desta forma. - Yamada diz com aquele tom de sabidinha.
- Desta forma? É assim que um telefone normal funcionaria.
- Mas este não é um telefone normal.
- O que quer dizer?
- Você não vai acreditar em mim... Mas, eu consigo falar com os garotos desaparecidos com esse telefone.
- Tem razão, não acredito mesmo.
- Você é tão teimoso! Que ódio! Acredite em mim, eu falei com Billy Showalter.
- Billy Showalter? O garoto que entregava jornais?
- Sim! Ele me deu algumas dicas, por exemplo, está vendo aquele corredor? - ela dizia apontando.
- Sim, o que tem ele? - tentava prestar toda atenção em cada palavra.
- O chão e a parede não se conectam, tem um buraco lá, ele disse que lá tem uma espécie de corda. Pegue.
- Por que eu?
- Porque eu estou acorrentada!
- Faz sentido. - assim ele o fez, até achar a bendita corda. - O que faço com ela? - falei encarando a corda.
- Tente prende-la na janela e subir. - apontou pra mim e em seguida, pra janela.
- Mas e você?
- Portanto que consiga fugir, eu sei que voltará pra me buscar, caso não aconteça nada comigo antes. - deu de ombros.
- Pare de falar besteiras, não vai acontecer nada. - eu falei enquanto tentava prender a corda na janela.

Ela ia dizer mais alguma coisa, mas foi interrompida por um barulho de tranca, eu corri para o colchão no qual ele me colocou.

- Olá. - um homem entrou.

Continua

Por favor, me desculpem pela demora, não estou tendo tempo de escrever!

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora