- Sinto muito por isso, gatita.
- Tudo bem, eles são bons pais, mas trabalham demais. E eu tenho o Bruce. - tentei dar um sorriso para tranquiliza-ló.
- Tem a mim, também... - estava me encarando, o que me fez ficar vermelha. - E-e tem Finn também! G-Gwen, é claro! - coçou a nuca. Acabei rindo, não pude conter o riso.
- Que bom que o tenho, Arellano. - aquilo saiu com naturalidade, não fiquei nervosa ou com medo de sua reação. Sabia que para tê-lo, teria que demonstrar querê-lo.
- Ei, pode parando, ok? Olha que eu fico tímido. - sarcasmo.
- Ah sim, claramente. - sorriso ladino.
- Pode parecer ironia, mas você é a única que consegue me intimidar. - Robin relaxou sua posição, escorando-se na parede.
- Sou? Muito bom saber disso! - impliquei.
- Não aja como se não fosse o mesmo comigo, da pra ver só de olhar pra você! É toda marrentinha intimidadora com os outros, mas comigo, fica toda tímida! - mostrou a língua.
- Isso é mentira. Obviamente. - cruzei meus braços.
- Não é, não. Você não consegue me encarar por cinco minutos sem ficar vermelha, Yamada. - ele riu de mim, não pude responder. Apenas permaneci na defensiva.
- Não vai responder nada? Está vendo? É verdade! - inclinou-se em minha direção.
- Fique quieto, Robin. - revirei os olhos.
- Robin? De novo com isso? - me olhou com insatisfação.
- Sim, é seu nome. - dei de ombros.
- Eres insoportable, chica. - levantou da cama e saiu.Insuportável? Sério, quem esse garoto pensa que é? Está começando a me irritar outra vez.
Saio do quarto e procuro o rapaz pela casa, até parar na porta do banheiro, estava aberta e Robin estava parado na frente do espelho. Com seus cabelos soltos e sem bandana, sério. Justo agora que eu queria enfrentá-lo? Estava a cada dia mais difícil odiar Arellano. Não percebi, mas já estava a quase um minuto encarando ele.- Ainda não decifrei se quer me bater ou me beijar. - falou arrumando sua bandana, com seu cabelo preso como na noite em que dormimos na casa dos Blake.
- Com certeza quero te bater. - claramente era mentira, mas não poderia dar o braço a torcer.
- Sério? Pois eu gostaria que me beijasse. - parou em minha frente.
- Bem, hoje não. - dei um soco leve em seu estômago, curvou-se e segurou a barriga, como se estivesse com dor, mas era mentira, não dei um soco forte. - Tu que eres insoportable, Arellano.
- Nem um pouco rancorosa, não é, gatinha?
- Rancor? Nunca. Agora se levanta, nem foi tão forte, já está sendo manhoso. - sendo sincera, fiquei com medo de ter realmente machucado.
- O que queria que eu fizesse? Revidasse? - se pôs de pé, mas ainda com a mão na barriga.
- Assim seria mais legal. - dei risada.
- Seria perigoso, sai dessa.
- Pra mim ou pra você?
- Pra mim, cê tá doida? - ele riu, sua risada era a coisa mais gostosa do mundo, poderia ouvi-la por horas. - Você disse que esse soco não tinha sido forte, mas não foi o que apareceu.
- Fala sério, já brigou com garotos maiores que você e ainda quer argumentar que meu soco foi muito forte?
- É que doeu ainda mais porque você recusou me dar um beijinho. - fez carinha de triste, como um 'cachorro caído da mudança'.
- Por que ninguém me avisou que teria que lidar com um garotinho manhoso?
- Porque ninguém conhece esse lado, idiota.
- Por causa desse "idiota", vai receber só um "tchau". Tchau! - fui pro quarto pegar minha mochila, ele estava me seguindo.
- Ora, você sabe que não é sério, hermosa. - parou na porta.
- Hermosa? - o questionei, o rapaz anda até mim.
- Sí, porque eres hermosa. - para na minha frente, outra vez.
- Você acha?
- Acho! - deu um beijo na minha testa, fazendo com que ambos ficassem vermelhos.
- Bem, preciso ir, Bruce me quer em casa cedo. Você vem comigo até a porta? - colocando a mochila nas costas.
- Obvio! - seu sotaque. Ele segurou minha mão. Caminhamos até a porta e então...
- Adíos, mi gatita. - outro beijo na testa.
- Tchau, Arellano. - lhe dei um abraço e um beijo no canto de sua boca, um beijo rápido. Ele ficou imóvel, talvez não acreditasse que eu teria o beijado pela segunda vez.Eu sai pela porta e ele ficou lá, parado, estava com a mão no canto da boca, onde eu havia beijado. Percebeu que eu ainda não havia sumido de vista e acenou pra mim, sorrindo bobo. Ao ver Arellano sorrindo, não podia evitar de ficar tímida, seu sorriso era lindo, poderia iluminar meu dia, não importava o quão triste eu estava.
Cheguei em casa e estava silêncio, como sempre. Bruce estava treinando no quintal, eu não tinha mais nada para fazer hoje, então fiquei sentada na varanda lendo um dos meus livros favoritos, assistindo o treinamento de beisebol de Bruce. Ele já estava cansando, então resolvi buscar uma garrafa d'água na cozinha, o campeonato já tinha passado, mas ele não deixava de treinar por nada nesse mundo.
Voltando para a varanda, ele estava sentado no degrau da escada, com seu taco de beisebol escorado na escada. Dei a garrafa em suas mãos.
- Toma.
- Nem precisei pedir, obrigado, gracinha. - bebeu a água. - Como foi o trabalho?
- Foi bem, não foi tão fácil quanto imaginei, mas conseguimos sem muitos problemas.
- Ah, que bom. - sorriu e bebeu outro gole de água.
- Sobre o que conversaram? - me sentei com o livro em mãos. - Merda, perdi a página! - pensei.
- Nada.
- Nada?
- Nada que você precise saber também, ora. - levantou para ir jogar de novo.
- Ah, qual foi?
- Esquece! Não vou contar nada. - foi jogar.
- Idiota. - fui para meu quarto e dormi como uma pedra, apesar de apenas estar anoitecendo.No outro dia, na escola, Robin estava agindo normalmente, como se nada tivesse acontecido. Eu fiz o mesmo, não sabia como deveria agir, então segui seus movimentos. Finney e Gwen eram quem estavam estranhos, ficavam cochichando e quando eu chegava perto, eles paravam. Mas não acredito que poderiam falar mal de mim, não é? Ou talvez eu só estivesse com paranóias sem sentido. Era o que eu esperava, até Robin vir falar comigo no intervalo.
- [nome], é... Finn e Gwenny estão estanhos com você também? Ou é só comigo?... - essas últimas palavras soaram tristes.
- Com você também? Já estava ficando louca achando que era só comigo! - eu suspirei aliviada. - Estão aprontando algo.
- Definitivamente. - Arellano apoiou seus braços na mesa. - Precisamos descobrir o que é!
- Vamos esperar mais um pouco, talvez nos contem o que estão tramando. - vi os irmãos Blake entrando no refeitório. - Lá estão eles.
- Será que vão sentar aqui? - apoiou a cabeça nos braços.
- Espero que sim, fiquei curiosa.
- Eu também. - nós rimos.Gwen e Finn sentaram no nosso banco, supostamente estavam normais. Até começarem a se comunicar entre olhares, Robin também percebeu.
- Ok, contem. - bateu a mão na mesa.
- Contar o que? - Finn tentou se fazer de sonso.
- Ora, você sabe. Contem o que estão escondendo de nós. - falei séria.
- Ninguém está escondendo nada. - Gwen falou querendo rir.
- Gwendolyn Blake, vai mesmo mentir pra mim? - Robin arqueou a sobrancelha.
- E-ela não está mentindo, ué. Não estamos escondendo nada. - Finney ficou nervoso.
- Tudo bem, já entregaram o jogo. Contem! - insisti. - Por favor?
- Nós já percebemos. O que estão esperando? - Gwen diz.
- Esperando o que, meu deus? E o que perceberam? - Robin revirou seus olhos.
- Vocês se gostam! - Finn fala sob pressão. Arellano e eu ficamos vermelhos.
- Como é? - tentei retrucar.
- Nós já percebemos, ainda não notaram? Robin, é óbvio que Yamada está caidinha por você. E o mesmo vale pra você, [nome]! Robin nunca foi tão íntimo com alguém. - Gwen fala, sem uma falha na dicção. Apenas nos encaramos, esquecemos de contar certos detalhes...Continua ♟
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Você é Insuportável! || Arellano
SpiritualNossa pequena Yamada mudou de escola, hora de conhecer novos amigos! Infelizmente, novos inimigos vêm inclusos no pacote, mas com certeza, ela conseguirá passar por cima de cada um deles!