32.

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- Sabia, sim! Você poderia ter impedido-o, mas preferiu assistir! É tão sujo quanto ele! - fui pra cima dele.
- Cale a boca! - ele se levantou. - Você não conhece Walker! - gritou com ódio.
- O que pensa que está fazendo? - Robin entrou na minha frente. - Quer levar outra surra?
- Você não prestou nem pra defendê-la, você a deixou sozinha! Graças à você nós conseguimos entrar lá sem problemas. - certo, isso foi demais, Robin paralisou quando ouviu aquelas palavras.
- Retire tudo o que disse, Andrew! ou eu mesma vou dar uma surra em você! - estava quase passando por cima de Arellano.
- Ah e eu disse alguma mentira? - disse num tom provocativo.
- Disse, desgraçado! - dei um leve empurrão em Robin, nada que pudesse fazê-lo cair e se machucar, apenas dar espaço pra que eu pudesse passar.
- Você só não aceita qu... - ele não conseguiu terminar, dei um soco no rosto do garoto.
- Cala a porra da boca, Andrew!
- Yamada, acalme-se. Está tudo bem! - Robin tentou me segurar, mas visivelmente estava abalado. Sua voz estava trêmula.
- Não está nada bem, esse desgraçado só está falando merda!
- Putinha do Andrew. - ele disse num sussurro.
- O que você disse? Repita se tiver coragem!

Andrew estava no chão, massageando onde eu tinha dado um soco, eu ia ir pra cima dele outra vez, mas fui impedida.

- Ei, mas o que está acontecendo aqui? - o sheriff Johnny saiu da sua sala. - Senhorita Yamada?
- Além de ter invadido a minha casa, ter assistido o melhor amigo dele me violentar, ele está dizendo que a culpa é do meu namorado por não estar lá comigo! Está dizendo coisas ofensivas sobre nós. É isso que está acontecendo!
- Andrew, não é?
- Sim, senhor. - ele se levantou.
- Entre. - o sheriff deu espaço pra que o garoto passasse. - Senhorita Yamada, por favor, não saia atacando as pessoas dessa forma. Sinto muito pelo que aconteceu, sei que sente muita raiva do garoto por isso, mas peço que se controle, certo?
- Certo, me desculpe. Não quis causar tumulto.
- Está tudo bem, vá pra casa. Cuide-se, pequena. Senhor Arellano, fique de olho nela, por favor! - ele deu um leve sorriso.
- Ficarei, senhor Johnny. Tenha um bom dia. - Robin retribui o sorriso pro homem.
- Vocês também. - ele entrou de volta pra sua sala.

Nós fomos embora, assim como o sheriff aconselhou. Foi bem tenso nosso caminho de volta, estávamos com as mãos entrelaçadas, corpos próximos mas nossas mentes estavam distantes.

- Sei o que está pensando, Arellano. É mentira. Tudo o que ele disse, é mentira. - eu disse tentando dar um sorriso, mas ele tinha um olhar triste.
- Você sabe que não é mentira, Yamada.
- Querido. - fiz carinho na sua mão. - Isso não é culpa sua, não se preocupe com isso. - coloquei o braço dele por cima dos meus ombros, ainda estávamos de mãos dadas. - Você é a melhor pessoa que eu poderia ter ao meu lado.
- É que já é a segunda vez que isso acontece... Tipo, você saiu da minha casa e foi sequestrada, passou por todas aquelas coisas terríveis. - podia sentir sua respiração ficar pesada. -E eu deveria ter dormido na sua casa naquela noite, mas hesitei. - ele apertou minha mão.
- Escute, Arellano. - paramos. - Walker, Andrew e meu pai são culpados disso, certo? Meu pai deu uma chave de casa pro Walker, porque ele quis! - fiquei à sua frente, segurando seu rosto, fazendo com que olhasse diretamente pra mim. - E sobre o Sequestrador, você estava muito cansado naquele dia, se lembra? Eu mesma coloquei você pra dormir e depois fui embora, tio Joey me disse antes de sair que era pra eu me cuidar, eu concordei e disse que o faria, mas não fiz. Eu mesma me culpo por ter tentado ajudar aquele homem, isso não teve nada a ver com você. - soltei-o e voltamos a caminhar.
- Ma...
- "Mas" nada! Você cuida muito bem de mim, ao contrário do que pensa. - sorri pra ele.
- Certo... respondeu hesitante, mas retribuiu o sorriso e segurou firmemente minha mão.

Continuamos o caminho quietos, apesar de estarmos "bem" um com o outro, as palavras de Andrew ainda incomodavam.

- O que acha de irmos lá em casa e ouvirmos música? Eu posso te ensinar a tocar guitarra, lembra que eu disse que ia te ensinar?
- Só se chamarmos a Gwen e o Finney! - respondi com empolgação.
- Com certeza!

Você é Insuportável! || ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora