Capítulo 11 - Presos No Porão

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(Mar, Thiago, Rama, Tato e Jazmin)

De una vez sé quien sos (De uma vez sei quem você é)

De una vez, vos y yo (De uma vez, você e eu)

Porque con el corazón (Porque com o coração)

Vemos lo que otros no (Vemos o que outros não)

Eu não conseguia crer que eu estava presa em um porão com o chato do Thiago, ai, o que eu fiz para merecer tamanho castigo? Já estava até começando a achar que eu devia ter escutado o Bartô quando ele disse pra eu não me aproximar do filho dele, pois se eu tivesse escutado ele, não teria acabado presa com o garoto.

- Droga! E agora, o que faremos? - Ele perguntou mais para ele, do que para mim.

- Sério que tá me perguntando isso? - Pensei por alguns segundos. - Talvez nos escutem se a gente gritar.

Comecei a gritar sem parar, gritei o mais alto que eu conseguia e bati na porta, mas nada, enquanto isso, o lesado do Thiago nem saiu do seu lugar.

- Mar, não vai adiantar, esse lugar é a prova de som, ninguém pode nos ouvir do lado de fora.

- Ah não, tá de onda... Legal, vamos morrer aqui. - Falei ao me sentar em um degrau da escada.

- Hey, não vamos morrer. - Se sentou ao meu lado. - Nós vamos sair dessa, você vai ver.

Thiago até que foi legal, tentando me acalmar, embora não estivesse dando muito certo, pois eu estava bem grilada por estar presa em um lugar sujo e empoeirado, e pior que não tinha uma janela, que a gente pudesse tentar abrir para fugir.

Sem saída e sem ter o que fazer, organizamos tudo o que tínhamos para organizar, e quando terminamos, nos sentamos na escada e ficamos esperando sentirem nossa falta para nos resgatar, mas as horas passavam e ninguém aparecia, pô, como duas pessoas desaparecem e ninguém dá falta? Ainda bem que pelo menos não tínhamos sido sequestrados, pois senão estaríamos ferrados, porque se fosse depender de alguém, o sequestrador nos mataria sem ninguém notar nossa ausência.

E então, começou a me dar fome, sede, vontade de ir ao banheiro, sono, tudo junto e misturado, e naquele momento torci pra qualquer pessoa aparecer, mesmo que essa pessoa fosse Bartô.

- Mar... Você sempre morou em abrigos?

- Sempre não, mas desde que eu era bem pirralha.

- E gostaria de encontrar seus pais?

- Sinceramente? Acho que não. A não ser que eles tivessem mudado muito e fossem pessoas melhores, o que acho bem difícil. - Falei.

- Por quê? Todo mundo pode mudar.

- Ah, mas pra isso a pessoa precisa querer, e nem todo mundo quer mudar.

- Isso é.

- E você sempre morou aqui? - Perguntei.

- Não. Esse abrigo foi fundado quando eu era bem pequeno, eu devia ter uns 3 ou 4 anos na época, dai meu pai se mudou pra cá e eu vim junto.

- E você não se importa? Afinal, você tem pai, não é órfão.

- Ah, eu já estou acostumado. - Falei. - Mas eu até gosto, fiz bastante amigos assim.

- E você se dá com os outros?

- Sim, me dou bastante com o Tato e a Jazmin, já o Rama... Bom, não temos uma relação tão boa.

- Eu notei. - Falei ao lembrar da briga.

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