(Rama)
Cuántos sueños has tenido (Quantos sonhos você já teve)
Y por miedo no has seguido? (E por medo não seguiu?)
El camino que te lleva a ser realidad (O caminho que te leva a ser realidade)
Solo piensa un instante (Só pense um instante)
Nunca mucho fue bastante para ti (Muito nunca foi o bastante para você)
Eu fui para meu quarto e alguns minutos depois o Tiago entrou, e deu um leve sorriso ao me ver.
- Cadê a Jaz? - Perguntou.
- Hã... Foi falar com o Tato. - Falei.
- Então, estamos sozinhos? - Sorriu meio tímido.
- Está vendo mais alguém aqui?
O garoto riu discretamente, e sentou ao meu lado.
- Você é linda, sabia? - Falou ao me olhar fixamente.
Eu fiquei olhando-o e não consegui nem responder, havia sido pega de surpresa, não esperava que o garoto falasse tal coisa, e quando eu pensei em responder algo, Jaz entrou no quarto, e nós dois olhamos para a loura.
- Perdão, interrompi algo? - A garota perguntou.
- Não, claro que não. - Falei ao me levantar e me aproximado da loura.
- Bom, acho que eu vou indo. - Tiago disse. Logo me olhou. - Até mais, Mar.
- Até.
O garoto saiu do nosso quarto, e Jaz começou a rir, pegado no meu pé, dizendo que ele estava super na minha e tal, mas eu apenas revirei os olhos e ignorei a fala da garota. Me joguei em minha cama, e dei um leve sorriso ao lembrar de quando o garoto me chamou de ''linda''.
- O que será que houve com o Rama? - A loira perguntou. - Não vi mais ele e nem o Bartô.
- Quê?
- Rama, Mar. Lembra dele? Nosso amigo, que sumiu e pode estar morto agora.
- Cala boca, garota. - Falei ao jogar um travesseiro nela, que riu.
E de repente, Rama apareceu, mas estava acabado, estava tão machucado e mal conseguia caminhar, parecia que ele havia sido atropelado por um caminhão. Jaz e eu nos assustamos ao vê-lo daquele jeito, e estava com a boca sangrando, e tinha arranhões e cortes em vários lugares de seu corpo.
- Rama? O que aconteceu com você? - Perguntei apavorada.
- O Bartô... Ele... Me bateu com um taco de golfe. - Falou quase sem forças.
- Quê? - Jaz perguntou incrédula. - Que cretino!
- Ele não pode... - Falei. - Como ele teve coragem? Você vai contar o que ele fez, né?
- Ah, claro. E depois ele me mata. Não, valeu, preciso proteger a minha irmã.
Ah cara, eu estava indignada com isso, que infeliz! Não podia ser possível que ele fosse capaz de bater em um adolescente, alguém mais fraco que ele. Ah, eu estou tão cansada disso, queria que tudo isso acabasse, só queria que aqueles dois malditos não mandassem mais a gente fazer coisa errada, e que não nos machucassem mais.
E de repente, Nico e Cielo bateram à porta do meu quarto, que estava aberta, mas creio que foi só questão de educação mesmo, pena que nem todo mudo faz isso. E quando, os dois viram o estado do Rama se assustaram muito.
- Rama, o que houve com você? - Cielo perguntou.
- Hã... Eu... Eu estava na escola fazendo um trabalho com um colega, e na volta acabei sendo assaltado, e hã... Como eu não... Hã... Como eu não tinha nada de valor, eles... Eles ficaram bravos e me bateram.
- Ai, que vândalos! - Disse o mais velho ao abraçar o garoto.
- Como você está, meu amor? - Cielo perguntou.
- Está doendo. Tudo dói.
- Vem, vamos cuidar desses machucados. - O homem falou.
Cielo e Nico saíram com Rama para cuidar do garoto. E eu comecei a reclamar com Jaz sobre o que aquele escroto havia feito. Estávamos tão indignadas, e eu não parava de pensar no que fazer, pois isso não podia ficar assim. Aliás, acho que eu havia pensado em algo, mas deixaria pra dar a minha ideia em outra ocasião.
(...)
Eu estava vendo Luz e Cristiano e Zeca jogando futebol quando Luz veio até mim.
- Quer jogar com a gente, Mar? - Perguntou docemente.
- Ah, eu não sei...
- Vem, estamos precisando de mais um no time mesmo. - Disse Cristiano.
- É. A Aleli e o Murilo não querem jogar. - Disse Zeca.
Eu pensei um pouco e acabei aceitando, afinal, não estava fazendo nada mesmo. Acabamos fazendo meninas contra meninos, e até que foi divertido. E enquanto eu jogava, vi quando Thiago e o insuportável do Márcio saíram de casa e foram até o portão, e ficaram conversando um pouco. E de repente, acabei levando uma bolada, Zeca havia me acertado em cheio na testa, fazendo eu me desequilibrar e cair.
- Mar, você está bem? - Luz perguntou.
- Desculpa. - Disse Zeca. - Foi sem querer.
- Eu estou bem. - Falei. - Não foi nada. - Me levantei com a ajuda dos mais novos. - Mas eu cansei, vou descansar um pouco.
Fui até o banco e me sentei. Logo avisei quando Thiago e Márcio se despediram e o insuportável foi embora, em seguida, Thiago veio até mim e se sentou ao meu lado.
- Oi. - Falou.
- E aí?
- Já terminou o trabalho?
- Quê?
- Não ia fazer um trabalho?
- Ah sim, claro... Mas eu resolvi descansar um pouco, sabe?
- Sei... Então... Quer fazer algo agora?
- Sabe... Cansei de descansar, vou terminar o trabalho.
Eu me levantei para me retirar, porém, o garoto me pegou pelo braço, fazendo eu me virar para ele, e ficamos nos olhando. Ele me olhava de um jeito... não conseguia tirar meus olhos dos olhos dele. Eram... Fascinantes...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Dois Mundos
RomantizmMarianella é uma jovem de 16 anos, que foi tirada da guarda dos pais ainda muito criança, e passou a viver em abrigos. De gênio difícil e bastante rebelde, acabava sempre se metendo em confusão, e por isso era sempre transferida para outro abrigo. A...