(Rama)
Yo nunca te voy a olvidar (Eu nunca vou te esquecer)
En mis recuerdos siempre estarás (Em minhas lembranças você sempre estará)
(Tato)
Porque tu alegría nunca se va a terminar (Porque tua alegria nunca vai acabar)
(Tiago)
Aunque te vayas de aquí (Ainda que você se vá daqui)
(Mar, Jaz, Rama, Tiago, Tato)
Siempre te acompañarán (Sempre te acompanharão)
Após todos terem ido dormir, eu fui pé por pé até o quarto da Justina, Jaz foi comigo, porém, ficou vigiado para ninguém aparecer, pois estava com medo que eu me ferrasse e alguém me visse, eu achei que isso seria meio difícil de acontecer, já que todos já haviam ido dormir, e Rama havia se certificado de que ninguém estava acordado, mas acho que a loura era meio paranóica.
Jaz ficou no corredor espiando para ninguém aparecer, e enquanto isso eu entrei no quarto de Justina, que parecia um trator quebrado, pelo barulho que fazia, parecia estar em um sono pesado, talvez não fosse tão difícil assim pegar a chave. Tato havia me dito que a víbora sempre deixava a chave embaixo do seu travesseiro, e por isso que eles não arriscavam a pegar, e claro, também porque eles tinham medo de serem pegos.
Me aproximei vagarosamente de Justina, que estava imóvel. Respirei fundo, enquanto criava coragem para pegar a chave para fugir daquele lugar, e assim, poder ser livre, que era tudo o que eu mais queria, se bem, que sentiria muita saudade da Cielo, do Nico e do idiota do Thiago.
Fui quase em câmera lenta até o travesseiro da mulher, coloquei minha mão embaixo dele, me certifiquei que Justina ainda dormia, acho que o remédio havia feito efeito, e assim que senti a chave, a peguei com muito cuidado para não fazer barulho, e então sai do quarto pé por pé. É, a primeira parte do plano havia sido concluída com sucesso.
Em seguida, fui até a porta de entrada, onde avistei meus amigos, que me aguardavam ansiosos e preocupados.
- Conseguiu? - Murilo perguntou.
Mostrei a chave pra eles, que vibraram de alegria.
- Você é demais, Mar. - Falou Rama. - Eu sabia que você ia conseguir.
- Deixa que eu abro. - Tato pegou a chave da minha mão.
O louro abriu a porta, para nossa alegria e logo fomos até o portão. Murilo, Aleli e Jaz olhavam a todo instante para trás, pois estavam morrendo de medo que Bartô ou Justina aparecessem, bom, eu também estava com medo, mas estava com fé que iríamos conseguir escapar.
E de repente, Tato conseguiu abrir o portão, para nossa alegria.
- Estamos livres. - Comemorou Zeca.
- Nunca mais vamos ter que roubar. - Vibrou Aleli.
E então saimos correndo. Para onde estávamos indo? Não fazíamos ideia, estávamos sem rumo, sem saber pra onde ir, mas o importante é que de agora em diante não precisaríamos mais ter que roubar ou entregar drogas, e sério, eu queria ser uma mosquinha para ver o que aqueles dois fariam sem a gente e sem ter quem fizesse o serviço sujo pra eles, ah, essa eu pagava para ver...
- Pra onde vamos? - Perguntou Aleli.
- Pra qualquer lugar longe daqui, irmãzinha. - Respondeu Rama.
- Vou sentir saudade do Cris, da Luz e do Nico. - Falou Murilo.
- Sim, todos sentiremos falta de alguém. - Disse Tato. - Mas estamos fazendo isso para não sermos mais explorados por aqueles dois infelizes.
Ficamos caminhando por algum tempo sem rumo, até que já cansados, decidimos parar e ficamos embaixo de uma ponte, pois achamos que podia ser um pouco mais seguro, e já estava esfriando, e não tínhamos levado muita roupa, na verdade, levamos pouca coisa, cada um de nós havia levado apenas uma mochila com algumas peças de roupa e algumas coisas de comer, não duraria muito, mas creio que daria para os primeiros dias, e depois a gente teria que dar um jeito de nos virarmos para conseguirmos mais comida, mas claro que sem roubar, pois isso era algo que não queríamos fazer nunca mais.
- Está frio! - Falei.
- Pode ficar com meu casaco. - Rama tirou seu casaco e fez menção em me entregar.
- Obrigada, mas não posso aceitar, não quero que você fique com frio.
- Não estou, eu não sinto muito frio. - Alegou o louro.
- Mesmo? - Ele acenou positivamente com a cabeça, e eu peguei seu casaco.
Olhei para Jaz em busca da minha amiga, e a vi abraçada com Tato, ah, os dois eram tão fofos juntos, e era meio engraçado porque todo mundo sabia que um gostava do outro, menos eles.
Me pus a olhar para o céu que estava todo estrelado, e me pus a pensar o que Tiago iria fazer, ou como iria reagir quando visse que eu fugi. Ah droga, eu nem sei o porquê de estar pensando nesse idiota, com certeza, ele nem ligaria, talvez até comemorasse com o papai dele que havia se livrado de mim e dos meus amigos, acho que os únicos que sentiriam saudade de verdade da gente seriam a Cielo e o Nico.
(...)
No dia seguinte acordamos assim que o sol se fez presente, estávamos sem relógio, mas devia ser bem cedo, acho que no abrigo ninguém deveria ter acordado ainda.
Eu fui uma das primeiras a acordar, e assim que acordei, vi Rama, já desperto, olhando para o horizonte, e resolvi ir até o garoto.
- Acordou cedo. - Falei.
- Nem consegui dormir.
- Por quê? O que houve?
- Estou com medo que nos encontrem, você sabe que se isso acontecer, nosso castigo será o pior possível.
- Eu sei, mas não vai. - Falei.
- Tomara.
O garoto me olhou, sorriu e logo me abraçou pelo ombro. Eu sorri também.
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Entre Dois Mundos
RomanceMarianella é uma jovem de 16 anos, que foi tirada da guarda dos pais ainda muito criança, e passou a viver em abrigos. De gênio difícil e bastante rebelde, acabava sempre se metendo em confusão, e por isso era sempre transferida para outro abrigo. A...