Capítulo 14 - Rama X Thiago

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(Rama)

Hace falta que te diga (Preciso te dizer)

Que me muero por tener algo contigo (Que eu morro por ter algo contigo)

Es que no te has dado cuenta (É que você não se deu conta)

De lo mucho que me cuesta ser tu amigo (De como me dói ser teu amigo)


Era um sábado. Fazia bastante calor, e onde estávamos? Roubando para Bartô e Justina, ai, eu estava de saco cheio disso, não aguentava mais, ah, que vontade de abrir o jogo pra Cielo e pro Nico, eu queria ver a reação deles ao saber do que aqueles dois monstros são capazes, mas por outro lado, eu fico morrendo de dó da Luz e do Thiago que não merecem os pais que têm, e que nem sonham com essa face deles.

Ao roubar um celular, eu estava voltando discretamente até onde estavam aqueles aprendizes do Diabo, e vi quando Aleli estava correndo e acabou caindo, e rapidamente, eu corri até a menina.

- Se machucou? - Perguntei.

- Sim. - Vi o joelho ralado da criança. - Tá doendo!

Nisso, Rama que também tinha visto a cena, correu até onde estávamos.

- O que houve? - Perguntou preocupado.

- Eu me ralei. - Falou Aleli.

- Vem comigo. - O garoto pegou a menina no colo.

- O que pensam que estão fazendo? - Bartô perguntou ao se aproximar da gente. - O trabalho ainda não acabou por hoje.

- Acabou sim, a minha irmã está machucada. - Falou Rama seriamente.

O garoto saiu com Aleli no colo, e eu fui atrás deles, e acabamos sendo seguidos pelos outros.

Assim que entramos no abrigo, Cielo nos viu e já foi logo perguntando o que tinha acontecido, e então explicamos para a loura, que rapidamente pegou a menina no colo, alegando que trataria do machucado dela. Notei quando Bartô nos olhou furioso, e era estranho, tipo, ao mesmo tempo que eu tinha medo dele, e muito medo, eu também não ligava para ele, estava me lixando se ele estava feliz ou bravo, eu não me importava com ele.

E de repente apareceram Nico e Malvina, que estavam brigando sei lá porque, parecia que ela queria fazer algo e ele não, e confesso que acabei gostando de vê-los brigando, até porque eu não gosto nada da Malvina, era uma cobra, igual ao irmão, Bartolomeu.

Jazmin e eu fomos para nosso quarto enquanto reclamávamos daqueles dois infelizes. Eu me deitei em minha cama, e Jazmin começou a cantar:

- ''Bonito mío, lindo de amar, cuantos amores en tu vida encontrarás. Bonito mío, lindo de amar, yo te prometo que siempre te voy a amar, te voy a amar.''

E nisso, Tato entrou em nosso quarto, e já foi logo dizendo para a garota:

- Eu amo tanto essa tua voz.

- Obrigada. - Ela disse timidamente.

- Bom, acho que eu vou indo, não quero ficar de vela. - Falei.

Me levantei da cama e sai do quarto.

(...)

Eu estava sentada em um banco enquanto via os pequenos brincando, eram tão fofos! Ah, a Aleli ainda estava um pouco machucada, estava mancando, e os seus amigos estavam lhe ajudando. Acabei sorrindo ao vê-los.

Em seguida, avistei Thiago chegando acompanhado de seu pai, e os dois estavam conversando e rindo. Com o filho, o homem parecia até outra pessoa, parecia alguém normal, pena que ele não podia ser assim sempre, pois longe do garoto, ele era um ser completamente diferente, alguém que eu odiava muito, que me causava os piores sentimentos possíveis.

Nisso, senti alguém sentar ao meu lado, olhei para a minha direita e vi que se tratava de Rama, que já foi logo puxando assunto comigo, ah, droga! Por que será que eu não conseguia ter um minuto de paz? E ainda notei quando Thiago nos viu, e... sei lá, pela cara dele, parecia não ter gostado muito, não que eu me preocupasse com o que ele pensa ou deixa de pensar, é claro.

E então, Rama e eu ficamos conversando, e sei lá, ele era até que era legal, ficamos conversando por bastante tempo, e ele me contou um pouco sobre sua vida e a época que ele e Aleli moravam com os pais.

Quando começou a escurecer, nós dois entramos em casa, e logo vi quando Thiago se dirigiu na direção de Rama para falar com o garoto, porém, eu preferi ir para o meu quarto.

Cerca de meia hora depois, Rama foi até o nosso quarto, e...

- O que houve com você? - Perguntei ao notar o olho roxo do garoto.

- Ah, eu briguei com o Thiago.

- Ele fez isso em você? - Perguntei surpresa.

- Fez. Ele ficou com ciúmes porque viu a gente conversando.

- Que animal! - Falei.

- Que estranho! O Thiago nunca foi violento. - Disse Jazmin.

A loura e eu cuidamos do machucado do garoto, que estava feio, e pouco depois, Zeca apareceu nos chamando pra irmos jantar.

.

                                                                                 (...)


No dia seguinte, um domingo, o que estávamos fazendo? Roubando, é claro.

Eu estava em uma rua pouco movimentada. Olhei para os dois lados para ver se não vinha ninguém, e então, me aproximei de um homem que estava guardando um dinheiro em sua carteira, e então, percebi quando sem ver, ele deixou cair uma nota de 100,00, acho que dessa vez seria mais fácil. Me abaixei e peguei a nota, e nisso, ouvi uma voz que eu conhecia muito bem.

- Mar?

Me virei e coloquei as mãos para trás, escondendo a nota, na esperança dele não ter visto.

- O que você está fazendo? - Ele perguntou, fazendo eu engolir em seco.    

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