(Cielo)
No queremos dolores, ni tristezas (Não queremos dores, nem tristezas)
Ni escondernos, ni llenarnos de mentiras (Nem nos esconder, nem nos encher de mentiras)
La esperanza es un camino día a día (A esperança é um caminho dia a dia)
Poniendo el corazón como bandera (Colocando como bandeira o coração)
- E então, Rama? - Cielo cruzou os braços. - Quer me explicar o que houve?
- Ah... nada... É só que... O Bartô pediu pra Mar ir a um mercado, mas ela não sabe onde fica, e dai eu me exaltei e disse que era pra pedir pra eu ir, pois já sei onde fica esse mercado.
- Que estranho! Pois sou eu quem faço as compras daqui. - A loura falou.
- Ah Cielo, querida, é que você estava ocupada com outras coisas e não queria te dar mais trabalho. - Falou o homem.
Cielo acabou encerrado o assunto, mas sei lá, ela parecia meio desconfiada. Rama e eu fomos subimos as escadas e fomos para o quarto meu e de Jazmin, onde a garota se encontrava penteando suas madeixas louras. E contamos para ela o que havia acontecido, e a garota ficou muito revoltada e também com medo do que Bartô podia fazer com Rama.
E nisso, Cielo bateu à porta do quarto (pelo menos tinha alguém educado nesse lugar), e a mulher entrou calmamente, e se sentou à nossa frente. Ficou alguns segundos em silêncio, e logo disse:
- Rama, me diga, o que houve entre você e o Bartô?
- Hã... Nada, Cielo. Eu já disse o que houve entre mim e ele. - O garoto disse.
- Tem certeza que foi só aquilo? Eu nunca vi você agir daquela maneira...
- Ah, foi, sim. É que... Desculpa, acho que eu me descontrolei um pouco.
Eu olhei para Rama e depois para Jazmin, e a minha vontade era de contar toda a verdade, mas só não fiz isso por medo, porém, foi por pouco que eu não falei nada. E então, a mulher pegou na mão do Rama, e na minha, e disse:
- Se vocês estão me dizendo que é só isso, eu acredito, porque confio em vocês, mas saibam que vocês podem sempre contar comigo, viu?
A mulher deu um beijo no rosto da gente e de Jazmin, e saiu do quarto. Nós três nos olhamos em silêncio, e eu logo falei que achava que a gente devia ter dito toda a verdade, Jaz concordou comigo, mas falou ter medo, e eu também tinha, mas ainda achava que o melhor a se fazer era falar toda a verdade, pois eu acreditava que Cielo e Nico também nos ajudariam e ficariam do nosso lado.
(...)
No dia seguinte, uma segunda - feira, Jaz e eu acordamos cedo para irmos para o falso colégio, que saco isso! Eu já não era fã de acordar cedo, mas ter que acordar cedo pra ficar horas trancada em um sótão era horrível, acho que preferia ir para o colégio de verdade.
Jaz e eu nos arrumamos e logo fomos para a cozinha. Os demais já estavam postos à mesa. Bartolomeu e Justina nos olharam de canto de olho, como eles adoravam fazer para nos por medo.
- Tudo bem, Bartô e Tina? - Cielo perguntou para os dois.
- Ah, claro. - Justina disse ao dar um falso sorriso, e se pondo a disfarçar.
Jaz e eu nos sentamos à mesa e sem aqueles dois nojentos verem, eu sorri por ver que Cielo estava ficando desconfiada, e tomara que ela seguisse cada passo deles, e descobrissem os vermes asquerosos que eles são.
Luz e Aleli começaram a brigar sei lá o porquê, e Cielo tentou apartar a briga das duas, e eu olhei para Bartô e o vi me olhando seriamente, ele tinha um olhar maléfico, parecia que ia matar alguém.
Após terminarmos de comer, fomos até o sótão, para fingirmos que estávamos na escola, e aquele chão era tão duro, que não dava nem para tirar um cochilo.
- Eu não quero mais ficar aqui, nem ter que roubar. Quero ir pra escola de verdade. - Falou Aleli. Logo olhou para Rama. - Bem que podiam nos adotar, né?
- É que a maioria das pessoas querem crianças, não adolescentes. - Disse Rama. - Mas se você quiser, eu posso deixar você ser adotada sem mim.
- Não, eu só vou, se você for. - A menina disse ao abraçar o irmão.
Ficamos horas trancados naquele lugar, até que aqueles dois seres desprezíveis apareceram com aquelas caras asquerosas nos querendo meter medo. A mulher pediu que a gente o acompanhasse, e falou que Rama ficaria com Bartô, o que fez a gente ficar com medo.
- O que vocês querem com o meu irmão? - Aleli perguntou.
- Melhor você não se meter, pirralha, o assunto não é com você. - O homem disse a assustando.
Abracei a menina, tentando protegê-la. E fomos para casa. A criança estava muito preocupada com o irmão, e Jaz, Tato, Zeca e eu também estávamos preocupados com o garoto, o que será que aquele homem faria com o meu amigo?
Ah, Justina mentiu para Cielo e para Nico que Rama ficaria um pouco mais no colégio para fazer um trabalho de grupo.
- Oi meninas. - Thiago disse ao aparecer em meu quarto.
- Oi. - Falou Jaz.
- Mar... Quer fazer algo hoje à tarde?
- Hã... - Olhei para minha amiga, que deu de ombros.
- Eu... não sei, tenho muitas coisas da escola pra fazer.
- Se quiser posso te ajudar.
- Não precisa, eu sei fazer sozinha.
E nisso, Zeca nos chamou para irmos almoçar. E nem sinal de Rama, ai, onde será que o garoto estava? Se ele não voltasse nas próximas horas, eu iria conversar com Cielo. Ah, estava tão preocupada com ele, assim como os demais que sabiam de toda a verdade... Ah, cadê o Rama?
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Entre Dois Mundos
RomanceMarianella é uma jovem de 16 anos, que foi tirada da guarda dos pais ainda muito criança, e passou a viver em abrigos. De gênio difícil e bastante rebelde, acabava sempre se metendo em confusão, e por isso era sempre transferida para outro abrigo. A...