Capítulo 2- Uma noite turbulenta

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 Que noite perturbadora que passei, nem preciso dizer que não consegui ir à escola hoje. Como eu detestava não ir às aulas, lá se foi o meu histórico perfeito de zero faltas. Minha mãe havia sido sequestrada por um maluco estranho, e a polícia que chamei para resolver o caso, não conseguem achar qualquer novidade que eu já não saiba. Passaram a noite inteira fazendo as mesmas perguntas que não serviram de nada; " Quem a sequestrou? Você conhece o homem que sequestrou a sua mãe? Ele levou mais alguma coisa que você ainda não nos disse? Você disse que chegou em casa e notou a casa toda revirada… porque não chamou a polícia na hora? Você conseguiu ver o rosto do sequestrador?" e mais perguntas chatas como essas. Minha descrição do homem não foi de muita ajuda, já que não vi o rosto do sujeito, e é claro que omiti a parte dos olhos de Raios, porque era óbvio que não acreditariam em mim. Ao invés de fazerem tantas perguntas, porque não saem atrás de pistas para achar o culpado? Ninguém aparece do nada e some sem deixar vestígios.

    Depois de eu  ter respondido todo o questionário interminável deles, eles finalmente decidem sair e vasculhar a região, para ver se encontram alguma pista sobre o caso, me falando que ligariam caso encontrasse algo. Eu fiquei sozinho naquela casa destruída, com os meus pensamentos a mil. 

   A cena do sequestro vinha a mente toda vez que fechava os meus olhos, não conseguia esquecer daqueles olhos brilhantes que me fitaram naquele momento, e da sensação de pavor e desespero que sentia em todo o meu âmago. Uma coisa eu tenho certeza… aquele cara não era um homem normal, e "perigo" era o cheiro que emanava de seu corpo.

   — Alex, você está em casa? — disse alguém entrando em casa, e me tirando dos meus devaneios — Que bagunça, mano, você está bem? — eu reconheci a voz sendo de Rafael, um amigo de escola,  que perguntou após me encontrar sentado na escada com a cabeça baixa.

   Rafael é um dos meus amigos da escola, um dos poucos que posso chamar de amigo mesmo. Ele tem a mesma idade que eu, com os gostos parecidos também. Com o seu jeito rebelde e debochado, sempre me deixa para cima, não importando o que aconteça. Muitas vezes, sou eu que tenho que consolá-lo, mas ele acaba  revertendo a situação, e me consolando ao invés disso. Seus pares de olhos azuis cristalinos chamavam a atenção de todos no colégio, principalmente  das garotas de lá, ainda mais quando ele optava por  tirar o seu boné prata da NY, mostrando os seus cabelos longos e dourados feito fios de ouro, que balançavam livrementes com o soprar dos ventos. Somando a tudo isso, o corpo dele era de causar inveja nos marmanjos e suspiros das garotas, já que era todo trincado com os peitorais fortes. Ao contrário de muitos que frequentam academia, ele era bastante equilibrado, com as suas pernas torneadas. Certeza que daria um excelente modelo. Entretanto, o que muitos não sabiam, revelando esse segredo apenas para mim, é que ele era bisexual, gostava tanto de mulheres quanto de homens.

 Entretanto, o que muitos não sabiam, revelando esse segredo apenas para mim, é que ele era bisexual, gostava tanto de mulheres quanto de homens

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   — R-rafa? Eu estou…— eu iria mentir que estava bem, porém sou surpreendido por um abraço inesperado de Rafael.

   — Não me fale que está bem, que te conheço há muito tempo, — ele me fitou nos olhos — e você não fica com essa cara de cachorro que caiu da mudança a toa. Algo sério aconteceu, e deve ser a causa dessa bagunça toda. Tá pior que o meu cabelo quando acordo de manhã — eu sorri quando ele disse isso, pois sabia que o cabelo dele nunca ficava bagunçado, por mais que eu tentasse despenteá-lo ele sempre voltava em seu estado belo — viu, consegui um sorrisinho, agora se anima e me conte o que aconteceu aqui e cadê a maravilhosa dona dessa casa? — Voltei a ficar triste, com um nó na garganta, após me lembrar do ocorrido com a minha mãe.

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