Capítulo 17- Decisões e consequências, parte 1

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   Eu não estava acreditando no que ela estava me propondo. Eu teria que matar alguém? Como assim?  E o pior, alguém que eu estava amando. Sei que estou me precipitando em dizer isso, mas é  o que eu sinto. Foi amor ao primeiro beijo. 

   — E-eu tenho que matá-la e lhe trazer a sua cabeça? — Voltei a perguntar ainda incrédulo, me referindo à medusa. 

   —  Sim! Esse é  o único jeito de salvar o seu amigo. Eu preciso da cabeça dela para desfazer a petrificação— ela passa a mão na estátua do Rafael —  A medusa é um monstro capaz de ferir muita gente. Ela não tem piedade com as suas vítimas,  sempre as transforma em pedras para aumentar a sua coleção — ela começa a encarar-me — Você vai ter que tomar muito cuidado, pois ela é  sorrateira e sádica — Quem é  essa pessoa que ela está descrevendo? Não pode ser a mesma que eu conheci agora a pouco. 

   — Você é  muito mais forte e habilidosa do que eu, porque você não cuida disso? Acredito que você resolveria o problema mais rápido do que eu. 

   — Eu não posso fazer isso, sou proibida de lidar com questões humanas — ela diz isso alisando a estátua na porta — Você é  mais forte do que pensa, vai se sair bem. 

   — Se ela é  tudo isso que menciona, então eu morrerei rápido nas mãos dela — a vejo se aproximar.

   — Talvez tenha razão… — a Deusa pareceu pensar — já sei! Eu vou te dar uns artefatos que ajudará você a cumprir essa missão — se afastou um pouco.

   — Que artefatos são esses?

   — Aguarde só um momento aqui. Preciso conversar com os outros deuses — Atena simplesmente desapareceu na minha frente, me deixando aflito com os meus pensamentos. 

   Sentei na cama com os pensamentos a mil. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo para eu conseguir assimilar tudo de uma vez. Porque eu? Porque eu tenho que estar sempre metido nessas coisas? É  o destino me castigando por eu ser tão ambicioso? Eu não conseguia chegar em nenhuma conclusão.

   Passei a olhar a estátua na minha frente, pobre Rafael, ele não merecia nada disso.  Eu tenho que salvá-lo! Não importa como. Ele já havia feito muito por mim, agora chegou a minha vez de fazer ao menos isso por ele, nem que eu tenha que matá-la! Nem que eu tenha que matar o amor da minha vida.

   Não aguentei e acabei chorando de frustração.  Teria que escolher entre duas pessoas que eu me importava, consequentemente perdendo uma?Era demais pra mim.

   Pov Atena

   Eu fui até o Olimpo a procura de quem poderia me ajudar a conseguir o que eu queria,  e lá estava ele, deitado com as pernas cruzadas enquanto era servido de uvas na boca por algumas garotas ninfas. Ele sentiu  eu chegar, mas a minha presença  não foi o suficiente para fazer com que ele parasse de comer aquelas uvas. Irritada com isso, saquei a minha lança e a joguei no cacho de uva que ele iria comer em seguida, fazendo-o ficar preso na parede branca logo atrás.  Agora ele me notou.

   — O que eu posso fazer por você? — ele me olhou de canto de olho pegando outro cacho de uva para comer. 

   — Eu tô precisando das suas habilidades — como ele não me dava muita atenção, ainda, resolvi inflamar um pouco o seu ego — Só  o mais rápido do Deuses e o mais ardiloso poderá cumprir essa tarefa tão importante, acredito que você seja o mais qualificado para isso.

   E de fato! Hermes era o Deus que eu precisava, com a sua velocidade e destreza,  ele poderia conseguir tudo o que eu queria rapidinho.

   — Hum…e o que é  que eu teria que fazer? 

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