Abro os meus olhos lentamente, sentindo uma corrente elétrica percorrer todo o meu corpo, que por sinal, estava em estado de estática. Percebi que minhas mãos estavam suspensas presas a correntes, assim como os meus pés presos no chão. Olhei ao redor fazendo o maior esforço pela minha debilitação, reparando que eu estava em um lugar úmido e velho, as paredes feitas de concreto estavam em completa decadência, tanto, que emanava um odor forte de mofo. Uma luz fraca vinda da lâmpada no teto, era a única iluminação do lugar, mas a sua falta de capacidade de cumprir a sua função, deixava os cantos na maior escuridão.
Um dos meus maiores medos tinha se tornado real, eu estava preso em um porão. Eu sempre odiei porões, não entendo por que das pessoas optam por ter um. Nunca, nada de bom acontece em um porão. Ninguém assiste filmes de terror, não é? Sempre o pior acontece em uma casa velha que tem o quê? Sim, um porão. Sempre no porão.
— S-soc…s-soco…socorro…— queria gritar por ajuda, mas minha voz era travada pelos os meu lábios que mal respondiam os meus comandos.
Eu opto por utilizar a minha super audição na esperança de escutar algo que me ajude a saber onde estou, porém não sei se é por causa da minha situação atual ou se é por conta das paredes grossas ao redor, que eu não consigo escutar nenhum som, nenhum barulho por menor que seja.
Continuo reparando ao redor, quando algo chama minha atenção. Um pouco mais afastado de onde eu estava, havia uma poça de sangue seco, junto com umas correntes queimadas. Alguma coisa terrível aconteceu ali, meu instinto me alertava do perigo que eu poderia estar passando.
Eu não me lembro de muita coisa antes de vir parar nesse lugar, minha cabeça estava um pouco confusa, tentando encaixar as peças que estavam fora do lugar nesse quebra-cabeça. Tudo o que me lembro é de… bem, eu estava na minha festa de aniversário que a Katrina havia preparado, até aí consigo me lembrar com clareza, mas… o que houve? Me lembro que a Katy saiu correndo atrás do Rafael e eu fiquei sozinho conversando com o…William? Sim, o Will estava comigo. O que houve depois? Um clarão me impede de me lembrar. Só me recordo de uma grande energia me atingir, quase como um raio, e…sim, me lembro dos pares de olhos brilhantes, olhos esses que assombram os meus sonhos. Ele estava na festa…Zeus!
Debati tentando me soltar, contudo eu estava fraco demais para fazer qualquer coisa. Quando estava me lamentando por não conseguir me soltar, uma luz surge iluminando uma escada encostada na parede mais a frente, luz essa que estava saindo da única saída que eu consigo notar. Começo a escutar passos pesados descendo as escadas em ritmo lento, quase como se saboreasse a sensação de cada passo dado. Parou por uns instantes para fechar a saída de novo antes de continuar a sua descida. Observo uma sombra escondida na escuridão, parada, apenas me observando.
Minha pele começou a tremer e eu comecei a suar frio, quando ele decide mostrar a cor dos seus olhos, que brilhavam mais intensos com a ajuda daquela escuridão, um azul claro que emitia alguns raios. Era ele, sem sombras de dúvida.
O homem parado começou a caminhar em minha direção, até que sua imagem se revelou perante a mim após ficar debaixo da fraca luz da lâmpada. Mas esse não é…
— Will? O que você… — o ouço soltar uma forte gargalhada. O seu semblante não era o mesmo que eu conhecia, algo nele havia mudado.
— Olá, Alexandre, está se divertindo? — seu deboche estava visível em seu rosto.
— W-will? Não, você não é meu amigo. Quem é você? — Seus olhos voltaram a brilhar intensamente, juntos com raios azuis que emanava de suas mãos. — Você é…
Um choque me atingiu com o aproximar de sua mão, forte o suficiente para fazer o meu corpo todo se contorcer em resposta.
— Olá, humano desprezível. — sua mão segura o meu queixo, me forçando a olhar em seus olhos — Finalmente chegou o dia que eu me vingarei daqueles que ousaram me prender por séculos — uma raiva estava presente em seu rosto, demonstrando uma fúria contida a anos.
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O Despertar dos Deuses
AventuraOs deuses se tornaram muito arrogantes, ao ponto de deixar Gaia irritada.A mãe Terra planejou vários planos para deter Zeus, mas todos eles falharam. Mas, quando estava prestes a desistir, lembrou de alguém que poderia ajudá-la, uma poderosa feitic...