Capítulo 27- Um massacre

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   Sinto o meu corpo voar livre feito uma pluma ao vento. Cada parte dele é atraído por uma força magnética descomunal, como se toda a minha existência dependesse de me conectar com aquilo que tanto me atraía. Não sei ao certo para onde eu vou e nem para onde eu irei parar, apenas deixarei o fluxo me levar.

   Depois de um tempo voando por entre as nuvens,eu comecei a sentir uma poderosa presença que emanava uma intensa carga elétrica. Essa energia era capaz de ser sentida por  toda a extensão do meu corpo, que me mostrava que ela estava localizada um pouco mais adiante. Era uma potência sem controle, sem sentido,  mas de alguma forma familiar e acolhedora. Ela me chamava, me queria, como se sua existência dependesse exclusivamente de mim, pois estava enfraquecida, morrendo e quase deixando de existir. Eu não poderia deixá-la! Alguma coisa no fundo do  meu âmago suplicava para socorrê-la, embora outrora me alertava para fugir.

   O local em que a batalha estava prevista para acontecer, sofreu sérios danos às suas estruturas, ficando pior do que uma cidade que foi atingida por um desastre natural. Aliás,  com todos esses deuses e monstros reunidos em um confronto,  era natural que ficasse nesse estado. A minha visão das perturbações climáticas tinham se concretizado em apenas um lugar, em um só momento, aqui e agora.

   Eu estava sendo atraído para o centro daquele desastre todo, passando rapidamente por todos aqueles seres divinos que me fitavam ao notarem a minha presença, inclusive a minha amada, Medusa. Entretanto, ao contrário do que eu queria, o meu corpo não parou para ficar ao lado dela, ele continuou seguindo em direção a voz suave que me chamava sem parar, sempre repetindo as mesmas palavras;

   " Une-se a mim! Não me deixe só…Alexandre…"

   Eu não conseguia contrariar-la, não podia, ou melhor dizendo, não queria.  Eu almejava aquele poder, eu suplicava em me unir a ela, para que juntos,  a gente pudesse atingir toda a nossa glória. Só assim, eu teria força o suficiente para me vingar do Deus que me tirou a pessoa que eu mais amava, a minha mãe,  ou melhor dizendo,  as minhas mães. Ele vai sofrer! Vou fazê-lo se arrepender de todos os males que já causou no mundo, o apagando de vez da face da terra, mesmo que para isso, eu tenha que levar junto o corpo do meu amigo. Não! Talvez com essa força, eu possa trazê-lo de volta. Sim! Eu vou trazer todos de volta, e viver feliz com o meu amor, e quem sabe, eu acabe reconstruindo esse mundo expurgando todos os  males presente nele, afinal, vou me tornar o mais poderoso de todos, a existência suprema. Eu vou me tornar, DEUS!

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   Pov Medusa

   — Alexandre…? — Eu chamei o mesmo após passar por mim, mas ele apenas me fitou por uns instantes, enquanto que o seu corpo permanecia em movimento.

   Porque ele está indo na direção do Zeus? Ele pretende lutar contra o mesmo sozinho? Ou está indo ajudá-lo?

   Eu me questionava dos  motivos do Alex para ter vindo para essa batalha,  porém, eu estava feliz de vê-lo novamente antes que alguma coisa de pior acontecesse comigo.

   Estava tão presa em meus devaneios, que não notei o momento em que o Deus dos trovões foi atingido e mandado para longe, percebendo somente quando o mesmo se levantava com um semblante surpreso. Ele encarava o Alexandre,  o que me fez também prestar a atenção no mesmo, e assim como o Zeus, tamanha foi a minha surpresa e o meu espanto.

   Aquele não é…o meu amado. Não pode ser… isso não pode estar acontecendo… ele não.

   Fiquei incrédula após notar que aquele que eu estava vendo, não era o homem que eu havia me apaixonado, pois outra coisa tinha tomado posse de seu corpo, e que emanava uma aura terrível e tenebrosa.

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