Capítulo 5- Cadê o amuleto?!

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   Uma escuridão predominava até onde minha vista alcançava, não importando para qual direção eu me direcionava, isso incluía até o meu próprio corpo que havia sido devorado por essa escuridão. Havia ficado cego? Era uma das possibilidades, outro fato seria, que a luz não chegava até onde eu estava. Seja lá onde me encontro nesse exato momento.

   Uma coisa eu sabia, não estava sozinho. Cada passo que eu dava sem rumo e nem direção naquele abreu todo, alguma coisa me acompanhava. Os meus sentidos me alertavam que não era um humano ou qualquer animal encontrado na natureza, era algo mais tenebroso, mais sombrio e até mesmo me arrisco a dizer que era a essência do puro Ódio.

   Isso me assustou ao ponto de sair correndo na tentativa de afastar aquele mal na minha retaguarda, entretanto não parecia que eu estava saindo do lugar ou que estivesse conseguindo despistar o meu perseguidor, ou melhor dizendo, perseguidores, já que me encontrava cercado em todos os lados.

   — Liberte-me!... preciso que você... Liberte-me!— escuto uma voz vinda em todas as direções. Uma voz grave e aterrorizante que fez os pêlos do meu corpo se arrepiarem todo.

   Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, um barulho ensurdecedor veio em seguida, penetrando os meus ouvidos e chegando até o meu cérebro. Tentei acabar com o som tampando a minha audição, mas o barulho agudo não se encerrava. Meus tímpanos pareciam que iriam estourar a qualquer momento de tão alto que estava o barulho. Grito de tanta dor que estava sentindo, caindo de joelhos por já não ter mais forças em meus pés, ainda com as minhas mãos em meus ouvidos tentando abafar o som.

   Eu desejei, mais que tudo, que o barulho parasse,e, assim como começou, o som se encerrou me dando a paz que eu tanto queria. Entretanto, algo continuava muito errado, o meu corpo não estava obedecendo as minhas ordens para se moverem, estavam paralisados. E para piorar a minha situação, o ar em volta estava ficando cada vez mais pesado, dificultando a minha capacidade de respirar. Me sentia como uma pessoa claustrofóbica presa em um cubículo pequeno e apertado, sem ninguém por perto para ajudar.

   "Que merda...está acontecendo...aqui?" Pensava com bastante dificuldade. Eu estava me sufocando pela falta de oxigênio. O meu corpo era banhado pelas lágrimas que começaram a brotar dos meus olhos sem nenhuma razão. Mas talvez seja por causa do vazio enorme que começou a preencher o meu peito, dando-me uma sensação de extrema solidão.

   "Sim, eu estava só! Fui deixado para trás pelo meu pai e meu irmão mais velho que morreram em um acidente de carro causado por um motorista embriagado no volante. Eu estava sentado no banco do passageiro quando isso aconteceu. Porque eu fui salvo e eles não? E agora, a pessoa que teve que me criar sozinha, que nunca fez mal para ninguém, também foi tirada de mim. O que eu fiz para merecer isso? Por que eu tenho que sofrer tanto? Porque... todo mundo está me deixando? Pai...Mãe...irmão...Rafael...me leve...com vocês..."

   O medo predomina em meu corpo. Queria apenas...sumir. Eu ansiava que a dona morte me levasse com ela dessa vez. Eu só...

   " Sim, você está quase pronto"

   — Alex! Alex! Acorda, mano! — Sou desperto do meu pesadelo por uma voz que me era familiar.

   Levantei assustado, com a camisa molhada pelos pingos de suor predominantes em meu rosto. Eu estava tão desnorteado que não percebi o ato que eu estava fazendo até o Rafael se afastar.

   — Então a bela adormecida só queria ser acordada com um beijo? Por que nao me disse antes?- Seu sorriso malicioso estava presente em seu semblante, revelando a ação que eu acabara de fazer, com uma mordida em seus lábios.

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