"Existe uma conexão entre mães e filhos que se forma desde o ventre e se estende até o primeiro ano de idade. Esta conexão é responsável por definir qual a imagem que esta criança terá de si mesma. Quando um bebê nasce, ele não pode sobreviver sozinho, e é bastante comum ver uma criança de 1 ou 2 anos reclamar o seio materno como se fosse seu. Isto acontece por causa da extensão da fase embrionária humana em que o bebê entende a mãe e a si mesmo como um único organismo. A partir do primeiro ano de vida o bebê começa a se desligar da mãe e inicia um importante processo de formação do ego que é exatamente como ele enxerga a si mesmo. Este é um ponto crítico. Tudo o que está em volta pode e vai influenciar na formação do ego desta criança, sobretudo a mãe".
"Este processo é lento e de forma alguma deve ser apressado. Um distanciamento abrupto da mãe pode causar danos irreparáveis, uma criança que jamais se sente completa por ter sido privada de seu self que ainda estava na mãe. A figura materna é vista como a Grande Mãe, protetora, que resolve todos os problemas, e que representa um porto seguro nesta odisseia de transferência do self de dentro da mãe para a criança em conjunto com a formação do ego desta criança".
"Eu fui o psicanalista da menina Lívia Richter García, eu imagino que a grande maioria a conheça dos jornais e programas de televisão. Infelizmente, por incrível que possa parecer, os problemas que causaram esta enorme tensão na vida desta família são muito mais comuns do que costuma-se imaginar".
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Border
General FictionLívia é uma jovem de 15 anos com uma família difícil e uma vida atribulada. Após a separação de seus pais, algumas lembranças da infância que tinham sido apagadas pelo tempo vem a tona revelando uma série de segredos e uma face mais nítida da verdad...