Capítulo XVIII - Lívia

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Já faz um tempo que estou sozinha trancada neste quarto e sinceramente não sei mais se isso é bom ou ruim. É como um limbo. Não me sinto segura, mas também não tenho medo. Queria poder falar com o Gui. Meu notebook recebe uma notificação. É isso! Vou mandar uma mensagem.

Lívia: Oi, Gui. Sinto sua falta. Quando isso tudo passar eu quero que possamos ficar juntos. Ainda não desistiu de mim né? Beijos. Amo você.

Checo minha notificação, é uma chamada do Ranger Azul para uma partida. Por que não?

Lívia connected

Lívia: Yep

Ranger Azul: Yep

Ranger Azul: Você sumiu.

Lívia: A gente vai jogar ou não vai?

Ranger Azul: A partida já começou, agora espere.

Ranger Azul: Você está bem?

Lívia: Por que não estaria?
          
Ranger Azul: Você sabe que não precisa me tratar assim, só estou preocupado porque eu sei como são as coisas com seus pais.

Lívia: Você não sabe de absolutamente nada.

Ranger Azul: Vai começar outra partida.

Lívia: Se me fizer perder outra ranqueada eu te mato.

Ouço o barulho das chaves na porta da sala.

Lívia: Tenho que sair.

Lívia disconnected

- LÍVIA! - É a mamãe.

Fecho o notebook, levanto-me da cama apressada e coloco-o na escrivaninha. Bato na porta do quarto que está trancada para fazê-la lembrar que não posso ir até lá.

- Mamãe? - Pergunto-lhe.
        
Ouço sua aproximação da porta e o barulho das chaves. Ela abre a porta.

- A mamãe levou dois tiros, filha. - Diz-me com tristeza.

Sua barriga está coberta de sangue. Ponho as mãos sobre o ferimento.

- A gente vai para o hospital. - Digo-lhe.

- Sim, a gente vai. Mas você vai ter que me ajudar. - Ela segura-me pelo braço. - Primeiro pegue um lençol e ajude-me a passá-lo ao meu redor cobrindo a ferida.

Eu abro o armário e pego o primeiro lençol que vejo. Quando viro-me, ela está pondo balas em uma arma.

- Dê-me o lençol e afaste-se. - Ela pega o lençol das minhas mãos e o estende sobre parte da cama, então dispara contra ele três vezes. Ela puxa o lençol para si e pega dois canivetes na cintura. Entrega-me um. - Encontre as balas no colchão. - Ela começa a rasgar o colchão a procura das balas que disparou, e eu também. Eu encontro duas balas e ela encontra uma. Ela as enfia uma a uma em sua ferida e as empurra com os dedos. Neste momento começa a suar muito. - Não posso dirigir, Lívia. Chame um Uber para nós.
Eu pego o telefone em sua roupa e chamo um Uber para o pronto socorro. O carro chega em poucos minutos e o motorista a ajuda e entrar no carro.

- Quem fez isso? - Pergunto-lhe.

- Seu pai. - Ela responde-me secamente.

- Por que você... - Queria saber o porquê dela ter atirado na minha cama.

- Cale-se, estou com dor. - Ela corta-me.

Ao chegarmos ao pronto socorro uma equipe médica logo vem atendê-la, e levam-na para dentro.

Passam-se alguns minutos até que um médico vem dar-me notícias.

- Senhorita Lívia? - Pergunta-me.

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