Tirar um tempo para mim, está sendo muito importante. Às vezes ficar sozinha nem sempre é ruim, acho que serve para analisar onde erramos e o que podemos fazer para melhorar.
Tirando aquela situação entre a Gaia e eu quando éramos crianças, eu me tornei muito permissiva, sempre tentando me enquadrar na expectativas dos outros. Não que eu não seja uma boa pessoa, eu sou, mas nunca fiz algo por mim mesma, por querer. Existiram inúmeras situações nas quais eu queria reagir, mas vinha os rótulos que me colocavam; de boa garota, de menina pacífica, de princesinha do papai, aquela que tem o gênio de anjo, que tudo aguenta, tudo suporta, tudo aceita.
Porém eu não sou assim!
Nesses dias em que estou sozinha me dei conta de como moldei minha personalidade no que os outros achavam de mim. Claro sempre fui muito mais pacata que a Gaia, muito mais ingênua que a Maria e muito mais carinhosa do que a Peixinha, mas eu também sempre tive um gênio difícil, suprimido por conta do que os outros pensavam de mim.
Se o Vicente é um príncipe, eu sou a princesa, mas nós escondemos nossa verdadeira face dos outros, um lado que só sai quando a nossa raiva alcança um pico muito alto, que só é acionado quando alguém ofende ou machuca quem amamos.
Estou a alguns dias em Santos, mais precisamente no Gonzaga. Um bairro de Santos, com muitos hotéis, restaurantes e pontos turísticos incríveis, sem falar da praia que é uma maravilha. Tenho feito amizades com alguns moradores e até mesmo alguns turistas.
Você deve estar se perguntando se voltei a ver aquele homem lindo que conheci no pedágio, não é mesmo? Caio Oliveira conseguiu me contatar pela minha rede social, exatamente como ele disse que iria fazer. O homem despreocupado e que eu achei que seria um doido, filhinho de papai, me surpreendeu se mostrando um homem de negócios e dono de uma rede de hotéis que abrange todo o litoral paulista.
Inclusive estou hospedada em um dos seus hotéis, claro que eu não sabia disso quando me hospedei. Só soube quando recebi um upgrade, ganhando um dos quartos mais caros do hotel.
Saímos algumas vezes, ele me levou para conhecer alguns lugares e restaurantes, que são o carro chefe da cidade. Ele também tentou me ensinar a surfar, mas desistiu quando levei meu vigésimo caldo.
Hoje será diferente, irei sair com alguns colegas que conheci na psicina do hotel. Já saímos algumas vezes para beber, é uma turma de seis pessoas, quatro mulheres e dois homens que estão tirando um ano sabático para conhecer o litoral de São Paulo.
— Mãe, quer ir logo para o que te fez me ligar cinco vezes hoje? — Solto a pergunta. — Estou me arrumando para sair com alguns amigos.
— Sair? Amigos? Quem é você e o que fez com a minha poço de timidez!? — Ela pergunta debochada.
— Mãe...
— Ok, ok, ok! Não posso ligar para saber da minha bezerra desgarrada? Fui uma mãe tão má assim, que nem posso ligar para minha filha?
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Vadia modo On
RomanceAlgumas situações nos moldam de uma maneira diferente, que podem ou não acarretar mudanças tantos boas quanto más. Ser constantemente comparada é uma delas, ouvir que você precisa ser igual ou agir como a outra pessoa é outra. Por isso tentei mudar...