Capítulo 25

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Me olho no espelho e é como se estivesse me vendo pela primeira vez na vida

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Me olho no espelho e é como se estivesse me vendo pela primeira vez na vida.

Vejo um brilho diferente, uma mulher completamente estranha e ao mesmo tempo conhecida. Uma mulher audaciosa, que olha de cima como uma rainha que observa seus súditos, com um ar de superioridade.

Uma estranha que esteve todos esses anos escondida dentro de mim, com medo de se deixar ser observada, com medo de desagradar as pessoas. O que essa estranha aprendeu é que, não existe nada nela que possa causar desagrado naqueles que lhes são preciosos.

Hoje estou vestida para matar, decidi por escolha própria deixar a máscara esquecida no fundo do closet; a máscara de boa moça.

— O que temos aqui?! — Minha mãe pergunta ao entrar no meu quarto e me ver toda arrumada. — Devo dizer que estou diante de uma nova mulher?

— Nova para vocês, mas uma velha conhecida para mim.

— Uma velha conhecida que está decidida a causar o caos por onde passar?

— Quase isso. — Me viro e sorrio para ela.

— Você nunca se pareceu tanto comigo como agora. — Mamãe diz toda orgulhosa. — Causar o caos é maravilhoso, certos caos é quase como um orgasmo sem todo aquele suor e falta de ar, mas precisa estar preparada para as consequências que chegam em seguida.

— Talvez seja disso que eu esteja precisando mãe. Não quero mais viver para agradar as expectativas dos outros, quero viver para me agradar. Quero sentir aquela adrenalina que causa frio na barriga, quero sair e dançar até o amanhecer, quero beber todas e chamar o urubu de meu loro. Quero me arriscar, fazer amizade e ter histórias para contar para os meus netos: Eu vivi o máximo que a vida deixou, teve uma vez... é essa a pessoa que eu quero ser.

— E isso tudo, esse desejo é por você ou tem a ver com um certo tatuado que está enfiando os pés pela bunda?

— Por mim, mãe. Tudo o que eu fizer de agora em diante será por mim. Eu estive aqui até agora, pronta para abraçar o lado feio dele, para apoia-lo, escuta-lo, mas ele não pensa como eu e eu serei a maior filha da puta se eu continuar com essa palhaçada. — Falo e me viro, agarrando um batom extremamente vermelho e passando em meus lábios. — Foi ele quem se afastou e me afastou. Se ele está pensando que ficarei quietinha até ele se decidir o que quer da vida, está muito enganado. Vou voar mãe.

— E você certa bebê. — Meu pai diz, encostado no batente da porta do meu quarto, com seus imensos braços cruzados, deixando suas tatuagens em evidência.

— Uau, que mudança... estou perplexa Ursão. — Minha mãe diz debochada.

— Não é uma mudança... todas as suas filhas me causaram infartos diferentes, eu estava só esperando para essa daí mostrar as caras. — Ele caminha até onde estou e segura meus ombros. — Bem-vinda para fora da sua bolha menininha, ainda restam muitos cabelos para você deixá-los brancos.

Vadia modo OnOnde histórias criam vida. Descubra agora