Assim que desliguei o telefonema com a Maria, fiquei me sentindo uma merda por recusar o convite para o churrasco na casa dos meus pais.
Para ser sincera, estou me sentindo assim desde a reunião onde meu pai espanou o que aconteceu com a Alicia enquanto ela namorava o Flávio. Me revoltei por ela não ter me contado, por te aguentado os desaforos daquele pau pequeno do caralho!
Eu o cacei em todos os cantos da cidade, fiz até plantão na porta da casa dele, mas o infeliz sumiu feito peido rasteiro. Porém, não vai faltar oportunidade e quando eu colocar as mãos naquele infeliz, ele vai desejar não ter nascido e a população feminina e o universo vão me agradecer por deixá-lo incapaz de reproduzir.
Vitor entra na sala arrumado para ir para casa dos meus pais. Ele para perto do sofá e me olha seriamente.
— Você realmente não vai? Sério isso Gaia? Vai preferir fugir da conversa com a Ali e se esconder feito uma criança medrosa? — Ele pergunta chateado.
— Já acabou Jéssica? Então escorrega e vaza! — Falo agressivamente e o deixo na sala e me tranco no quarto.
Entro no meu banheiro, tiro minha roupa e entro embaixo do chuveiro, tentando limpar a minha mente de tudo o que está me corroendo. Ninguém me entende, ninguém sabe o quanto estou sofrendo por ela ter me escondido. Eu sofri com toda essa merda também, por causa das coisas que esse infeliz fez minha irmã se afastou. Claro que ele não é o único culpado, mas tem mais de cinquenta por cento de culpa.
Saio do banho, enrolo uma toalha nos meus cabelos e volto pro quarto e visto um pijama; o pijama de fossa. Vou para cozinha e agarro o último pote de sorvete do freezer e me sento no sofá, escolhendo um desenho qualquer para assistir.
Eu sei que ela fugiu de casa logo após meu pai derramar todas as merdas que ela passou, também sei que o Play foi atrás dela dias depois e ficaram curtindo um role de casal. Gosto muito do Play, ele se tornou um excelente amigo e eu sei que com ele a minha irmã estará segura, só espero que agora que ela tem um homem de verdade ao seu lado ela pare de fugir das coisas.
O tempo passa, eu termino de tomar o pote de meio litro de sorvete e vou para a cozinha e coloco o pote na pia. Agarro uma garrafa de vinho e uma garrafinha de água. Estava enchendo a enorme taça com o líquido sagrado, quando minha porta é aberta bruscamente, batendo com força contra a parede.
Travo na hora, sei lá se é por medo ou apenas indignada por ter minha casa invadida. Coloco a rolha de volta na garrafa e com ela em punhos, sigo para ver quem é o filho da puta, se for o Valentin com suas graças vou capar esse maldito prostituto!
— Play? — Digo surpresa por ser ele a invadir minha casa. — Que porra você está fazendo aqui? Com que direito você invade a casa dos outros sem ser convidado?!
— Duas opções: você troca de roupa ou te levarei assim. — Ele diz e percebo que ele está nervoso. — Então, o que vais ser Gaia?
— Nenhuma das duas. Vou ficar aqui mesmo, deitadinha no meu sofá. Então você pode dar o fora da minha casa, porra!
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Vadia modo On
RomanceAlgumas situações nos moldam de uma maneira diferente, que podem ou não acarretar mudanças tantos boas quanto más. Ser constantemente comparada é uma delas, ouvir que você precisa ser igual ou agir como a outra pessoa é outra. Por isso tentei mudar...