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O som dos tiros não parava de ressoar pelo local, perfeitamente rítmicos, como se fossem calculados (e de fato eram)

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O som dos tiros não parava de ressoar pelo local, perfeitamente rítmicos, como se fossem calculados (e de fato eram). Os espectadores observavam sem piscar os disparos que acertavam sempre o centro dos alvos de papel tão distantes. Não importava quantas vezes haviam visto o treino de tiro de Ada, sempre se surpreendiam.

— Outra sequência perfeita — Naoto elogiou assim que Ada tirou o carregador para encher a pistola novamente.

—  É o mínimo que eu preciso fazer.

Voltou a atirar e completou mais uma sequência. As pessoas que observavam sentiam um misto de admiração, curiosidade e até mesmo inveja. O talento de Ada era inegável, mas a dedicação... essa era surreal.

Eles não sabiam sobre o treinamento com o Projeto Legião. Sequer sabiam da existência dele, então tudo o que viam era uma policial muito talentosa.

— Ela parece ser muito competente — o delegado geral do departamento onde Ada trabalhava comentou. Estava se sentindo importante, pois fora convidado a estar no mesmo local que o Comissário Geral da Agência Nacional de Polícia (o cargo mais alto que existe na polícia).

—  Brilhante, não acha? —  Disse o Comissário Geral —  ela me surpreende toda vez.

O comissário mantinha um certo brilho no olhar. Observava admirado a garota que ele viu crescer como policial e como soldado.

Tinha viva a lembrança do dia em que ela foi escolhida para o Projeto Legião. Os olhos ferozes, ardendo de sede de poder. Vê-la em ação sempre lhe parecia um deleite.

—  Já se conheciam de longa data?

—  Pode-se dizer que sim — o de patente mais alta relaxou na cadeira e olhou para os lados, conferindo se teria alguém que pudesse encher o saco ao redor. —  Ela teve muito destaque quando entrou na academia de polícia.

—  Eu nunca ouvi falar muito sobre ela. Não tem referências da formação policial, não tem praticamente nada sobre ela. A senhorita Miyamura é um mistério —  o delegado comentou e foi consagrado com a risada do Comissário, que tirou dois charutos cubanos de dentro do uniforme e ofereceu um deles.

— Essa garota é muito especial. É justamente a existência desse "mistério" todo que permite que ela seja uma policial tão excelente. Vamos, aceita um charuto?

— É uma honra, senhor! —  o delegado pegou e o outro acendeu ambos.

— Como ela está sob o seu comando eu acho justo que saiba — o Comissário deu uma longa tragada e depois soltou a fumaça lentamente, fazendo bolinhas e rindo delas. —  A senhorita Miyamura é mestiça. A mãe dela é japonesa pura e o pai é um americano estadunidense muito patriota.

—  Mas ela nasceu em Tóquio, não foi?

—  Sim, sim, nasceu aqui em Tóquio. Acontece que quando ela entrou para a academia de polícia ela achou o ensino... insuficiente.

Alizarina - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora