v i n g t - q u a t r e

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Com a respiração controlada, adentrou a catedral em silêncio

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Com a respiração controlada, adentrou a catedral em silêncio.

A porta dos fundos dava acesso ao corredor atrás do palco da igreja. Parou por um instante e apenas escutou. Parecia ter alguém do outro lado, caminhando calmamente até o local mais próximo. Ada colou as costas na parede e sentiu o coração desesperado no peito.

Na parte aberta da catedral, Taurus caminhou até próximo à cruz e se ajoelhou, pronto para iniciar uma prece.

Uniu as duas mãos e fechou os olhos, concentrando-se em seus pedidos.

— Cadê a minha irmã e a minha mãe, seu filho da puta? — a voz carregada de ódio surgiu logo após o rangido das portas de entrada.

Taurus abriu os olhos e sorriu. O plano tinha funcionado, afinal.

Colocou-se de pé e novamente uniu as mãos, como se continuasse a prece.

— Estamos em um local sagrado, Kawakami. Não deveria falar palavrão aqui.

— Eu quero elas!

Ao virar-se de frente, Taurus deu de cara com o rapaz. O semblante dele era feroz e carregava muito ódio no olhar. Shimizu apenas sorriu.

— Sabe que eu sou muito mais forte do que você, não sabe?

Entendendo que não sairia dali sem uma boa briga, Satoru arrancou a gravata com rapidez e tirou o paletó que usava. Precisava ficar confortável para a briga.

— Quer mesmo brigar comigo? — a pergunta de Taurus não foi respondida verbalmente.

Satoru apenas correu na direção do adversário e rapidamente começaram a trocar socos.

Ainda atrás do palco, Ada apenas escutava a briga entre eles. Estava feia, muito feia. Kawakami era bom, mas Shimizu era um brutamontes gigantesco, e com certeza tinha inúmeras vantagens. Ela se sentiu tentada a ir ajudar o platinado, mas não podia. Taurus a reconheceria.

— Kuro...— sussurrou ao se lembrar do yugekitai que não estava por ali.

Ele era o ataque surpresa, então provavelmente chegaria só depois, quando Taurus estivesse com a guarda baixa e vulnerável para um golpe. E, segundo seus cálculos, o melhor lugar para Kuro entrar na briga seria pela porta que ela também tinha entrado.

Precisava sair dali o quanto antes, ou seria flagrada no pior momento possível.

Dobrou e esticou os dedos dos pés por conta do chão gelado, e tentou não se concentrar no som da briga que acontecia na catedral. Olhou para o lado e viu a abertura que dava para a escada.

"Levaram as meninas para o porão" concluiu em pensamento. Apressou-se em ir na direção da escadaria e desceu em silêncio, usando sempre as pontas dos pés, pois precisava de agilidade e furtividade.

Alizarina - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora