[Livro 01] [Dark Romance]
Uma policial de elite se infiltra nas gangues que controlam o submundo de Tóquio com uma missão: destruí-los por completo de dentro para fora. Entretanto, ela não contava que a sensação de poder que tanto amava se tornaria...
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Jez caminhou pela sede da Orion apressadamente. Ela tinha muito o que resolver naquele dia, mas tinha algo muito mais importante para ver naquele momento: fofoca!
Ela fez questão de ser a pessoa que abriu a porta da frente quando a campainha tocou, cumprimentando Souta Matsui, vice-capitão do quinto comando da Canis, conhecido também como 'Pirata' e casado com a policial exonerada Ayaka Ono. Jez lembrava cada informação ao vê-lo parado na frente dela.
— Boa tarde, Souta — ela sorriu.
— Boa tarde, Jez. Eu vim resolver as coisas sobre as propinas com o Toshio — ele falou, sem muita enrolação.
— Pode entrar — Jez deu passagem e respirou fundo. — Ah, o Toshio não resolve mais as questões das propinas, ele lida só com transações internacionais e as apostas... bom, tanto faz. Quem resolve isso agora é o Iori.
Ao falar o nome do rapaz, Jez notou Souta engolir em seco.
O cabelo tingido de loiro já estava um pouco desbotado, mas estava penteado para trás de forma elegante. A cicatriz no rosto continuava sendo um charme e Souta continuava sendo muito charmoso, mas Jez sabia que não era para o bico dela.
— Vou subir — ele falou sem muita demora e foi na direção da escada.
Jez praguejou ao perceber a gafe dela. Não devia ter dito que era Iori, devia ter se oferecido para levar Souta até o escritório do representante da Orion, mas acabou deixando aquilo passar, portanto, precisava pensar em outra forma de terminar de escutar aquela fofoca que quase ninguém sabia.
Matsui, entretanto, apenas seguiu o próprio caminho e subiu as escadas. Foi na direção oposta à sala de Sora e caminhou em passos pesados pelo corredor. Ele evitava ao máximo qualquer contato com Iori, mas sabia que em algum momento eles teriam que se encarar.
Parou na frente do escritório e bateu à porta duas vezes. Não obteve resposta, mas decidiu entrar mesmo assim.
Abriu a porta e entrou vagarosamente, mas o escritório parecia vazio. Ainda com a mão na maçaneta, Souta manteve os olhos na mesa bem à frente, mas não tinha ninguém ali.
Antes que ele pudesse sair, alguém atrás da porta a empurrou, fazendo com que Souta levasse um breve susto.
— Quase me amassou — a voz gentil de Iori surgiu, fazendo com que o vice-capitão engolisse em seco.
Ele ainda mantinha o mesmo sorriso gentil e debochado no rosto, como se estivesse prestes a fazer uma piadinha sarcástica a qualquer momento. O cabelo preto estava bem cortado, e a orelha esquerda continuava cheia de piercings. Os olhos castanhos ainda encaravam cheios de curiosidade e pareciam ser capazes de destrinchar até o último dos segredos de Souta.
— Desculpa, não sabia que você estava aí atrás — Matsui se desculpou, afastando-se lentamente enquanto Iori fechava a porta.
— Bom, acho que veio falar sobre as propinas, não é?!
