q u a r a n t e - n e u f

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Dia vinte e três de janeiro de dois mil e dezenove foi uma quarta-feira de sol

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Dia vinte e três de janeiro de dois mil e dezenove foi uma quarta-feira de sol. Um calor muito agradável para todos aqueles que esperavam ansiosamente no frio que parecia nunca abandoná-los.

Quem aproveitava era Amelie, que detestava frio e amava um verão brasileiro, mas se contentava com o solzinho agradável.

— Então seremos eu, você e o Naoto nos clubes de luta, é isso? — Yoko perguntou, prendendo novamente os fios loiros no rabo de cavalo enquanto as duas caminhavam lado a lado pela rua. Não carregavam distintivos e a arma estava escondida.

— Pronta para assumir o posto de lutadora? — Valentino sorriu, provocando uma certa empolgação na companheira de equipe.

— Sabe que eu prefiro armas, mas sair na porrada com alguns bandidos vai ser bem legal.

Yoko tinha o mau humor de um velho ranzinza, mas Amelie conseguia conquistar aquele coração de pedra pouco a pouco. Ela ainda não era exatamente a pessoa mais simpática do mundo, mas também não corria o risco de morder mais ninguém.

O plano de infiltração nos clubes de luta era bastante simples: Yoko usaria um nome falso e uma história bem elaborada para começar a brigar, afinal, poucos conheciam o rosto dela. Amelie seria a amiga estrangeira que participava de lutas de rua nos Estados Unidos, e Naoto... bom, Naoto não conseguia parecer um marginal nem que se esforçasse muito, então ele ficaria na espreita, apenas garantindo que tudo correria conforme o planejado.

Naquela tarde, entretanto, as duas mulheres saíram sozinhas. Naoto resolvia a burocracia da equipe, Hayato e Maya estavam mergulhados, colocando as duas mentes brilhantes para trabalhar e investigar cada detalhe do caso, e as duas estavam...

— Escola primária? — Amelie perguntou confusa. As duas pararam na frente de uma escolinha e as crianças já estavam indo embora.

— Minha irmã não vai conseguir buscar os filhos hoje, então vou ter que pegar meus sobrinhos — Yoko cruzou os braços.

Valentino parou por alguns instantes. Ela ficou pensando como seria ter Yoko como tia. Já podia imaginar as criancinhas andando com as mochilinhas direitinho, caminhando sob o olhar sanguinário do vigia, sussurrando para os coleguinhas sobre a tia brava que eles tinham.

A loira apresentou os documentos na portaria da escola e esperou. Amelie estava um pouco mais distante, apenas observando e fazendo uma rápida prece pelas pequenas criancinhas.

— TIA KOKO! — Uma vozinha fininha gritou, seguida de outra logo atrás.

— MEUS AMORES! — Yoko então mudou completamente o semblante, se tornando a criatura mais radiante e feliz de todo o universo. Ela abraçou o casal de gêmeos e os ergueu nos braços, girando com as duas crianças enquanto fazia bagunça e cantarolava com eles, recebendo beijos e falando com a voz doce feito caramelo.

Alizarina - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora