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Fazer uma reunião na mesma sala em que a ossada de um tiranossauro rex estava não era nada que Ryu imaginou que viveria, mas era o que acontecia naquele exato momento

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Fazer uma reunião na mesma sala em que a ossada de um tiranossauro rex estava não era nada que Ryu imaginou que viveria, mas era o que acontecia naquele exato momento.

A máscara de médico da peste era quente e ele estava incomodado, mas não poderia tirá-la enquanto o cliente da Canis estivesse presente. O homem estava com as mãos inquietas e o olhar aflito, o completo oposto da esposa, que parecia chapada e relaxada.

— Então vocês se meteram com umas gangues pesadas lá em Los Angeles e sua filha tá pagando pelos seus erros? — Ryu perguntou, tombando a cabeça de lado. O bico comprido causava arrepios no cliente, mas ainda sim ele se sentia seguro.

— Eu sou dono de uma fábrica de autopeças, alguns clientes me pedem umas peças adulteradas, eu vendi algumas com uma qualidade inferior a que eles esperavam, aí eles ficaram irritados e...— antes que ele terminasse, Ryu soltou uma lufada de ar, indignado com o que tinha acabado de escutar.

— É claro que ficaram irritados, eles estavam pagando por uma coisa e recebendo outra. Você tem sorte de ainda estar com a cabeça grudada no seu pescoço — apontou com o indicador. — Conheço gangues aqui do Japão que teriam te degolado por bem menos.

— Eu sei, eu sei. Eu não vou mais fazer isso — ele justificava abanando as mãos. — Por favor, eu só quero pedir para vocês cuidarem da minha filha. Eu não posso perdê-la e nem colocá-la em risco. Não mais.

Ryu analisou calmamente o homem. A Canis não era do tipo que cuidava de garotinhas indefesas, mas o pedido daquele pai parecia muito sincero.

Ele considerou todas as possibilidades. Se ele, o senhor Takahashi, continuasse fazendo merda, estar com a filha dele seria a declaração de guerra contra uma gangue de outro país, e a Canis não tinha interesse em brigas internacionais.

Por outro lado, ele era dono de uma fábrica de autopeças. Se pudessem estabelecer uma boa relação, poderia recomendar o serviço dele para Sakura Hirata e a Lynx, a gangue focada em contrabando e corridas ilegais. Aquilo daria uma vantagem absurda contra os oponentes, uma vantagem absurda, porém permitida. Eles teriam acesso a peças internacionais e adulteradas com muito mais facilidade, e a Canis fazia muito dinheiro com as corridas de rua.

Ficou em silêncio por alguns instantes, apenas observando o homem aflito por trás das lentes da máscara pesada e quente. Cruzou os braços e relaxou o corpo. Sirius havia dito que confiava na decisão de Ryu e ele realmente queria fazer uma boa escolha, portanto, escolheu fazer o que sabia melhor: barganhar.

— A gente pode cuidar da sua filha, mas com uma condição — ele ergueu o dedo indicador, mas o homem parecia absurdamente esperançoso. — Ela fica com a gente. Você vai precisar simular uma briga, como se não falasse mais com ela. A gente pode até forjar um relacionamento pra ela, fingir que ela se apaixonou por um membro de gangue e fugiu com ele... qualquer coisa. Mas você não vai poder ficar entrando em contato com ela constantemente.

Alizarina - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora