[Livro 01] [Dark Romance]
Uma policial de elite se infiltra nas gangues que controlam o submundo de Tóquio com uma missão: destruí-los por completo de dentro para fora. Entretanto, ela não contava que a sensação de poder que tanto amava se tornaria...
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Algum tempo antes
Ada notava os olhares indiscretos de Kuro sobre si e fazia questão de retribuir cada um deles.
Toshio Kanekawa também notava, sabia que os dois tinham assuntos a tratar em particular, mas ele não estava nem aí. Sabia que estava empatando uma foda, mas não arredaria o pé dali. Estava muito confortável e nem um pouco a fim de sair.
— Parece que o desfile vai começar — Kuro falou.
— E o Kenshin ainda tá travado — Toshio cutucou o amigo que tinha apagado.
— Que tal irmos assistir o desfile mais de perto? — Yukio ofereceu a mão e de bom grado Ada aceitou.
Segurando no braço dele, caminharam novamente para o andar inferior. Ela só conseguia pensar em qual deveria ser o gatilho usado no yugekitai para manipulá-lo e se aproximar mais da Orion.
De início, começaria com o famoso golpe da viúva-negra: sexo seguido de traição.
Desceram as escadas enquanto a policial observava os rostos que passavam por perto. Não tinha nenhum realmente conhecido, o que a desagradou. Ela queria ser capaz de reconhecer alguém naquela pequena multidão.
— Você vai se surpreender. Parece que o Satoru vai fazer uma entrada das grandes — Kuro sussurrou ao lado dela e Miyamura sorriu.
— É, precisa ser algo marcante para um evento desse nível.
Chegaram na área VIP e se sentaram à mesa mais próxima da passarela.
Novamente os olhos dela correram pelo local, procurando qualquer pessoa, mas não encontrou. Haviam muitos fotógrafos e os celulares haviam sido proibidos durante o desfile. Algo sobre direitos de imagem.
As luzes do local diminuíram e a passarela entrou em destaque. Era hora do grande desfile, então. Música, narração, apresentação do conceito. Tudo era muito bonito, mas a atenção de Ada estava ao redor. Sabia que provavelmente as negociações não aconteceriam ali, na cara dura, mas talvez tivesse um rosto ou outro a ser reconhecido, e até mesmo algumas possíveis movimentações suspeitas.
Todavia, os movimentos dela precisavam ser calculados, afinal, enquanto Ada observava o salão, Kuro observava Ada.
— Parece entediada — ele sussurrou, depois de pouquíssimo tempo de desfile.
— É só o começo, com o tempo vai melhorar.
— É, acho que tem razão.
Yukio aceitou a taça de vinho servida pelo garçom, mas a mulher dispensou o álcool. Já tinha sido imprudente vezes demais durante os trabalhos, e agora Taurus Shimizu estava solto, e provavelmente procurando Satoru. Seria péssimo encontrá-lo ali, principalmente alcoolizada.
Enquanto assistia o desfile, Ada sentiu Kuro pousar a mão sobre sua coxa e o olhou de soslaio.
— Poxa, não tem fenda? — ele perguntou, um tanto decepcionado.
