02 - Outro nome

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Atualmente

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Atualmente.

O telefone toca pela terceira vez, e eu me estico para alcançar o smartphone jogado no chão em cima da calça preta.

Samantha Fontaine. Droga.

— Oi, chefe — atendo a chamada.

— Acho bom estar a caminho, a reunião é em vinte minutos — apesar de ser uma mulher de estatura pequena, o tom frio que Sam usava na ligação era tão intimidador quanto ter um homem de três metros parado na minha frente com uma marreta.

— Claro, estou preso no trânsito, mas chego a tempo — minto.

Escuto o suspiro de Samantha do outro lado da linha.

— Tente não se atrasar muito — posso apostar que seus olhos estão revirando agora. — E quando mentir, invente uma desculpa melhor. Não tem nem barulho de carros, Peter.

Merda. Acabei de acordar, meu cérebro mau começou a funcionar.

— Desculpe, chefe — forço uma tosse para limpar a garganta. Bebi um pouco demais entre nove da noite e uma da manhã. — Preciso desligar para... Hum, sabe, não me atrasar —digo, e ela se despede desligando em seguida.

Saio da cama e caço as minhas peças de roupa espalhadas pelo quarto do motel. Me visto o mais rápido que posso, afinal, Fontaine pode até ser flexível com meu horário, mas não pega bem para o gerente geral, de todas as sete galerias, chegar atrasado nas reuniões.

Estou quase pronto quando a mulher deitada na cama boceja e se espreguiça.

— Bom dia, gato — o lenços cobre apenas um lado de seu corpo, um pedaço de sua barriga, coxa e um de seus seios fica a mostra, completamente desnudos. — Não vai nem perguntar meu nome?

Não lembro de tudo que ocorreu na noite passada depois do evento, a partir do momento que pisei na boate quase tudo se tornou um borrão.

De pé, terminando de abotoar a camisa, olho para a mulher genuinamente intrigado.

— Não me disse seu nome ontem? — se tivesse, não iria lembrar mesmo, só que era no mínimo estranho que ela tivesse dormido comigo sem ao menos dizer o nome. Já pulei muitas etapas por sexo. Não preciso saber sobre a família de ninguém, qual a cor favorita, os hobbies ou essas bobagens.

Contudo, nunca havia transado com alguém sem perguntar seu nome, ainda que não lembrasse depois.

A mulher se apoia em seus cotovelos, a pele bronzeada ficando ainda mais exposta com o movimento. Seu cabelo é vermelho, vivo como sangue, e curto, na altura dos ombros.

— Eu ia me apresentar, mas você me pediu para deixar que me chamasse por outro nome — diz. — E eu entrei na onda do fetiche, achei interessante.

O que?

3 •Me Esqueça, Por Favor - Blue Sky CityOnde histórias criam vida. Descubra agora