27 - Ultimato

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Atualmente

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Atualmente.

— Está nervoso? — pergunto enquanto seguro sua mão. Eu quem deveria estar nervosa, estou caminhando para o desconhecido ao cruzar o bar, contudo, são os dedos de Peter que suam.

— Não — mente e põe sua outra mão no bolso da frente de seu jeans. Deve ser muita pressão, um homem de trinta anos apresentando sua primeira namorada pros amigos.

— Sim, você está — é tão óbvio que estou ficando com um pouco de pena.

Com as roupas casuais e o cabelo ainda meio umido do banho e as tatuagens a mostra, Peter não parece um cara de negócios, ele só aparenta ser mais um homem comum numa noite qualquer em um bar para ver os amigos. Até o desdém usual sumiu de seu rosto devido as circunstâncias, então devo supor que isso, nós, seus amigos e eu, estamos sendo um grande passo para ele e algo completamente assustador.

— Está com medo de que não gostem de mim? — tento entender de forma mais compreensiva possível.

— O que? — ele para de andar. — Não, tenho medo de que eles façam você não gostar mais de mim, porque acredite, eles conhecem podres demais ao meu respeito — pelo seu rosto, posso ver que o temor é real. — Mas está tudo no passado, não importa o que digam.

— Acha mesmo que eles são tão amedrontadores? — me sinto a caminho de um grande comitê da vida de Peter, uma espécie de tabela redonda do rei arthur, composta pelas pessoas que irão aprovar ou não os feitos dele.

Ele me aponta uma mesa bem no canto, ela é retangular e um pouco cumprida, há dois homens sentados e visíveis em meu campo de visão; de costas para mim e de frente para o careca vejo o cabelo médio e platinado que deduzo ser de uma mulher.

— São os piores e mais dissimulados mamíferos que já pisaram na terra.

— Parece exagero — digo e ele ri.

— Não é.

Chegamos à três mesas de distância e feito um sensor magnético, os olhos dos dois homens se movem a nosso encontro e a mulher loira vira a cabeça parcialmente em nossa direção, tudo ao mesmo tempo, como se os três fossem capazes de sentir a presença de Peter se aproximando.

Nenhum deles esboça alguma reação ao me ver do seu lado, mas conforme chegamos mais perto, sinto uma tensão estranha pairar no ar.

Alcançamos a mesa, Peter puxa para mim a cadeira ao lado de uma das artistas contemporânea mais prestigiadas atualmente e eu me sento sob o olhar misterioso que ela lança. Peter se senta casualmente a minha direita e eu espero por uma apresentação formal ou algo do tipo, no entanto, recebo algo bem mais peculiar.

— É ela — meu suposto namorado diz simplesmente. Uma interrogação flutua em minha testa. — Podem começar — ele afunda em sua cadeira e algo me indica que estou, de certa forma, sendo jogada aos leões.

3 •Me Esqueça, Por Favor - Blue Sky CityOnde histórias criam vida. Descubra agora