Peter Brooks está no auge dos seus trinta anos, com uma vida profissional invejável, dinheiro de sobra e mulheres caindo aos seus pés não importa a direção que olhe.
Nenhum homem iria desejar mais que isso. Não é?
Ele achava que sim, até finalmente...
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Atualmente.
— Eu me recuso — digo olhando diretamente para meu chefe em mais uma de nossas reuniões mensais.
— Samantha Fontaine tem um império, se ela pede pra que não publique uma matéria sobre o impacto da prisão do pai dela sobre o mercado de jóias, nós obedecemos — meu chefe exerce a postura usual de chefe, com mãos apoiadas na mesa e um olhar sério que deixa todos os meus outros colegas a mesa em silêncio.
— É uma boa materia, não aceito que a tire sem um bom motivo, passei três dias fazendo — se qualquer jornal ou revista deixasse de publicar algo pelo pedido de alguém, não existiria mais veículos de mídia.
Brad toca as próprias têmporas prestes a colapsar, ele não é o único a beira dos nervos.
— Se ela quer que eu tire a matéria, que venha diretamente até mim e me apresente seus motivos, os avaliarei e considerarei se é mesmo necessário — fecho o punho. — Mas se for apenas mais uma pessoa com dinheiro tentando manter o controle da sua redoma de vidro eu envio a matéria pra outro jornal e público.
— Rosemary Emilly Turner — os olhos de Brad com lentes violetas devem estar em chamas por baixo da cor falsa. — Saia agora dessa sala, criança.
Me ergo, indo contra toda a minha conduta ética, lhe dou as costas e piso firme para fora da sala com toda arrogância que consigo externar.
***
— Ela não pode decidir o que sai nos jornais ou não! — agarro meus fios de cabelo, enraivecida, são poucas as coisas que me tiram do eixo ao ponto de me fazer relinchar como um cavalo furioso e mexer com meu trabalho é uma delas. Curiosamente, no meio jornalístico alguém sempre está tentando se meter no seu trabalho e calar a sua boca.
Brad está na minha sala levantando o dedo para mim.
— Controle ela — diz para Connor, a quem tentou em vão recorrer.
— Rose... — meu amigo abre a boca.
— Rose o caralho — ergo meu dedo de volta, separada de Brad por uma mesa que me impede de executar todos os pensamentos violentos que estão passando por minha cabeça agora. — Ela não vai me calar só porque tem dinheiro, eu nem escrevi sobre ela!
Vejo as veias na testa de Brad se dilataram e meu amigo avaliar a tensão que cresce entre nós, provavelmente calculando as chances de uma discussão verbal ir para física e o que terá que fazer para impedir.
— Ela manda nessa cidade, ela manda até na droga do seu namoradinho gostoso — meu chefe ralha e Connor limpa a garganta. — E manda em você e se ela diz para se calar, você se cala.
Ah claro, vamos nos curvar ao dinheiro e transformar os meios de comunicação na massa tendenciosa que todos julgam ser.
— Ela está na cidade? Ela te ligou? Está na galeria ou...? — assim que menciono a galeria os olhos de Brad desviam rapidamente. — Na galeria, não é? — me abaixo e pego minha mochila jogada aos pés da cadeira. — Ela vai pedir diretamente a mim pra tirar a matéria e me dar bons motivos.