25 - Flecha

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Antes

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Antes.

— Não quero sair pra comer, não tô muito animada — cruzou as pernas em meu sofá e deteve sua atenção na tv.

Estranho, tinha algo definitivamente estranho naquela atitude. Nada de abracinhos ou comentários sagazes, nada de sorrisos fáceis ou olhares furtivos para mim.

Rosemary não estava em seu estado normal e não precisava ser formado nos seus hábitos, manias e costumes para saber e de fato eu era formado em seus hábitos, manias e costumes, então realmente sabia que algo estava errado.

Me sentei ao seu lado e ,ainda usando as calças e blusa social, a gravata frouxa em meu pescoço, puxei seus pés descalços para meu colo.

— Oh, Julieta, o que aflige? — perguntei segurando seu calcanhar.

Inicialmente, havia uma pequena resistência em seu rosto, suas feições não conseguiam esconder que ela ponderava a respeito, se deveria dizer ou não.

— Tirei uma nota ruim — admitiu, tanto sua voz quanto seu semblante denotavam total abatimento e tristeza com o fato.

Tá, é só uma nota ruim. Não, não era só uma nota ruim para alguém como ela, para ela, uma nota ruim equivalia há um buraco se abrindo na terra diante dos seus olhos.

—Ei — chamei sua atenção. — Vai ficar tudo bem — seus olhinhos se ergueram cheios de temores que ela não queria falar sobre. — Tem que tirar mais de uma nota ruim pra reprovar e nós dois sabemos que isso não vai acontecer — a confortei, ou tentei.

Rose me deu um sorriso fraco, mas era melhor ver um pequeno sorriso  no seu rosto do que expressão alguma.

— Sabe exatamente como acalmar alguém, Peter — observou. — É bom nisso.

Me inclinei para beijar seus joelhos, até eles eram bonitos. Não conseguia pensar em qual parte dela não era, mas eu ainda não conhecia todas completamente apesar do alto grau de intimidade que tinhamos criado.

Eu já tinha tocado Rose, apalpado e visto algumas partes dela, todavia, não tudo. Não ainda. Não tinha pressa de conhecer, definitivamente não, eu tinha fome, sede, uma queimação perto do meu estômago que ansiava por desbravar tudo que ela escondia e possuía.

Rose não sabia, mas aquela sensação era tão assustadora na mesma proporção que me devastava e tornava me manter no controle algo que nunca foi antes: algo difícil.

Abracei suas pernas dobradas e apoiei meu queixo ali, no topo de seus joelhos, sendo analisado pelo seu olhar.

— Sou um ótimo amigo — lhe dei um sorriso de canto, jogando todo meu charme corroído por cinco reuniões por vídeo chamada durante todo o dia. Não conseguia manter os olhos abertos sem que doessem até ela chegar no apartamento e tudo que eu precisava olhar era ela.

3 •Me Esqueça, Por Favor - Blue Sky CityOnde histórias criam vida. Descubra agora