Atualmente.Os garçons que passeiam com suas bandejas, vestidos completamente de preto e com máscaras brancas no rosto, atraem minha atenção.
Suas máscaras imitam a de O fantasma da ópera e é uma ótima sacada, porque a maior parte dos quadros lembram vultos e sombras, remetendo facilmente a fantasmas.
Agora entendo a escolha de Peter em relação ao Blazer e a calça, as pessoas a minha volta não pouparam em dinheiro e extravagância no quesito visual. Nada é tradicional e ortodoxo, até rostos familiares e previsíveis vestem algo fora da curva.
Com uma bolsa pequena de alça prateada pendurada no ombro, desbravo a exposição, olhando cada arte e suas descrições e os títulos.
Uma arte em especial está ali já faz um tempo, na minha matéria a respeito da galeria há um tempo atrás aquele desenho foi parar no jornal da emissora e, curiosamente, era o único sem um valor abaixo da tela.
O desenho eram olhos, olhos masculinos coberto por sobrancelhas grossas e algo similar a sangue escorrendo de uma delas.
O desenho parecia violento, selvagem e magnético.
Cheio de fúria e paixão.
Uma mulher para ao meu lado e sorri para a obra.
— É o meu desenho favorito — comenta para ninguém em específico, ou para mim, não sei dizer, ela está tão focada na tela.
A mulher segura um copo do que presumo ser whisky e definitivamente é a pessoa com roupas mais simples, se atendo a uma calça preta rasgada e uma jaqueta de couro do mesmo tom, todavia, as botas escuras e o cabelo na altura dos ombros totalmente branco, meio prateado, é o suficiente para atrair boa atenção dos outros para ela.
— Você é Reed, a artista — digo, e ela é de tirar o fôlego tão de perto, embora de longe também seja.
Ela se volta pra mim, é bem mais alta que eu, então tenho que olhar para cima para encarar seus olhos, são azuis, mas não totalmente, são cinzentos.
Os olhos dela são idênticos aos de Peter. Firmes, precisos e audaciosos.
— Sou — me olha de cima a baixo, não de forma ofensiva, mas avaliando se eu valho a pena seu tempo. Me encolho um pouco sob seu olhar. — Gostou do quadro?
Isso é um teste?
— Sim — afirmo. — Reparei que ele é o único que não está a venda. Tem um motivo especial?
Ela me dá um sorrisinho.
— São os olhos do meu marido muitos anos antes dele ser meu marido — revela. — Foi nesse momento, — aponta pra tela. — Que eu soube que ele era perfeito pra mim.
Olho novamente para o desenho.
— Parece que ele quer matar alguém.
Reed dá risada.
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3 •Me Esqueça, Por Favor - Blue Sky City
Любовные романыPeter Brooks está no auge dos seus trinta anos, com uma vida profissional invejável, dinheiro de sobra e mulheres caindo aos seus pés não importa a direção que olhe. Nenhum homem iria desejar mais que isso. Não é? Ele achava que sim, até finalmente...