11 - A linha

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Antes

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Antes.

Deitada no meu sofá, com o notebook em meu colo, estava entrando em colapso. Devo ter arrancado pelo menos vinte por cento dos meus cabelos enquanto tentava editar uma série de fotos para entregar na aula de fotojornalismo. E ainda tinha um montão de textos de marketing para revisar.

Meu kitnet estava uma bagunça. Bem, normalmente ele costumava estar mesmo, mas dessa vez se encontrava particularmente deplorável. E meu corpo não tinha um pingo de energia para que eu pudesse organiza-lo, ou fazer ao menos uma limpeza básica (pôr a sujeira aonde eu não visse que ela existe).

Meia hora atrás Connor me mandou uma mensagem dizendo que iria me trazer comida, porque eu estava atolada demais para ir comprar algo e não queria perder tempo caindo no limbo do ifood.

Falei para ele não vir, mas como um bom amigo, ele insistiu. Fazia pouco tempo que tínhamos consolidado nossa amizade, eu mal tinha um ano na universidade e conheci Connor na aula de abertura; embora ele fosse um tipo que costumava evitar: rico & pegador. Acabei simpatizando, não teve jeito, ele era bom de papo.

Enquanto minha cabeça latejava conforme encarava a tela brilhante, batidas ressoaram na porta.

Finalmente. Larguei o notebook no sofá e corri em meio a pacotes de restaurantes jogados no chão até a porta.

Ao abrir, me deparei com um Connor excessivamente arrumado e perfumado.

— O serviço de entregas caprichou hoje em — o dou uma boa olhada.

Cavandish usava uma camisa florida meio aberta e seu cabelo claro estava úmido, como alguém que correu até ali após o banho.

— Vou encontrar com uma garota aqui perto, só vim garantir que você não morresse de fome — me estendeu uma sacola de papelão um pouco grande para uma única refeição de uma pessoa de estatura pequena como a minha.

— Isso parece grande — me encosto no batente.

Ele sorriu, satisfeito com a observação.

— guarde a outra parte pro almoço — me ofereceu uma piscadela. — eu mesmo que fiz, garantindo que tivesse vegetais e proteína o suficiente para que você chegue perto de ter uma alimentação saudável.

A palavra vegetais me fez retorcer o rosto automaticamente.

— E — ele continua. — Fiz questão de fazer porque em consideração a mim não vai jogar fora só porque tem folhas no prato.

É, ele estava certo, não poderia jogar fora algo que alguém me fez com as próprias mãos pensando em meu bem estar.

Além de educada eu sou sentimental.

— Golpe baixo —choraminguei. — Mas eu agradeço. E quanto custou o Yakisoba? — ajusto o óculos no rosto, a armação andava um pouco folgada nas hastes.

3 •Me Esqueça, Por Favor - Blue Sky CityOnde histórias criam vida. Descubra agora