Peter Brooks está no auge dos seus trinta anos, com uma vida profissional invejável, dinheiro de sobra e mulheres caindo aos seus pés não importa a direção que olhe.
Nenhum homem iria desejar mais que isso. Não é?
Ele achava que sim, até finalmente...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Antes.
Peter estava me beijando. Não era um sonho, ou um delírio causado pelo meu remédio pra insônia, era real, era firme e macio e quente.
Ele estava mesmo me beijando, e isso ativou no mínimo dez alertas em minha cabeça, os quais me levaram a parar aquele momento, separando nossas bocas e afastando meu rosto para olha-lo.
— Pare — pedi, e foi feito ter acionado uma alavanca que travasse todos seus movimentos. Peter abriu os olhos e ficou imóvel.
— Parei — disse mais para si mesmo do que para mim, como se precisasse deixar seus braços, suas mãos, sua boca ciente de que ele havia parado.
— Eu... Eu preciso estudar — não que fosse conseguir ordenar qualquer texto depois daquilo.
Seus olhos pareciam turvos, ele estava tão atordoado e desconectado da realidade que em outras circunstâncias seria engraçado.
— Tem razão — sua resposta foi automática. — E eu preciso de um banho. A comida já deve estar chegando. — Ele se levantou, e dava a impressão que sua alma tinha sido sugada de seu corpo.
Não sabia o que fazer, ou o que falar. Ele tinha acabado de me beijar e nunca havia sido beijada assim. Na época do colégio, os garotos mandavam mensagem ou um amigo perguntar se tinhamos interesse em sair com ele, era tudo muito claro e objetivo. Na faculdade não era muito diferente, na festa de boas vindas os rapazes queriam saber se você topa dar uns amassos ou simplesmente tentavam te agarrar DO NADA.
Beijar alguém que eu conhecia, e gostava, e era tão proxima, nunca havia ocorrido. É o preço que se paga por ser tão reclusa, ainda que se tenha ótimas habilidades sociais quando necessário.
Peter tinha me beijado, e eu o tinha beijado também. Minha boca ainda formigava quando escutei o chuveiro ligar, porém não tive tempo para processar essa questão, bateram na porta em seguida, entregando um carrinho com dois pratos redondos cobertos e uma bandeja retangular também coberta.
Ele pretendia alimentar uma familia pedindo algo tão grande?
Agradeci ao funcionário e fechei a porta para conferir o nosso jantar. Tirei tampa por tampa, e esqueci até o que me preocupava antes quando o aroma maravilhoso me tocou.
Macarrão ao molho branco, tiras de filé mignon e batatas gratinadas.
Ele sabe mesmo como impressionar uma mulher.
Na verdade, ele sabe bem demais como impressionar uma mulher.
De repente, cobri todos os pratos um tanto irritadiça. Peter deveria ter prática com aquilo, levar mulheres ao seu apartamento, mostrar sua coleção incrível de livros e lhes dar comida.
Quantas garotas tinham sido o alvo do seu calculado charme, Peter?
Esperava não descobrir, apesar de ter uma tenra suposição. Ele tinha tudo o que era necessário para se ter o mundo, ou dúzias de mulheres, na palma de sua mão. Além das coisas óbvias e simplórias, como beleza, dinheiro e um carrão, Peter era envolvente, divertido, casual e intenso.
