Capítulo 34 parte 1

85 13 57
                                    

(Ainda dentro das memória de Helô)

HELOÍSA

– Você deveria ter me deixado na minha casa. – Falei escorada em Hans. Estávamos no elevador do seu prédio. Cochilei no meio do caminho e só acordei com o carro estacionado na garagem. Agora estávamos no elevador. Ele me abraçava, amparando meu corpo de um jeito tão gostoso que mantive os olhos fechados – Por que fez isso?

– Porque quero ficar mais um pouco com você. – Sua voz saiu baixa e suave.

– Nós não vamos transar, Hans.

Seu peitoral reverberou a risada discreta.

– Tudo bem.

Assim que o elevador se abriu saímos ainda abraçados. Só nos separamos para que ele pudesse destrancar a porta do seu apartamento, mas a pouca distância me fez tomar a liberdade de rodear sua cintura com meus braços e descansar minha testa em suas costas.

Ele tinha um cheiro tão bom e seu corpo tinha um calor tão certo para mim, que seria burrice não aproveitar mais um pouquinho.

Quando a entrada foi liberada, entendi que ele me carregaria, porém me desviei para o lado e entrei na frente. Mesmo no escuro, fui seguindo em direção ao corredor. Havia pouco mais de um ano que eu não pisava naquele lugar, nem sabia se podia me sentir à vontade como antes, mas continuei o caminho até passar pela porta do escritório e logo depois entrar no quarto de hóspedes. Mal dei um passo quando senti minha mão ser segurada.

– Ei, aqui é o meu quarto! – reclamei.

– Esta noite te quero por perto. – Ele me trouxe para junto de seu corpo, se colocando às minhas costas.

– Não vou transar com você, Hans. – Reafirmei e começamos a andar; ele me guiando pelo corredor com uma não na minha barriga.

– Jamais tiraria vantagem de você bêbada.

– Não estou bêbada, apenas cansada. Além disso, vinho me relaxa. Fico levinha, levinha...

– Não devia ter bebido, Heloísa.

Não devia ter bebido, Heloísa. – Remedei-o numa voz afetada e, ao entrarmos no quarto, me afastei dele, adiantando alguns passos. – Você é um chato... caretão demais pra algumas coisas...

Sem dar importância ao meu ataque, ele falou:

– Vou pegar uma roupa mais confortável para você dormir melhor.

– Não quero roupa nenhuma – arranquei meu casaco e abaixei o zíper do meu vestido, que caiu no chão. Em seguida tirei os saltos displicentemente. Apenas de calcinha, me ajoelhei na quina dos pés da cama e comecei a engatinhar na diagonal rumo ao local onde eu pretendia me deitar. Ouvi Hans arfar, com certeza ele tinha um ângulo privilegiado da minha bunda. – Vou dormir no seu lado da cama, não quero o travesseiro onde ela colocou a cabeça.

– Ela quem? – questionou numa voz enrouquecia.

– Pamela. Eu sei que ela dormiu aqui. – Fiz uma pequena bagunça na hora de puxar o edredom e me enfiar dentro dele. Após alguns segundos, confessei: – Estou magoada, muito magoada.

– O que eu posso fazer pra você se sentir melhor? – apenas escutei sua pergunta, pois deitei de lado, de costas para ele e com o corpo de frente para a janela do quarto.

– Me pedir perdão. É um bom começo.

– Me perdoa?

– Sim... – suspirei, abraçada ao seu travesseiro. – Sim e não. Não é tão simples. É um processo.

– O que mais posso fazer?

– Hum... sair de mãos dadas comigo por aí. Eu não quero ser a sua vergonha, quero ser a sua rainha. Quero que todos saibam que sou adorada... venerada por você.

Depois que falei, ouvi seus passos se distanciarem e supus que ele foi vestir um pijama. O aconchego estava ficando ainda mais gostoso por causa seu cheiro que começou a sobressair pela roupa de cama. Após um tempo, praticamente entregue ao sono, senti o colchão se afundar. Devagar, ele me virou para o seu lado, acomodando minha cabeça sobre seu peitoral. Nem tentei mostrar alguma resistência; permaneci com os olhos fechado e curti o contato dos nossos corpos. Nossas pernas desnudas se enroscaram uma na outra com perfeição. Mesmo em meio a uma noite fria, deu para sentir que ele usava apenas um short, que parecia uma samba-canção. Tive vontade de zoar, chamá-lo de vovozinho por causa da roupa íntima fora de moda, mas estava tão bom ficar grudadinha nele que fiquei sem ânimo para falar.

– Te darei tudo o que merecer ter, Heloísa. Chegou o momento. Estamos prontos.

Fiquei na dúvida se realmente tinha ouvido aquelas palavras ou se era apenas um sonho.

----------------------------

Continua... (posto amanhã)

Resetar 2Onde histórias criam vida. Descubra agora