Capítulo 36 parte 1

191 12 125
                                    

A foto acima é um pedacinho de um quadro do artista Omar Ortiz.

-----------------------------
(ainda dentro das memórias de Helô)
-----------------------------
HELOÍSA

Não foi uma madrugada comum. Tive sonhos. Todos curtos como esquetes. Entre o intervalo de um para o outro, eu acordava por alguns segundos, mudava minha posição na cama e dormia de novo para sonhar de novo.

Aconteceu de tudo! Hans e eu fazendo sexo em diversos cenários. Numa praia deserta, sobre a imensa mesa de jantar da tia Cris, na despensa da nossa avó e no lago do Parque Ibirapuera. Até a fazenda serviu de palco para a sacanagem onírica! Estávamos no galpão e tentávamos transar dentro da mesma geladeira que o tinha traumatizado. Que loucura! Mas, de algum modo, conseguimos o feito!

O mais psicodélico dos sonhos foi o último. Eu estava na sala de aula da graduação, onde o professor de jornalismo usava apenas uma sunga fluorescente e nos ensinava Álgebra Abstrata. Eu suava frio porque naquele contexto eu pensava "Que droga! Fiz de tudo pra escolher um curso que não tem nada a ver com matemática, mas não teve jeito!". Num certo momento, pedi licença para ir ao banheiro. Ao atravessar a porta, percebi que estava dentro de um shopping e, por incrível que pareça, não questionei aquela maluquice, pelo contrário, achei normal a sala de aula estar dentro de uma praça de alimentação.

Comecei andar, feliz da vida, em direção ao fast food que vendia sorvete na casquinha. Pedi uma de baunilha. Quando o vendedor, que estava de costas, virou de frente, era Hans! Ele sorriu de lado, em seguida piscou exageradamente galanteador, tão contrário à sua natureza. Sem dizer uma palavra sequer, estendeu mão e me puxou para o outro lado do balcão. Nossos corpos se colaram e, fazendo jus aos sonhos malucos, nossas roupas desapareceram assim como as pessoas que estavam naquela praça de alimentação.

Fui levantada e sentada ao lado da caixa registradora.

Hans, que estava de pé, se acomodou entre minhas pernas e falou:

– Você pode vestir as roupas mais complicadas, pode até vesti-las todas de uma vez que pouco me importa. Consigo te despir num piscar de olhos.

Do nada, uma casquinha de baunilha surgiu em sua mão e ele a levou até meus lábios, mas não ficou só por ali. O sorvete foi sendo deslizado, passando pelo meu queixo, pescoço e, por fim, terminando de lambuzar meus seios. A língua de Hans começou a repetir o mesmo caminho. Estava tão gostoso que não aguentei a ansiedade e comecei a me tocar devagar.

A presença dele, a quentura de seus lábios em minha pele e o escorregar do dedo médio em meu clitóris estava maravilhoso demais! Como se tudo isso não bastasse, meus mamilos começaram a receber uma sequência de beliscões.

Hum, que dorzinha boa!, pensei, ofegando e abrindo os olhos.

A praça de alimentação não estava mais ali. O ambiente era outro.

O meu quarto!

Fiquei na dúvida se ainda era sonho ou realidade.

Hans estava deitado de lado com a cabeça encaixada na curva do meu pescoço. Um de seus braços permaneceu apoiado no colchão acima da minha cabeça, já a mão do outro braço desfrutava dos meus seios por debaixo da minha camisola de seda. 

Parei de me masturbar para tocar suas costas.

Nossa! Ele parecia tão real!

Eu podia sentir o tecido da sua camiseta bem como as pontinhas de sua barba se arrastando por minha pele enquanto ficávamos face a face. Nos encaramos cheios de volúpia. Seus dedos por debaixo da minha roupa começaram a brincar mais amplamente, descendo num limite provocante e verificando a ausência de calcinha.

Resetar 2Onde histórias criam vida. Descubra agora