↬𝟏𝟕↫

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↬♥︎Hoseok Pov♥︎↫

— Hoba.... — gemeu ele pela dor que provavelmente começara a sentir.

— Porra, seu idiota, Yoon! Deixa-te adormecer. Não quero que sofras com essa dor. Sei cuidar bem de mim enquanto estiveres a dormir. Não te preocupes. Aish, seu idiota, seu idiota. Porra, Yoon não me abandones. Por favor. — sussurrei, em meio ao desespero.

Mas ele não ouviu. Tenho a certeza disso, pois finalmente vi os seus olhos me olharem uma última vez antes de os mesmos serem cobertos pelas suas pálpebras. O seu corpo inclinou-se levemente para o lado quando a sua consciência se apagou. Senti um nó na garganta e uma raiva incontrolável vagueava sem autorização pelo meu corpo.

Como um maldito vírus, que me consumia cada vez mais, fazendo-me perder o controle sobre mim mesmo. Mas eu não me importava. Nem sequer tentava procurar uma cura para esse "vírus". Até porque, com aquele homem à minha frente, ia ser bastante difícil acalmar-me.

O meu único desejo é que eu não tivesse essas malditas cordas a prenderem-me as mãos neste momento, porque a minha vontade de o fazer dar o seu último suspiro é tão grande quanto a vontade de um adolescente satisfazer as suas hormonas sexuais.

— Eu... Vou te matar! — gritei com todo o ódio que conseguia na minha voz.

— Claro. Só quero te ver tentar. — provocou ele, com um sorriso debochado no rosto, enquanto guardava a seringa de volta na mala.

— Me solta, então, para veres se não sou capaz! — disse em desafio.

— Até o faria, mas vai ser muito mais engraçado fazê-lo depois de te contar mais umas coisinhas.

— Não vou acreditar numa única palavra do que você disser!

— Mas um filho sempre deve ouvir o pai, certo? Ou hoje em dia os jovens já não fazem isso?

Ao ouvir as suas palavras, eu senti toda a raiva que habitava em mim se transformar em ódio. O meu estômago revirou por completo e a agonia na minha garganta era evidente. Uma tontura atingiu-me e fez-me fechar os olhos.

Mas essa nem era a pior sensação que o meu corpo estava a ter. Porque quem realmente estava mal naquele momento era o meu coração e a minha mente. Que se dane o estômago, mas o coração e a mente. Isso já era demais.

Não era por confusão, porque definitivamente não havia ali confusão alguma de sentimentos. Eu não estava nem um pouco feliz por conversar sobre o meu pai. A questão é que eu não sabia se acreditava ou não. Era difícil tal coisa acontecer.

O homem que estava à minha frente era bem diferente da memória visual que eu tinha do meu pai. Mas como ele disse anteriormente, já se havia passado muito tempo.

Abri os meus olhos e depois de encarar o chão cinzento por baixo de mim, olhei na sua cara. Era possível ver os detalhes faciais que eu me lembrava. No entanto, a sua face estava envelhecida. Mas, segundo os meus cálculos, ainda que já não fosse propriamente novo, a sua aparência não correspondia à sua idade.

Ele parecia um velho com os seus oitenta anos, quando na verdade ele ainda nem havia chegado aos sessenta. Talvez por causa do que fez, ficou maluco. Talvez já não cuide de si mesmo há anos e possivelmente nem mesmo se importou com nada que não fosse o seu projeto.

— Não vou te ouvir. E peço que não fale no meu pai. Ele morreu há muito tempo para mim. Para ser mais exato, uns minutos antes de um monstro tirar a vida à minha mãe. — comentei.

— Por que? Sentes-te assim tão mal ao falar na tua mãe? Ela teve o que merecia. Não devia ter negado a minha proposta e muito menos me ameaçado, dizendo que me ia levar à polícia para que eu fosse preso e de preferência, internado.

•ʀᴜɴ ʙᴛs•sᴏᴘᴇ•Onde histórias criam vida. Descubra agora