•ʀᴜɴ ʙᴛs•sᴏᴘᴇ•

↬𝟐𝟎↫

— Tem calma, Yoon. Santo Deus. É só um arranhão. Provavelmente estás tonto só por causa do impacto. Ai, ai, ai, Yoon... — disse ele, abraçando-me aflito.

— Que merda de dor de cabeça, Hoba. — queixei-me, sentindo toda a minha visão ficar turva.

Não acredito que vou morrer por causa dos meus amigos. Esses desgraçados vão me pagar, caso eu sobreviva.

— Em vez de lutares e fugires para te salvar, estás a tomar conta dele? Que ridículo, filho.

— Cale a boca. Vá se fuder, vá para o inferno, mas deixe-me em paz e pare de me chamar filho, porra! Eu estou a cuidar dele sim porque, ao contrário de você, eu me preocupo com os outros seres humanos! Não sou insensível, nem psicopata, ao ponto de negar ajuda nem que seja à pessoa que mais odeio no mundo. À exceção de você. E deve estar realmente desesperado se acha que vou aceitar a sua proposta horrenda. Como se eu fosse acreditar que vai libertar todos os inocentes depois de conseguir a sua equipe de elite. Meta a equipe de elite dentro do seu cu, maluco de merda. Mas quando o fizer, garanta que enfia bem fundo para rasgar os seus intestinos e sangrar até morrer! — gritou o ruivo.

"Porra eu não podia desmaiar agora. Não quero perder esta discussão por nada.", pensei para mim mesmo, tentando me manter consciente e me animar um pouco, para esquecer a dor insuportável na cabeça.

— Estás a dizer-me isso, mas quem aqui é gay és tu, Hoseok.

— E daí? Alguns também se dizem hétero até experimentarem. Além do mais, não é como se você tivesse o direito de opinar sobre a minha sexualidade. Só porque infelizmente tenho o seu sangue a correr nas minhas veias, não significa que depois de tantos anos e do que fez, tenha qualquer autoridade sobre a minha pessoa. Na verdade, nem que tudo o que aconteceu fosse apagado, você tinha, então, coloque-se no seu lugar, psicopata de merda. — respondeu o ruivo.

Bem, ele fica com a língua afiada quando está chateado. Não tenho medo de lhe fazer frente ou discutir com ele, mas toda vez que o fizer, é melhor ter argumentos suficientes.

Quer dizer, não é como se nós nunca tivéssemos discutido. Na verdade, já o fizemos tantas vezes, que eu já perdi a conta. Discussões, desde as coisas mais pequenas e insignificantes até coisas grandes e bastante significantes. Como quando ambos nos referimos ao passado um do outro.

— Independentemente de ter estado presente ou não, não deixo de ser teu pai e cientificamente tu não podes negar isso. Afinal, foste buscar o teu gosto por ciências a algum lado.

— Pai é quem cria e cuida com o coração. Você não fez nem um, nem outro. E para sua informação, formei-me em ciências porque queria realizar autópsias e levar à justiça pessoas como o senhor, que matam inocentes como a minha mãe. Além do mais, quero dar esperança de uma boa vida a quem for meu paciente e lhe garanto que até aos dias de hoje nunca falhei com o meu propósito. Então, não fale como se me conhecesse.

— És tão ingênuo Hoseok. Mesmo depois de te ter contado toda a verdade, continuas a considerar a tua mãe inocente quando ela é a mais culpada no meio disto tudo.

— A minha mãe não matou ninguém, porra! E por mais que tenha cometido um erro, aos menos arrependeu-se dele, ignorando o facto que esse arrependimento lhe custasse a vida! E você? Arrepende-se? Não!! Então pare de se fazer a vítima da história! A única vítima aqui sou eu, que não fiz mal nenhum a ninguém para merecer tudo aquilo a que fui obrigado a enfrentar e a conviver todos os dias da minha vida!

— Vítima? Consideraste a vítima? Então abre os olhos, sua criança mimada! Se não tivesses nascido, nada disto teria acontecido! A tua mãe não teria medo da tua puberdade e adolescência e não teria injetado os nano robôs em ti! Talvez, eu nem sequer começaria esse projeto! Mas comecei graças ao teu nascimento! Tudo começou por causa da tua miserável existência. Então, não és a vítima. És a fonte de toda esta loucura e de todo o crime que está a acontecer. Tu és o culpado. E ninguém o pode negar.