— E com o teu pai, Yoon... Com o teu pai. — respondeu o ruivo, olhando-me sério nos olhos.
— O meu pai?! — questionei, gritando e levantando-me do sitio onde estava sentado, sentindo todo o meu corpo reagir.
"O meu pai", repeti mentalmente. Porra. Por que é que têm de estragar tudo quando as coisas estão a correr minimamente bem?
Por que é que o destino e a vida jogam a meu favor para depois se tornarem o meu maior inimigo? Qual é o sentido disso?
E o meu pai. O que é que eu haveria de pensar. Ele supostamente ajudou-me, mas e se essa ajuda estava no plano deles dois? O que é que eu devo pensar? Em que devo acreditar?
Mil e uma questões e nenhuma resposta? Por que é que eu não posso viver uma vida 50/50? Por que é que eu tenho de ter uma personalidade de ou é oito ou é oitenta?
Onde é que que eu cheguei. Questionando a pessoa que me tornei. Não deveria fazê-lo. Mas...
— Yoongi hyung... — chamou Jungkook, fazendo-me dirigir a minha atenção para ele.
Estava tão imerso e perdido nos meus pensamentos, que nem sequer me apercebi que eles já me estavam a chamar à algum tempo.
— Sim? — questionei.
— O que é que fazemos? Compreendemos se já não quiseres ir até lá. Podemos nos dividir em grupos. Um de três e outro de dois. Assim não precisas de encarar o teu pai diretamente. — sugeriu Taehyung.
— Eu... Eu não sei. Porra, eu não sei o que fazer. — sussurrei, sentindo lágrimas escorrer pelo meu rosto.
Ele não merece as minhas lágrimas, mas independentemente de tudo, ele não deixa de ser meu pai, e saber que nem ele, nem a minha mãe, me procuraram depois de tudo, magoa. Por que até quando se é maltratado, um filho sempre tem a mais pequena esperança de que um dia vai sentir o amor de seus pais?
Muitos suprimem essa esperança, guardando-a na zona mais obscura do seu coração. Alguns acabam por se esquecer dela, outros são obrigados a relembrá-la, como é o meu caso de agora.
— Yoon... — sussurrou Hoseok, vindo abraçar-me, fazendo com que o cheiro de tangerinas me invadisse as narinas, aliviando-me um pouco.
Após deitar tudo para fora, senti-me capaz de organizar as ideias e pensamentos na minha mente e então falar com mais calma.
— Não acho que haja necessidade de nos dividirmos em grupos. Já passou muito tempo. Não me posso esconder do meu passado para sempre. Preciso encarar de frente e ser forte. A melhor maneira de o fazer é com os meus amigos ao meu lado. E o primeiro passo é enfrentar de caras um dos problemas mais marcantes. Na verdade, o dono que os originou a quase todos. — respondi.
— Ainda assim, não sei. Estamos todos muitos instáveis emocionalmente. Tens a certeza, Yoongi hyung? — questionou Jimin.
— Tenho. Além do mais, depois de tudo o que conquistei e alcancei, não vou desistir de tudo só por causa dele. Ainda que a ideia possa parecer assustadora, eu já não sou mais aquele adolescente imaturo que tinha medo dele. Não vou deixar que ele me vença quando tenho treinado tanto para vencer esta batalha. Especialmente quando a vida dos meus amigos e de toda a população de Seul está em jogo. — comentei, mencionando o Namjoon e o Jin.
— É isso mesmo! — gritou Taehyung, animado.
— Vamos mostrar quem é que manda. — disse Jimin, também ele animado.
— Vamos pegar fogo ao parquinho! — exclamou Jin.
— Meu Deus, acalmem-se crianças. — brincou o ruivo, não tentando sequer esconder o sorriso orgulhoso que tinha no rosto.
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•ʀᴜɴ ʙᴛs•sᴏᴘᴇ•
FanficYoongi contava mais um dia na sua vida. E tal como em todos os outros, seguiu a sua rotina matinal. Mas naquela manhã, isso foi quebrado. No caminho para trabalho, este depara-se com uma situação chocante. Um grupo de homens com capuzes e armados...