↬𝟏𝟗↫

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— Não tiveste um passado decente, eu sei. Mas terias, se a tua mãe não fosse tão ridícula. Pelo menos nessa relação, eu era alguém decente. Agora, quanto aos pais do teu amigo ou namorado, não sei quem é pior. O pai, que o espancou e trancou em casa durante anos, ou a mãe, que o drogou para curar a doença de ser gay. Mal por mal, eu aceitei a tua sexualidade, Hoseok. — comentou o pai do Hobi.

Eu não aguentei em rir bem alto de forma bastante irônica. Olhei em desafio nos olhos daquele homem.

— Cuidado com as palavras. Ou eu, com certeza, não terei qualquer piedade em terminar o que o Hoba começou. E garanto que eu consigo ser bem pior. — disse, rosnando, e sendo tomado pela raiva e pelo ódio acumulado há muito tempo no meu corpo.

Eu sei apenas por palavras o que aconteceu enquanto eu estava inconsciente. Mas agora que já não o estava, eu faria questão de deixar a cara daquele homem ainda mais desconfigurada do que o seu próprio filho deixou.

Admito que fiquei feliz ao ver o estado do seu rosto. Hoseok fez um ótimo trabalho. Mas só de saber que aquele homem encostou um dedo no meu ruivinho, eu já ficava louco e perdia o total controle sobre mim mesmo.

E quando eu não agir por mim, tenho a certeza que não me vou arrepender do que vou fazer a este desgraçado.

— Vejam só... Eu não te tinha injetado? Como é que não estás a ser controlado?

— Talvez o seu brinquedinho não seja assim grande coisa. Normalmente, monstros como o senhor, tendem a não ser humildes e a exagerar em tudo. — provoquei.

— Não é isso. Funcionou nos vossos amigos. É certamente alguma coisa em ti. Alguma coisa do teu corpo e do teu sistema. Isso é fantástico. É quase que uma cura! Preciso te examinar. — gritou ele, entusiasmado.

— Nem comigo morto, você me vai tocar, seu verme inútil. Se realmente fosse tão bom o quanto diz ser, conseguiria descobrir tudo sozinho e sem precisar de me examinar. — respondi.

— Claro, Yoongi. Mas os cientistas gostam sempre mais de fazer testes do que propriamente ir pela matéria. Vocês devem entender. Sempre dizem que preferem a prática invés da teoria quando estão na escola. Nós cientistas somos assim também. Adoramos brincar e eu acabei de descobrir um novo brinquedo. Com certeza vamos ter uma ótima relação.

O homem aproximou-se de mim e agarrou no meu queixo com a sua mão, obrigando-me a olhar para ele. Ao fazê-lo, aproximou o seu rosto. Aproveitei a oportunidade para lhe cuspir na cara e, enquanto ele manteve os olhos fechados, mordi-lhe a mão com tanta força, que não demorou muito para que ele gritasse com a agonia a dor e eu sentisse o gosto do sangue na minha boca.

Infelizmente, fui travado pelo Namjoon, que me puxou a cabeça para trás. Mas ainda que ele o tivesse feito com muita força, não consegui evitar sorrir ao ver o pai do ruivo agarrado à mão que provavelmente lhe doía.

— Eu disse que podia ser bem pior. — comentei rindo, recebendo a atenção do único olho que ainda estava intacto.

— Eu vou garantir que não sobrevivas à porra dos exames e dos testes que eu te vou fazer, seu desgraçado. — ameaçou ele.

— E se fizesse antes exames à sua cabeça? Já pensou em ir a um psiquiatra? Se calhar, o melhor mesmo é internar-se lá ou suicidar-se. — provocou o ruivo.

— Vocês jovens adoram provocar não é. Mas quando começa a acontecer, ficam cheios de medo e imploram pela vida! — gritou ele, visivelmente irritado.

Eu e o ruivo não pudemos evitar, então, logo caímos os dois na gargalhada. O rosto do homem começou a ficar vermelho de tanta raiva.

— Acha mesmo que vou implorar pela minha vida? Que ridículo. Vocês velhos é que pensam que sabem tudo e acham-se sempre os donos da razão e com o direito de controlar tudo e todos. É para isso que jovens como eu existem no mundo. Para provar que vocês estão totalmente errados. — disse eu.

•ʀᴜɴ ʙᴛs•sᴏᴘᴇ•Onde histórias criam vida. Descubra agora