↬𝟎𝟒↫

534 68 86
                                    

Com a raiva à flor da pele, desviei tudo o que estava a bloquear o bueiro e saí da garagem sem pensar duas vezes. Para que eles não me seguissem, tranquei o mesmo pelo lado de dentro dos esgotos.

Ouvi a voz deles a chamar por mim, menos a de Hoseok. Pelo caminho, lembrei-me de que Holly ficará com eles. Não estou preocupado. Ela é uma menina forte e tenho certeza de que os amigos novos dela a vão tratar bem.

Foda-se a minha vida. Hei de sobreviver sozinho. E no meio dessa sobrevivência, tratarei de encontrar o Jungkook e o Taehyung.

Com a raiva por todo o meu corpo, não havia espaço para o medo. Se aparecesse um arqueiro, haveria de fugir como fiz da primeira vez. Saber parkour, afinal, até que dava imenso jeito. Nunca se sabe quando é que psicopatas vão invadir a tua cidade e terás de fugir deles.

Prossegui caminho pelos esgotos de Seul.

Uma vez que eles estavam na garagem da casa do Jungkook e não houve qualquer sinal de vida por lá, tencionava ir dar uma vista de olhos na casa do Taehyung.

Às vezes eles juntavam-se lá para jogar videojogos, então, quem me diz que ontem não foi um desses dias?

O único problema era que o bueiro mais próximo à casa dele era duas ruas acima. E o mais provável é que o sol já tenha nascido e agora a claridade era maior.

Mas nem isso me impediu de continuar. Não voltaria atrás. Não dou parte de fraco e muito menos o braço a torcer. Eu posso ter errado, mas foi ele que me magoou.

Ao chegar ao bueiro, levantei a tampa do mesmo. Mas nem tive tempo de verificar se o caminho estava livre. Ouvi passos rápidos na minha direção. Ao olhar para o corredor do esgoto, vi um arqueiro a correr na minha direção.

Com rapidez, saí dali e subi para as ruas de Seul. Já no exterior, consegui visualizar o que antes não era possível. A rua estava cheia de pessoas.

Mas não eram arqueiros. Era literalmente pessoas normais... Andavam pela rua como se não fosse nada. Assustei-me quando ouvi o barulho do bueiro a ser aberto.

Mas antes que sequer tivesse a oportunidade de ver o arqueiro sair da mesma, senti alguém a puxar-me.

Fui arrastado até ao interior de uma loja que se encontrava vazia. A rapariga que me puxou trancou a porta e bloqueou a entrada com uma mesa.

— Sr. Min, o senhor não deveria andar assim na rua. Não quer ser apanhado, né? — questionou ela, olhando para mim agora.

— Como sabe o meu nome? E o que raio se passa lá fora? Por que é que os arqueiros não estão a caçar aquela gente toda?

— Sr. Min, não é por estarmos em um quase apocalipse que eu deixei de ser sua fã. Impossível não saber o nome do maior CEO, rapper, compositor e produtor de todo mundo.

Então esta moça é minha fã? Ela deve estar feliz que acabou de salvar a vida do seu idol.

— Quanto ao que está a acontecer lá fora, é algo bastante estranho, para ser sincera. Tenho observado as coisas. Os arqueiros atingem as pessoas. Parece até que elas morrem. Mas a verdade é que passado uma meia hora, a flecha se desintegra e se espalha por todo o corpo da pessoa. Aí ela meio que renasce. Depois, depende. Acho que as mais especiais viram arqueiros e as outras simplesmente continuam a viver a vida delas.

— Então os arqueiros não as atingem porque elas estão "infectadas"?

— Sim,Sr. Min. É algo desse gênero. Honestamente, ainda não consegui perceber qual é o conceito especial para se tornar arqueiro. Mas talvez sejam as características físicas. Ser forte, ágil, rápido, entre outras. Eles não apostam muito na força mental.

•ʀᴜɴ ʙᴛs•sᴏᴘᴇ•Onde histórias criam vida. Descubra agora